domingo, 6 de maio de 2012
Material atualidades SEMA E SESMA:
18/04/2012 - 15h12
Índios invadem prédio da Funai em Rio Branco
Cerca de 50 índios de diversas etnias invadiram o prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Rio Branco (AC), na manhã desta quarta-feira (18). Eles fizeram cerca de 20 funcionários reféns por quase uma hora.
Segundo a Funai, eles cobram a demarcação de terras no Estado, reivindicação feita há pelo menos dez anos.
Funcionários disseram que, por volta das 10h30 (horário de Brasília), índios das etnias apurinã, caxinauá, jaminaua, jamamadi, unicuim e naua chegaram armados com arcos, flechas e lanças. Eles bloquearam o portão para que ninguém saísse e se instalaram no pátio da unidade.
Funcionários ficaram nervosos, mas ninguém foi ameaçado, segundo o auxiliar em indigenismo Eliano de Barros Santos. A situação ficou mais calma com a chegada da coordenadora da Funai na cidade, Maria Evanizia Nascimento dos Santos, uma hora depois.
No início da tarde, funcionários tiveram permissão para sair, mas a conversa com a coordenadora continuava.
"Eles continuam aqui com a ideia de buscar uma solução para a demarcação da terra deles", disse Santos.
19/04/2012 - 17h30
Helicóptero da Otan cai no Afeganistão devido a mau tempo
Um helicóptero militar da Otan, a aliança militar do Ocidente, caiu nesta quinta-feira no Afeganistão devido ao mau tempo, de acordo com militares das forças de coalizão. Ainda não há informações sobre mortes ou sobreviventes.
De acordo com oficiais de defesa americanos consultados pela agência de notícias Reuters, a aeronave, do modelo Black Hawk, caiu no sudoeste afegão, região onde fica a província de Helmand, comandada pelo grupo armado Taleban.
Os militares americanos não confirmam interferência da milícia na queda do helicóptero.
Cerca de 3.000 soldados da Otan já morreram no Afeganistão desde o início da guerra, em 2001. Apesar da insurgência afegã, os Estados Unidos e seus aliados planejam a retirada das tropas para o fim de 2014.
A aliança mantém 130 mil soldados, que são liderados pelos Estados Unidos, no Afeganistão. O grupo combate contra os insurgentes do Taleban, contrários ao governo oficial do país, que é apoiado pelas potências ocidentais.
19/04/2012 - 01h52
Índia testa míssil de longo alcance
A Índia testou nesta quinta-feira um novo míssil de longo alcance com capacidade nuclear, capaz de atingir qualquer alvo no território chinês, revelou a agência encarregada do desenvolvimento de tecnologias.
O míssil, um Agni V, da classe IRBM de projéteis "intermediários", com alcance inferior a 6.400 km, foi disparado às 08h05 (23h35 de Brasília) de um ponto situado no Estado de Odisha.
"Anuncio o lançamento com sucesso do Agni V (...) um acontecimento histórico que honra nosso país no âmbito da tecnologia de mísseis", declarou o chefe da agência, V.K. Saraswat, à emissora estatal NDTV.
Um teste bem-sucedido será um passo considerável para a terceira potência econômica da Ásia, envolvida em um vasto programa de aquisições militares para modernizar o Exército e ampliar seu sistema de defesa, especialmente diante da China.
O Agni V é um míssil de 50 toneladas e 17 metros capaz, em teoria, de atingir alvos em toda a Ásia, incluindo qualquer ponto da China, além de certas regiões da Europa, segundo os especialistas.
Apenas China, Rússia, França, Estados Unidos e Reino Unido têm mísseis balísticos intercontinentais, de alcance superior a 5.500 km.
/04/2012 - 20h51
EUA defendem reforma do Conselho de Segurança e abrem caminho para Brasil
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reconheceu nesta segunda-feira (16) a necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), apesar de não fazer uma defesa clara à candidatura brasileira a um assento permanente no órgão.
China apoiará 'consequências' contra Coreia do Norte, diz Hillary
Hillary condena ataques no Afeganistão e critica Coreia do Norte
"É difícil imaginar um conselho que não inclua o Brasil com todo o progresso que o país vem realizando e as oportunidades que oferecem a seu povo", ponderou em coletiva de imprensa após encontro com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota. "Mas também aprendemos que até que outros países se comprometam, não faremos o progresso necessário", completou.
Ela elogiou a disposição do Brasil em explorar a camada de petróleo no pré-sal -- uma tarefa "complicada" e "cara" e mostrou disposição de empresas e governo norte-americano a participarem da exploração. "Esse tema é estratégico e essa conversa continuará sendo aprofundada", afirmou Clinton. Na manhã de hoje, ela se encontrou em Brasília com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.
André Borges/Folhapress
Secretária de Estado americana Hillary Clinton em entrevista coletiva em Brasília, nesta segunda-feira
ARGENTINA
Questionada sobre a decisão do governo argentino de tomar o controle da empresa petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol, a secretária de Estado evitou entrar em detalhes e fez uma crítica indireta.
"Não sei todos os detalhes, mas sei que a competição, um mercado aberto para energia e outras commodities é um modelo muito mais preferível e as decisões tomadas por diferentes nações têm de se justificar", afirmou quando questionada sobre o assunto.
02/04/2012 - 11h40
Chuva atinge 130 mil pessoas no AM; seca afeta 67 municípios do PI
Mais de 130 mil pessoas foram atingidas pela chuva no Amazonas por causa das cheias dos rios Juruá, Purus, Solimões e Madeira nos últimos dias. Desde a semana passada, 19 municípios no Estado decretaram situação de emergência.
Leia mais sobre as chuvas no país
O governo federal enviou cerca de 100 toneladas de produtos, entre cestas básicas, kits de higiene pessoal, limpeza e medicamentos para ajudar os atingidos. Foram liberados R$ 700 mil pelo governo do estado para atender aos municípios da calha do Rio Juruá (Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Carauari e Juruá) e R$ 150 mil para um da calha do Purus (Boca do Acre). Além disso, o governo federal disponibilizou R$ 10,5 milhões às vítimas.
O Ministério da Integração e o governo do estado deverão repassar ainda R$ 30 milhões para ações de reconstrução das cidades atingidas. As obras deverão começar assim que o nível dos rios Juruá e Purus baixar.
A chuva deve continuar na região. A previsão para hoje (2) é chuva moderada a forte.
PIAUÍ
Enquanto a chuva atinge o Amazonas, no Piauí é a seca que deixa 67 municípios em situação de emergência e afeta 534 mil pessoas. A estiagem é considerada a pior dos últimos 15 anos.
A falta de chuva já fez com que os municípios em emergência enfrentassem perdas na produção agrícola, a redução das reservas de água, queda no nível dos reservatórios e dificuldades de abastecimento de água para o consumo humano e animal.
A maior parte das cidades atingidas fica na região centro-sul, onde o período chuvoso está no fim.
A previsão no estado para hoje é tempo nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva e possíveis trovoadas isoladas.
21/04/2012 - 17h08
Confronto entre índios e fazendeiros no sul da Bahia tem o 1º morto
Um funcionário de uma fazenda de Pau Brasil (550 km de Salvador) levou um tiro na cabeça e tornou-se o primeiro morto do confronto entre índios pataxós hã hã hãe e fazendeiros no sul da Bahia, segundo a Polícia Federal.
Júlio César Passos Silva, 31, foi morto ontem, mas o corpo só foi encontrado na tarde deste sábado (21) por funcionários de uma funerária e policiais que estão na área conflagrada.
Índio é ferido em área de conflito no sul da Bahia
Equipe da Folha é rendida por homens armados em área de conflito na BA
PM faz bloqueios contra disputas entre fazendeiros e índios na BA
Seguranças em 'Bunker' protegem terra onde índios invadem na Bahia
O corpo estava na fazenda Santa Rita, que pertence ao ex-prefeito de Pau Brasil Durval Santana (DEM).
A filha do ex-prefeito, Sonyr Santana, disse que ainda não havia sido informada sobre a morte e que estava aguardando um contato da Polícia Federal.
A PF apura se Silva foi atingido durante confronto com os índios. A fazenda está na rota de propriedades que os índios pretendem invadir. Ontem, na mesma região, o pataxó Ivanildo dos Santos, 29, levou um tiro na perna --ele não corre risco de morte.
Segundo o delegado da Polícia Federal Alex Cordeiro, ontem já havia rumores de que um trabalhador da fazenda havia sido morto, mas a informação não tinha sido confirmada.
Ele disse que a bala que matou a vítima entrou pela nuca e se alojou perto do olho. O corpo do funcionário foi levado hoje à tarde para a cidade de Pau Brasil.
INVASÕES
A morte do trabalhador eleva a temperatura do conflito fundiário. Desde o início do ano, os índios pataxós deflagraram uma série de invasões a propriedades dos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia. Foram 68 até agora.
A tomada das áreas faz parte de uma estratégia dos pataxós para pressionar o Supremo Tribunal Federal para julgar a ação civil de 1982 que busca a anulação dos títulos de 396 propriedades concedidos pelo Estado da Bahia. O objetivo é criar uma reserva indígena na área.
Os fazendeiros contestam a Funai na ação e alegam que a área reivindicada nunca pertenceu aos pataxós.
FRONT BAIANO
As hostilidades entre índios e fazendeiros ganharam corpo nesta semana. Na área onde ocorreu a morte do funcionário, a Folha constatou a presença de homens armados.
Eles estão em uma espécie de bunker dentro da propriedade de Durval Santana, que nega a contratação de seguranças armados, e também circulam por uma estrada rural que liga o rio Pardo à cidade de Pau Brasil.
Ontem, uma equipe da Folha foi rendida por 12 homens armados, interrogada e expulsa do local
ZONA DE GUERRA
A região de Pau Brasil virou uma zona de disputa conflagrada entre índios e fazendeiros por um território de 54 mil hectares --o equivalente a um terço da área da cidade de São Paulo.
Os índios pataxó hã hã hãe iniciaram em fevereiro uma série de invasões de terra para pressionar o Supremo Tribunal Federal a julgar a ação de 1982 que pede a nulidade dos títulos de propriedade de 396 fazendeiros para a criação de uma reserva indígena.
Apesar do clima de tensão, há pequena presença policial na área. A PF mantém seis homens em duas caminhonetes que percorrem as estradas da região. Nos últimos dias ninguém foi preso e nenhuma arma foi apreendida.
Há cinco guarnições da Polícia Militar dando apoio à PF, mas os PMs reforçam as entradas da cidade e uma rodovia que liga Pau Brasil a Itaju do Colônia e não entram na estrada vicinal onde há mais risco de enfrentamento.
Questionado, o governador Jaques Wagner (PT) informou que pediu ao Ministério da Justiça o reforço do efetivo da PF na área porque se trata de conflito com índios
02/05/2012-06h30
Para ter juros de 1º mundo, Dilma quer mudar poupança
Dois dias depois de defender em cadeia nacional de TV a redução dos juros, a presidente Dilma Rousseff reúne hoje os líderes dos partidos governistas para discutir medidas econômicas que permitam baixar ainda mais as taxas bancárias e pode incluir na discussão mudanças na remuneração da caderneta de poupança, informa reportagem de Valdo Cruz e Sheila D'Amorim, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Dilma definiu como estratégia de seu governo reduzir os juros reais da economia para no máximo 2% ao ano até o fim de seu mandato, meta que para ser atingida demanda alterações no rendimento da aplicação mais popular do país. A medida, já tentada antes, tem caráter altamente polêmico, principalmente neste ano eleitoral.
Em pronunciamento de TV e rádio anteontem, Dilma acusou uma "lógica perversa" do setor financeiro e cobrou redução dos juros cobrados pelos bancos privados.
Segundo assessores, na reunião de hoje no Palácio do Planalto ela pretende "preparar o terreno" para tratar das mudanças na poupança.
Leia a reportagem completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.
01/05/2012-06h55
Odebrecht assume parte da Delta na reforma do Maracanã
A construtora Odebrecht assumirá os 30% da participação da Delta no consórcio que reforma o Maracanã para a Copa de 2014. Com isso, ficará com 79% da sociedade, e a Andrade Gutierrez manterá seus 21%.
A decisão, antecipada ontem pelo jornal "O Globo", encerra a negociação para a saída da Delta da obra do governo do Estado do Rio, orçada em R$ 860 milhões e que tem o prazo de fevereiro de 2013 para ficar pronta.
Cachoeira pediu intervenção de Demóstenes na Educação
Vídeos mostram ligação de Cachoeira com policiais
Cachoeira queria levar senador para conhecer Berlusconi
STF libera cópia de inquérito sobre Demóstenes a comissões
Divulgação
Maracanã inicia a colocação da arquibancada intermediária
A empreiteira também já saiu de outra obra de infraestrutura da Copa e da Olimpíada de 2016, a primeira fase da via expressa Transcarioca, que será completada só pela Andrade Gutierrez. Esse contrato, de R$ 798 milhões, é da Prefeitura do Rio.
Em meados de abril, depois que surgiram as informações sobre a relação de executivos seus com o empresário Carlos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal, a Delta havia deixado de entrar com capital de giro para a reforma do Maracanã. Os sócios decidiram afastá-la.
A empresa de Fernando Cavendish, no entanto, afirma que sua saída do consórcio "é resultado de decisão estratégica e empresarial e não tem relação com as recentes denúncias". Nos bastidores, a Delta também dizia que a reforma, cujo orçamento foi reduzido em R$ 97 milhões pelo Tribunal de Contas da União, tem margem de lucro pequena, de 5%.
Agora com a maioria das ações do consórcio do Maracanã, a Odebrecht fica à frente de quatro dos dez estádios em construção ou reforma para a Copa --os demais são o novo estádio do Corinthians e as arenas Fonte Nova (Salvador) e Pernambuco (Recife). Os contratos somam R$ 2,75 bilhões.
Delta e Odebrecht não tocam no momento nenhum outro projeto juntas. As duas fizeram parte da sociedade que fez as obras de urbanização do complexo de favelas do Alemão, no Rio, um dos empreendimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) federal.
01/05/2012-10h01
Governo discute MP para reverter derrota no Código Florestal
Na tentativa de reverter a principal derrota imposta pelos ruralistas no Código Florestal, o governo discute a edição de uma MP (medida provisória) reformulando os percentuais de recuperação de florestas desmatadas em margem de rio.
A ideia do governo Dilma é beneficiar os pequenos agricultores e exigir dos grandes produtores uma recomposição maior de florestas desmatas ilegalmente.
Sérgio Lima/Folhapress
Manifestantes na Câmara durante votação do Código Florestal
O texto aprovado pelo Congresso, na semana passada, exige apenas a recuperação de 15 metros de vegetação a partir das margens dos rios com largura de até 10 metros. Com isso, a avaliação do Palácio do Planalto é que a proposta prejudica especialmente os pequenos produtores e isenta os grandes.
A ideia que mais está avançada prevê um novo sistema escalonado de faixas de recomposição para os pequenos proprietários, que representam 82% do total de estabelecimentos do país --equivalentes a 23% da área de agriculturável brasileira, sem contar as regiões amazônicas e do pantanal.
Pelo estudo, o pequeno agricultor que tiver rio com 10 metros de largura terá que recompor 5 metros de florestas desmatadas. Para as pequenas propriedades com rios de 15 metros, a recomposição seria de 7 metros. Já nos rios acima de 15 metros, o reflorestamento obrigatório seria de 10 metros.
O modelo para os grandes proprietários ainda está sendo finalizado pela equipe presidencial. A ideia é baixar a medida provisória quando o governo definir os vetos ao texto do Código Florestal aprovado na Câmara.
O governo defendia o texto aprovado em dezembro pelo Senado, que determinava que os agricultores deveriam recompor um mínimo de 15 metros e um máximo de 100 metros das margens dessas matas, conhecidas como de preservação permanente.
Os ruralistas defenderam a totalidade da chamada "anistia" para essas áreas, ou seja, a dispensa de reflorestamento para todos os desmatamentos feitos até julho de 2008.
Mas, a pedido do governo, uma manobra do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), impediu a retirada da exigência dos 15 metros, sob o argumento de que regimentalmente não era possível fazer essa mudança.
O Planalto ainda calcula a extensão da proposta aprovada pelo Congresso para fechar os vetos. A área ambiental do governo defende um veto global da proposta, com a edição de uma MP reformulando todo código.
Ontem, Dilma recebeu no Palácio da Alvorada os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário).
Os Ministérios do Meio Ambiente e da Casa Civil foram orientados a derrubar do texto artigos que possam provocar desgastes na conferência ambiental Rio+20, no mês de junho, e evitar também grandes embates com os ruralistas, que motivem retaliações no Congresso.
02/05/2012-07h54
Desemprego na zona do euro encosta em 11% e bate novo recorde
A taxa de desemprego na Eurozona alcançou 10,9% em março e estabeleceu um recorde em 15 anos, anunciou a agência de estatísticas europeu, Eurostat, que apontou mais uma vez a Espanha no topo da lista do bloco, com um índice de 24,1%.
"A taxa de desemprego corregida pelas variações sazonais na zona do euro alcançou 10,9% em março de 2012, contra 10,8% em fevereiro", afirma um comunicado da Eurostat.
Os números mais elevados do desemprego entre os 17 países da Eurozona foram registrados na Espanha (24,1%) e na Grécia (21,7%). Os países com os menores índice são Áustria (4,0%), Holanda (5,0%), Luxemburgo (5,2%) e Alemanha (5,6%).
Os dados sobre a Espanha estão próximos dos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que calculou um índice de 24,44% de desemprego no país no fim de março, um recorde absoluto entre os países desenvolvidos.
A Espanha confirmou na segunda-feira que voltou a cair em recessão, com uma queda de 0,3% do PIB no primeiro trimestre, mesmo resultado do último trimestre de 2011.
Na Itália, a taxa de desemprego também bateu um novo recorde, a 9,8% em março, contra 9,6% em fevereiro, anunciou a agência oficial Istat.
Os jovens entre 15 e 24 anos são os mais afetados, com um índide de desempreto de 35,9%.
02/05/2012-08h12
Talebans anunciam ofensiva de primavera a partir de quinta
Os rebeldes talebans anunciaram nesta quarta-feira o início, a partir de quinta-feira, de uma "ofensiva de primavera" no Afeganistão contra as forças da Otan e todos os aliados que sustentam o governo afegão.
A operação "Al Faruq" terá como alvo os "invasores estrangeiros, seus conselheiros, seus terceirizados e todos aqueles que os ajudem militarmente e por meio de inteligência", anunciam os talebans em um comunicado divulgado na internet.
O comunicado foi divulgado poucas horas depois de uma ataque suicida que matou sete pessoas em uma residência para estrangeiros da ONU, União Europeia e ONGs em Cabul.
Também coincide com a surpreendente visita do presidente americano Barack Obama.
Hás duas semanas, os talebans anunciaram o início da "ofensiva de primavera" com seis ataques suicidas coordenados na capital afegã, em atentados contra as forças da Otan, embaixadas de países ocidentais e edifícios públicos.
28/04/2012-08h00
Ativista chinês Chen Guangcheng está "sob proteção americana", diz advogado
O advogado cego Chen Guangcheng, um dos mais famosos dissidentes da China e que conseguiu burlar a prisão domiciliar à que tinha sido submetido e escapar de Pequim, se encontra "sob proteção americana", confirmaram à Agência Efe fontes de direitos humanos que acompanham o caso.
As fontes, ligadas à associação de direitos humanos China Aid, com sede nos Estados Unidos, evitaram especificar se isso significa que o ativista está na embaixada americana em Pequim, como assegurou o diário "The Washington Post".
A organização Human Rights in China (HRIC), por sua vez, disse neste sábado que Chen "está a salvo, mas não quer abandonar a China".
Nas últimas horas foi confirmada uma nova detenção de um familiar do dissidente em relação ao caso, seu sobrinho Chen Kegui, um dia depois da prisão de seu pai, Chen Guangfu, irmão mais velho do ativista cego.
Uma das pessoas que conduziu Chen até a capital chinesa, He Peirong, também foi detida na sexta-feira pela Polícia em sua casa na cidade de Nankín, segundo informou ontem a HRIC.
A organização Repórteres Sem Fronteiras manifestou hoje em comunicado que, se for confirmado um pedido de refúgio de Chen, "o governo do país implicado deverá dar asilo político a ele".
A imprensa oficial e as autoridades chinesas não fizeram nenhuma declaração a respeito, nem informaram do caso.
O advogado cego escapou de sua casa na noite do último domingo, auxiliado por vários amigos que o levaram a um lugar seguro fora da província de Shandong, onde se encontra sua casa.
02/05/2012-06h08
Dissidente chinês deixa Embaixada dos EUA em Pequim
O dissidente Chen Guangcheng abandonou a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim após seis dias, informou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin.
Ativista chinês Chen Guangcheng está "sob proteção americana", diz advogado
O porta-voz destacou que a China exige desculpas dos EUA pelo fato de as autoridades americanas terem permitido a entrada do advogado cego na Embaixada. Chen Guangcheng escapou de sua casa em 22 de abril, após passar mais de um ano e meio confinado sob prisão domiciliar.
Um correspondente do jornal norte-americano "The Washington Post" disse que Guangcheng deixou a embaixada de carro em direção ao hospital acompanhado do embaixador dos EUA Gary Locke. Segundo o jornal, o dissidente chinês está bem.
INTERFERÊNCIA
Autoridades chinesas reclamaram da interferência dos EUA em assuntos domésticos.
A confirmação oficial de que Chen esteve na Embaixada dos EUA acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou à capital chinesa para um diálogo estratégico e econômico com as autoridades chinesas.
Fontes do Governo chinês reconheceram nos últimos dias que os direitos humanos estarão na agenda das conversas, enquanto Hillary assegurou que durante a visita analisaria "todos os assuntos que estiverem pendentes", mas sem citar especificamente a situação de Chen.
France Presse
Imagem de vídeo postado no You Tube mostra Chen Guangcheng, ativista que é advogado e cego
Advogado autodidata, Chen atuou contra a esterilização de mulheres e os abortos forçados na China, parte da política chinesa de um filho por família, e era mantido em confinamento extrajudicial na sua casa em seu vilarejo natal, Linyi, desde setembro de 2010, quando foi libertado da prisão.
Seu confinamento com a família sob estrita vigilância de guardas e os espancamentos esporádicos provocaram protestos de simpatizantes na China e críticas de governos estrangeiros e grupos defensores dos direitos humanos.
Chen Guangcheng estava sob prisão domiciliar há 19 meses, quando conseguiu escapar com a ajuda de outros dissidentes, e se refugiu na embaixada americana.
01/05/2012-22h04
Governo da Bolívia nacionaliza energia e faz acordo com Repsol
No mesmo dia em que nacionalizou a empresa de eletricidade com capital espanhol TDE (Transportadora de Eletricidade S.A.), gerida pela Rede Elétrica Internacional, filial do Grupo REE (Rede Elétrica da Espanha), o presidente da Bolívia, Evo Morales, fez acordo com a também espanhola Repsol para processar gás boliviano para a Argentina.
A expropriação acontece duas semanas depois que o governo argentino expropriou a YPF da também espanhola Repsol, alegando falta de investimento.
STR/Efe
Evo Morales com o vice-presidente, Álvaro García Linera, á esquerda, e o ministro do Trabalho, Daniel Santalla
EXPROPRIAÇÃO
O presidente boliviano emitiu o decreto na parte da manhã em uma cerimônia em La Paz, em seu escritório, para assumir o controle de 100% das ações que a empresa espanhola possuía na TDE.
O presidente boliviano, que já nacionalizou empresas de petróleo, eletricidade e telecomunicações, desde que chegou ao poder em 2006, ordenou a ocupação militar da TDE.
"O presente decreto supremo tem por objetivo nacionalizar a favor da ENDE (Empresa Nacional de Eletrificação), representante do Estado Plurinacional, o pacote acionário em mãos da sociedade Rede Elétrica Internacional na Empresa Transportadora de Eletricidade", afirmou Morales em um ato público no presidencial Palácio Quemado.
O presidente explicou que a medida é devido ao "baixo investimento" na empresa, privatizada em 1997.
Segundo Morales a REE e sua predecessora, a Unión Fenosa, "em 16 anos investiram apenas US$ 81 milhões na TDE, (...) a uma média de US$ 5 milhões por ano".
A TDE foi fundada em 1997 e possui 73% das linhas de transmissão, segundo sua página oficial na internet na Bolívia.
Cerca de 99,94% de seu capital estava em mãos da Rede Elétrica Internacional e 0,06% pertencia aos trabalhadores da empresa, de acordo com a página na web da empresa.
Morales disse que reconhecerá os investimentos realizados pela REE em seu país.
"Somos responsáveis com as empresas. Se o que corresponde é devolver, é preciso devolver. Se uma empresa fez investimento, reconhecemos o investimento e sempre vamos reconhecer", declarou Morales em um ato em Cochabamba perante os trabalhadores da TDE, militares e partidários.
REPERCUSSÃO
O governo espanhol disse que está "coletando informações" após a decisão do presidente boliviano, mas já adiantou que se trata de um caso diferente da Repsol.
Por sua parte, a REE lamentou a decisão e espera alcançar um acordo com o governo boliviano para uma compensação adequada por esta desapropriação que alivie todos acionistas da empresa, com 20% de capital público e uma maioria de investidores de outros países.
Fontes da companhia disseram à Agência Efe que desde a aquisição em 2002 da TDE, a REE investiu US$ 60 milhões para manter e elevar os padrões de qualidade da rede de alta tensão boliviana.
REPSOL
Após acordo com o governo, o presidente da companhia espanhola Repsol, Antonio Brufau, disse nesta terça-feira que está "satisfeito" por entregar no sul da Bolívia uma fábrica que processará gás boliviano para a Argentina.
Brufau pronunciou um discurso na jazida de gás natural de Campo Margarita na presença de Morales que prometeu à Repsol, que seus investimentos serão respeitados
"Hoje estamos satisfeitos, chegamos ao primeiro marco do compromisso que assumimos com a Bolívia em novembro do ano 2009 e que ratificamos em março de 2010", disse o executivo, aludindo aos compromissos da Repsol com Morales para aumentar a produção de gás para os mercados argentino e boliviano.
Brufau não mencionou o conflito da Repsol com a Argentina pela desapropriação da maioria das ações da empresa espanhola na petrolífera YPF.
02/05/2012-08h41
Espanha quer preço justo após expropriação na Bolívia
O governo da Espanha deseja obter uma compensação suficiente após a expropriação, anunciada terça-feira, da filial da REE (Rede Elétrica Corporação), à qual dará assistência para a solicitação de um preço justo, anunciou o ministro da Economia.
Governo da Bolívia nacionaliza energia e faz acordo com Repsol
"O que a Bolívia garantiu é que vai compensar a empresa pelos custos investidos na rede de eletricidade", declarou Luis de Guindos em Bruxelas.
"Evidentemente é um elemento que o governo espanhol vai vigiar e vai atender, no que é efetivamente a assistência ao preço justo nestes investimentos".
Esta foi a primeira reação oficial do governo espanhol após o anúncio do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar a empresa que transporta dois terços da rede elétrica na Bolívia.
A nacionalização acontece duas semanas depois da Argentina expropriar a filial YPF do grupo espanhol Repsol.
SEM EFEITO RELEVANTE
A REE informou nesta quarta-feira que a medida boliviana não tem um efeito relevante nos negócios e nos resultados da empresa.
"O aporte da TDE [Transportadora de Eletricidade, filial da REE na Bolívia] aos números de negócios do grupo Rede Elétrica Corporação é de 1,5% e, portanto, não tem um efeito relevante nos negócios e nos resultados do grupo", afirma a empresa em um comunicado.
A União Europeia manifestou preocupação com a decisão boliviana e destacou que acompanha a situação, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira
02/05/2012-07h38
Sarkozy aposta em debate para reverter desvantagem contra Hollande
O primeiro e único debate na televisão, na noite desta quarta-feira, entre o presidente Nicolas Sarkozy e o candidato socialista, François Hollande, a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais francesas, será um confronto de personalidades opostas.
Esse único choque direto entre os rivais é a última cartada de Sarkozy para tentar reverter sua derrota apontada em todas as pesquisas sobre o segundo turno, no domingo.
Por este motivo, a imprensa francesa e analistas estimam que Sarkozy, famoso por sua energia sem limites, será extremamente combativo, outra de suas principais características.
Em 2007, no debate na TV contra a socialista Ségolène Royal, comentou-se que Sarkozy tinha a estratégia de se mostrar controlado frente à rival para não ser acusado de ser agressivo com uma mulher.
"Eu vou explodir o Hollande, vou destruí-lo, vou puxar a metralhadora", teria afirmado o presidente em relação ao adversário, segundo o jornal Le Canard Enchaîné, especializado nos bastidores da política francesa.
ESTILOS
O estilo impulsivo de Sarkozy, que já o levou a insultar pessoas em eventos públicos, com vocabulários normalmente não utilizados por presidentes, também é uma marca de sua personalidade.
Sarkozy propôs três debates na TV ao rival, que só aceitou o único inicialmente previsto. Hollande alegou que nas eleições anteriores somente um debate havia sido realizado.
Favorito nas pesquisas, com 53% a 55% dos votos, Hollande, segundo analistas, preferia evitar outros confrontos diretos com Sarkozy, que poderiam prejudicá-lo.
Se Sarkozy é visto como combativo, Hollande, ao contrário, é tido como conciliador, alguém que prefere evitar confrontos. Secretário-geral do partido socialista de 1997 a 2008, ele atuou para encontrar um consenso entre diferentes correntes do partido e evitar sua divisão.
"O debate não é uma luta de boxe. Eu não tenho esse comportamento. Isso é o estilo dele (Sarkozy), mas não o meu", disse Hollande na terça-feira, acrescentando que o debate "é importante, mas não é decisivo".
Durante as primárias socialistas para as eleições presidenciais, Hollande foi acusado por membros de seu próprio partido de ser "mole", "vago" em suas propostas e de não ter a estatura de um presidente.
O socialista foi apelidado nesta campanha por seus opositores de flã "Flanby", uma sobremesa da Danone.
Ele se define como um "homem normal", em oposição ao estilo exuberante de Sarkozy. O socialista chegou a dizer que continuaria tomando trens mesmo se for eleito.
Hollande, que perdeu vários quilos antes de se candidatar para, segundo comentários, assumir um ar mais solene, também é famoso por suas frases de humor.
PROGRAMAS
No debate nesta quarta, o presidente hiperativo e onipresente - que acabou atuando na prática, pela primeira vez na França, como chefe de Estado e primeiro-ministro ao mesmo tempo - deverá tentar mostrar que somente ele teria experiência para o cargo.
Hollande nunca foi ministro ou ocupou uma função governamental.
O socialista assegurou que não "treinou" para o debate desta quarta com alguém no papel de Sarkozy, como foi comentado na imprensa francesa.
O debate não será apenas um confronto de estilos, mas também de programas de governo.
Hollande prometeu modificar a reforma da aposentadoria feita por Sarkozy para permitir que pessoas que começaram a trabalhar jovens possam se aposentar aos 60 anos em vez de 62 anos.
Ele também disse que cancelará o aumento de um imposto semelhante ao ICMS brasileiro (chamado TVA, na França) que deve entrar em vigor em outubro.
O governo aumentou a alíquota desse imposto para financiar o seguro social. Em contrapartida, concedeu exoneração de encargos trabalhistas para aumentar a competitividade industrial do país.
O debate começará com discussões econômicas, sobre a dívida pública, o desemprego e a crise, e abordará também questões sociais, como a saúde e imigração, e internacionais, que se concentrarão sobre a presença militar francesa no Afeganistão e o terrorismo.
Uma parte das discussões também abordará o tipo de presidente que a França deve ter.
Especialistas avaliam que o debate, no entanto, dificilmente deverá mudar o resultado final da votação, devido à grande diferença a favor de Hollande, de seis a dez pontos percentuais, segundo pesquisas.
O debate deve durar duas horas e meia e deverá ser visto por mais de 20 milhões de telespectadores.
Tudo foi definido em conjunto entre as equipes dos dois candidatos, até a temperatura do ar condicionado. As câmeras não poderão mostrar as reações do rival enquanto um deles estiver falando.
01/05/2012-10h21
Holanda obriga coffeeshops a fechar portas ao turismo da droga
O turismo da droga tem seus dias contados na Holanda, onde nesta terça-feira entra em vigor a lei que limita a venda de maconha nos coffeeshops do sul do país, uma medida que pôs estes estabelecimentos em pé de guerra.
As três províncias que fazem limite com a Alemanha e a Bélgica (Brabante, Limburgo e Zeelandia) são as pioneiras em aplicar uma lei que se estenderá para o resto do país em 2013, um simbólico primeiro passo que cria as bases da muralha com a qual Holanda pretende proteger o consumo de maconha pelos estrangeiros.
Para isso, a lei obriga os coffeeshops a se transformarem em clubes privados com um máximo de 2.000 sócios, que deverão demonstrar que são residentes legais na Holanda.
Wiki Commons
Foto de coffeeshop em Maastricht; lei que limita venda de maconha entra em vigor
"Temos cerca de mil visitantes por dia", declarou resignado à Efe um funcionário da loja Easygoing.
O maior temor causado pela nova lei é que empurre as droga para as ruas. "Não sei se afetará à economia, mas me preocupa que apareçam traficantes", afirmou um jovem garçom.
As máfias que controlam as vendas ilegais são "as únicas que ganham com a lei", opinou Marc Josemans, proprietário da Easygoing e presidente de um consórcio de coffeeshops, que critica a medida como "moralista e contraproducente".
A medida conhecida como "Lei do Ópio" legalizou em 1976 a venda de cannabis nos coffeeshops holandeses, de modo que controlava sua circulação e a separava das drogas pesadas, como a cocaína e a heroína.
"É um m... As pessoas vão continuar fumando e se não podem entrar aqui, irão para a rua. Mas os traficantes têm também outras coisas e não controlam a qualidade", garantiu taxativa Petra, funcionária da loja Maxcy's.
O prefeito da cidade de Maastricht, Onno Hoes, está decidido a aplicar a lei e anunciou por meio de um comunicado que "a prefeitura, a polícia e os fiscais estão preparados para a introdução da lei".
DISQUE-DENÚNCIA
Contra os traficantes, a prefeitura aposta suas fichas nas denúncias da população, para o que criou um telefone contra as drogas disponível 24 horas nos sete dias da semana ou através de um e-mail.
"Dizem que vão pôr a polícia nas ruas, mas não vai funcionar. Se pegam um, haverá outros dez", previu Yolande, uma holandesa que vive na Bélgica e viaja até Maastricht com seu namorado para comprar maconha.
Além do problema do tráfico ilegal, a lei também reviveu o temor dos consumidores de maconha de serem estigmatizados.
"Muitos dos meus clientes não querem registrar-se", explicou Josemans, que põe em dúvida que a lei assegure a privacidade dos dados, já que as autoridades terão acesso a eles.
RECURSO NEGADO
Na última sexta-feira (27), os coffeeshops sofreram um novo revés, ao ser rejeitado o recurso que tinham posto nos tribunais contra a aplicação de uma norma que consideram discriminatória.
Josemans decidiu opor-se à lei da única maneira que resta em suas mãos: quebrando-a, para iniciar um novo processo judicial.
A Easygoing permitirá a entrada de não residentes, com o que a prefeitura terá que fechá-la um mês e impor-lhe uma multa, decisão da qual Josemans recorrerá.
Além disso, o proprietário impedirá a entrada de um grupo de clientes holandeses por não querer registrar-se, para que o denunciem por discriminação.
Josemans não perde a esperança que, no futuro, os tribunais anulem a lei. "Mas, mesmo assim, o dano já estará feito", lamentou.
02/05/2012-01h56
Suu Kyi toma posse no Parlamento em Mianmar
A vencedora do prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi e outros 42 membros da Liga Nacional para a Democracia (LND) tomaram posse nesta quarta-feira (2) de suas cadeiras no Parlamento de Mianmar, após dar por liquidada a polêmica sobre a fórmula para juramentar a Constituição.
Os representantes da formação opositora, escolhidos nas eleições parciais de 1º de abril, se negaram há uma semana a assumir seus cargos até que fosse trocado o termo "salvaguardar" por "respeitar", com relação à Constituição.
A LND mudou sua postura depois que na semana passada os líderes dos partidos com representação no Legislativo apoiaram em carta dirigida ao presidente da Câmara, Shwe Man, a emenda da fórmula de juramento proposta pela oposição.
Suu Kyi assinou o livro de registro do Parlamento em Naypyidaw antes de ocupar seu assento na Câmara acompanhada por 33 dos outros 42 membros da LND que foram escolhidos no pleito, segundo mostrou a televisão estatal.
A formação de Suu Kyi, que boicotou as eleições gerais legislativas realizadas em novembro de 2010, indicou que uma de suas prioridades será emendar a Constituição, que considera antidemocrática.
A atual Constituição foi aprovada em 2008 mediante um referendo e elaborada por uma comissão cujos membros foram escolhidos a dedo pelos dirigentes do regime militar que se sustentou no poder durante quase meio século.
A Carta Magna reserva para os chefes e oficiais das Forças Armadas uma cota de 110 das 440 cadeiras que compõem o Parlamento, além de 56 das 224 que constituem o Senado.
PROCESSO ELEITORAL
O partido de Suu Kyi e o liderado pelo presidente birmanês e ex-primeiro-ministro na última etapa de regime militar, Thein Sem, eram os únicos que tinham candidatos em todas as numerosas circunscrições eleitorais do país, a maioria localizada nas zonas rurais.
A votação foi realizada após o chefe das Forças Armadas, o general Min Aung Hlaing, ter rejeitado qualquer tentativa de reforma da Constituição que reduzisse o poder político dos militares.
Durante sua campanha, Suu Kyi defendeu uma diminuição das cadeiras do Congresso destinadas aos membros das Forças Armadas.
04/04/2012-09h08
Por crise, aposentado grego se suicida na frente do Parlamento
Um aposentado grego, de 77 anos, se suicidou nesta quarta-feira na frente do Parlamento do país devido às dificuldades econômicas que atravessava, segundo vários testemunhos citados pelos meios de comunicação locais.
Fontes da polícia consultadas pela Agência Efe confirmaram que o homem era grego, mas se negaram a comentar um possível motivo do suicídio.
O homem chegou ao local de metrô, se dirigiu até uma árvore situada no meio da esplanada e deu um tiro na cabeça, segundo as testemunhas citadas pela imprensa.
Uma funcionária da limpeza da prefeitura declarou que antes de suicidar-se o homem gritou que "não queria deixar dívidas para seus filhos", segundo um vídeo divulgado pelo canal informativo "Zougla".
Segundo o site "Newsit", o suicida era um farmacêutico aposentado, casado e com uma filha, e se encontrava afogado em dívidas.
Um vizinho o descreveu para o site como "um homem tranquilo" de quem não se esperava semelhante atitude.
PENSÕES CORTADAS
As pensões de aposentadoria foram cortadas em cerca de 15% desde o início das medidas de austeridade do governo em 2010.
Os suicídios aumentaram nos últimos três anos na Grécia e os especialistas acreditam que se trata de uma consequência da grave crise econômica.
Entre os anos de 2000 e 2008 houve uma média anual de 366 suicídios, uma das taxas mais baixas da Europa, segundo os dados da Autoridade Grega de Estatísticas.
Em 2009, 2010 e 2011 os números de suicídios aumentaram de forma notável, para situar-se, respectivamente, em 507, 622, e 598 até o dia 10 de dezembro de 2011, segundo um relatório da polícia grega entregue ao Parlamento.
Estes números representam um aumento anual de entre 38% e 69% em relação à média registrada nos anos anteriores.
02/05/2012-01h13
Carro-bomba explode na capital do Afeganistão
Um guarda e cinco civis morreram e 17 pessoas ficaram feridas em um duplo ataque suicida nesta quarta-feira (2) pelos talibãs contra uma pensão frequentada por estrangeiros em Cabul, informaram à Agência Efe fontes oficiais.
O atentado, registrado poucas horas depois da visita ao Afeganistão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ocorreu às 6h15 locais no leste de Cabul, em uma zona na qual há uma base das tropas da Otan.
No Afeganistão, Obama diz que está próximo de acabar com Al Qaeda
"Os mortos são um guarda nepalês, um estudante e outros três civis. Dezessete pessoas mais ficaram feridas", declarou à Efe o chefe da Polícia de Cabul, Mohammad Ayub Salangui.
Salangui acrescentou que no meio da manhã a zona já estava sob o controle das forças de segurança afegãs, depois de ter sido registrado um tiroteio com um número indeterminado de rebeldes que invadiram o edifício.
Embora o oficial tenha assegurado que os dois suicidas detonaram suas bombas na base militar internacional, o chefe do departamento de investigação criminal de Cabul, Mohammad Zahir, disse à Efe que os suicidas haviam atacado uma pensão.
Essa última versão foi confirmada por um porta-voz talibã, Zabiullah Mujahid, que reivindicou a autoria do ataque e disse que era uma resposta à visita de Obama, que chegou a Cabul nesta terça-feira em viagem surpresa.
"Ao saber que Obama vinha ao Afeganistão, nos preparamos para produzir esta operação em um dos locais mais importantes de Cabul. Este ataque aconteceu por sua chegada e pela venda de nosso país aos americanos", afirmou Mujahid.
Obama, que já não se encontra no país, assinou com seu colega afegão, Hamid Karzai, uma aliança estratégica bilateral de dez anos de duração que inclui assistência militar e financeira americana às autoridades afegãs.
O acordo entrará em vigor após a conclusão, em 2014, da retirada das tropas internacionais desdobradas há uma década no Afeganistão.
A visita coincidiu com o primeiro aniversário da morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em uma operação produzida por comandos americanos na cidade de Abbottabad, situada ao norte de Islamabad, capital do vizinho Paquistão.
VISITA SURPRESA
O presidente Barack Obama partiu de Washington no mais absoluto segredo e aterrissou em Bagram, onde foi recebido, entre outros, pelo embaixador dos EUA no Afeganistão, Ryan Crocker, e pelo vice-comandante das forças americanas nesse país, o tenente-general Mike Scaparotti.
Direto da Base Aérea de Bargram, Obama fez um pronunciamento na noite desta terça-feira (1) para os americanos.
Um ano após a morte de Osama Bin Laden, Obama disse que a guerra não teve como objetivo "construir um país a imagem dos EUA, mas sim destruir a Al Qaeda, o que estamos conseguindo".
Ele disse que o objetivo também era destruir a sede da Al Qaeda no Afeganistão para que não pudessem mais usar esse país como base para atacar os EUA.
01/05/2012-21h11
No Afeganistão, Obama diz que está próximo de acabar com Al Qaeda
Em viagem surpresa ao Afeganistão, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um pronunciamento na noite desta terça-feira para os americanos direto da Base Aérea de Bargram.
Um ano após a morte de Osama Bin Laden, Obama disse que a guerra não teve como objetivo "construir um país a imagem dos EUA, mas sim destruir a Al Qaeda, o que estamos conseguindo".
Ele disse que o objetivo também era destruir a sede da Al Qaeda no Afeganistão para que não pudessem mais usar esse país como base para atacar os EUA.
Kevin Lamarque/France Presse
O presidente americano Barack Obama faz pronunciamento na Base Aérea de Bagram, no Afeganistão
Obama lembrou que "nos últimos três anos devastamos a liderança da Al Qaeda, capturando 20 de 30 líderes (...) e matamos Bin Laden" e prometeu "um novo tipo de relação entre nossos países".
Ele explicou como seria o fim da missão, com a transição da liderança americana para as forças de segurança afegãs e a retirada de mais 23 mil soldados que, somado aos 10 mil retirados em 2011, representa a saida de 33 mil oficiais que foram enviados no fim de 2009, quando a administração dos decidiu mudar o foco do Iraque para o Afeganistão.
A retirada das tropas, segundo Obama, seria realizada até 2014, para evitar que os esforços não fossem perdidos.
Ele também admitiu negociar com o Taleban como força política desde que deixassem de apoiar a Al Qaeda e respeitassem as leis afegãs.
Aos americanos disse que não ficaria no país um dia a mais do que o necessário para a segurança dos EUA, mas que iria " terminar o que começamos".
"Nossas tropas fizeram o que tiveram o que fazer. (...) Daremos o suporte a eles e a família", disse Obama.
VIAGEM SURPRESA
O presidente partiu de Washington no mais absoluto segredo e aterrissou em Bagram, onde foi recebido, entre outros, pelo embaixador dos EUA no Afeganistão, Ryan Crocker, e pelo vice-comandante das forças americanas nesse país, o tenente-general Mike Scaparotti.
A visita do presidente ao Afeganistão, a terceira de seu mandato, aconteceu no primeiro aniversário da morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, em uma operação de comandos americanos na residência deste em Abbottabad, no Paquistão.
A campanha eleitoral de Obama dá grande destaque à morte de Bin Laden, o mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 que culminaram na guerra do Afeganistão, e a visita do presidente ao país nesta data simbólica irá reforçar essa mensagem.
Os republicanos têm criticado essa postura e dizem que Obama tem politizado a morte de Bin Laden
01/05/2012-22h35
Terremoto de 6,3 graus atinge costa do Pacífico no México
Um terremoto de 6,3 graus de magnitude momento ocorreu nesta terça-feira na costa do Pacífico mexicana, perto da fronteira com a Guatemala, informaram autoridades do estado de Chiapas (sul).
O Serviço Sismológico Nacional do México registrou o epicentro do terremoto a 126 km a sudoeste de Ciudad Hidalgo, na fronteira entre Chiapas e Guatemala, a uma profundidade de 40 km.
"Foram registradas réplicas, mas sem vítimas", salvo algumas crises de pânico, informou o serviço de proteção civil de Chiapas.
A assessoria de imprensa do Instituto de Proteção Civil para o Controle Integral de Riscos de Desastres informou que imediatamente após o tremor - calculado pelo Instituto Geofísico dos EUA em 6,3 graus de magnitude momento e o SSN em 6,1 na escala Richter - foi registrada uma réplica de 4,7 graus Richter.
O Sistema Estadual de Proteção Civil de Chiapas informou outros seis tremores na região, que é de alta sismicidade já que nela confluem três placas tectônicas, a de Cocos, a do Caribe e a da América do Norte, mas apenas o de Ciudad Hidalgo foi sentido pela população.
Também nesta terça-feira foi detectado um terremoto no centro do país, a cerca de 200 km a sudoeste da Cidade do México. Não houve informação de vítimas ou danos.
Esse foi o quarto terremoto a atingir a capital em pouco mais de um mês, desde que um tremor deixou dois mortos e uma dezena de feridos no último 20 de março.
01/05/2012-18h35
Obama assina acordo de aliança estratégica com presidente do Afeganistão
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu colega afegão, Hamid Karzai, assinaram nesta terça-feira em Cabul, onde o líder americano chegou em visita surpresa, um acordo de aliança estratégica.
Em breves declarações durante a cerimônia de assinatura no palácio presidencial na capital afegã, o presidente americano declarou que com o acordo "estamos comprometidos a substituir a guerra pela paz".
O acordo estabelece o novo marco de cooperação entre os dois países uma vez que se complete a retirada das tropas da Otan em 2014 e terá uma vigência de dez anos.
Mandel Ngan/France Presse
Barack Obama fala aos soldados na Base Aérea de Bagram, no Afeganistão
O pacto abrange tanto as áreas de comércio e economia como de segurança e governança.
Entre outras coisas, abre a porta para que os EUA mantenham uma presença militar no país asiático para treinar as forças afegãs - algo que quis fazer e não pôde no Iraque - e continue suas operações contra a rede terrorista Al Qaeda.
"Com a assinatura deste acordo estratégico, esperamos com antecipação um futuro de paz. Hoje concordamos em ser sócios em longo prazo", declarou o presidente americano.
A visita de Obama culminará com um discurso transmitido ao vivo à população americana desde a base militar de Bagram, nos arredores de Cabul, às 19h30 de Washington (20h30 de Brasília).
O líder partiu de Washington no mais absoluto segredo e aterrissou em Bagram, onde foi recebido, entre outros, pelo embaixador dos EUA no Afeganistão, Ryan Crocker, e pelo vice-comandante das forças americanas nesse país, o tenente-general Mike Scaparotti.
Dali, Obama se deslocou em helicóptero ao palácio presidencial de Karzai.
A visita do presidente ao Afeganistão, a terceira de seu mandato, aconteceu no primeiro aniversário da morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, em uma operação de comandos americanos na residência deste em Abbottabad, no Paquistão.
Segundo indicaram altos funcionários americanos que falaram sob a condição do anonimato, o momento da viagem dependeu das negociações sobre o acordo de aliança estratégica e o desejo de ambos presidentes de assiná-lo antes da Cúpula da Otan que será realizada este mês em Chicago.
LUZ NO FIM DO TUNEL
Na Base Aérea de Bagram, Obama afirmou diante de militares que a missão dos soldados americanos no Afeganistão será difícil, mas considerou que há uma "luz no fim do túnel".
"Haverá tristeza, dores e dificuldades no futuro, mas há uma luz no fim di túnel graças aos sacrifícios que vocês fizeram", disse Obama
01/05/2012-18h01
Júri condena homem que planejou atentado no metrô de Nova York
Um júri federal considerou na terça-feira um bósnio nascido cidadão dos EUA culpado de planejar um ataque suicida a bomba no metrô de Nova York em 2009, a mando de altos membros da Al Qaeda.
Adis Medunjanin, 28, recebeu a pena máxima de prisão perpétua depois de sua condenação em todas as acusações, incluindo conspiração para realizar um ataque suicida em solo americano, receber treino militar da Al Qaeda e conspirar para matar soldados norte-americanos que lutam no Afeganistão.
O co-conspirador de Medunjanin, Najibullah Zazi, foi preso em setembro de 2009, poucos dias antes de Medunjanin e um terceiro membro da trama, Zarein Ahmedzay, se prepararem para realizar o que o procurador geral dos EUA, Eric Holder, chamou de "uma das mais sérias ameaças terroristas" aos Estados Unidos desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
A promotoria havia argumentado que Medunjanin estava "pronto e disposto a se sacrificar para matar", dizendo que ele se comprometeu a realizar um ataque suicida em solo americano, uma missão dada a ele por membros da Al Qaeda que ele conheceu no Paquistão.
O júri começou as deliberações na segunda-feira para decidir se condenaria Medunjanin nas nove acusações contra ele. O juiz permitiu que os jurados se mantenham anônimos por sua segurança.
01/05/2012-13h22
Na Bolívia, Morales nacionaliza companhia de eletricidade espanhola
O presidente de Bolívia, Evo Morales, nacionalizou nesta terça-feira a empresa Transportadora de Eletricidade S.A., gerida pela Rede Elétrica Internacional --filial do Grupo Rede Elétrica, da Espanha-- e ordenou às Forças Armadas sua ocupação.
"O presente decreto supremo tem por objetivo nacionalizar a favor da ENDE (Empresa Nacional de Eletrificação), representante do Estado Plurinacional, o pacote acionário em mãos da sociedade Rede Elétrica Internacional na Empresa Transportadora de Eletricidade", afirmou Morales em um ato público no presidencial Palácio Quemado.
O presidente também ordenou às Forças Armadas "para que realizassem as ocupações das instâncias e administração da Transportadora de Eletricidade".
A TDE foi fundada em 1997 e possui 73% das linhas de transmissão, segundo sua página oficial na internet na Bolívia.
Cerca de 99,94% de seu capital estava em mãos da Rede Elétrica Internacional e 0,06% pertencia aos trabalhadores da empresa, de acordo com a página na web da empresa.
Morales, descentente indígena de tendência esquerdista, tomou a medida em meio de protestos de sindicatos, que exigem um incremento salarial superior aos 8% oferecidos pelo governo.
Ele já realizou outras nacionalizações no Dia do Trabalho desde que chegou ao poder em janeiro de 2006, para nacionalizar a produção de petróleo, empresas de eletricidade e de fundições.
ARGENTINA
A nacionalização ocorre pouco tempo depois de a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciar a expropriação da petroleira YPF, que era controlada pela espanhola Repsol.
Na última quarta (25), o Senado argentino aprovou por grande maioria o projeto de lei que retira as ações da companhia espanhola. A iniciativa, que passou à Câmara dos Deputados, foi aprovada por 63 votos a favor e três contra, além de quatro abstenções, após cerca de 15 horas de debate.
O projeto declara de "utilidade pública e sujeita a desapropriação" a fatia de 51% das ações da YPF em poder da Repsol, titular de uma participação total de 57,43% na petrolífera argentina, cujos outros sócios são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto os 17,09% restantes cotam nas bolsas de valores de Buenos Aires e Nova York.
O texto também inclui a desapropriação das ações da Repsol em sua controlada YPF Gás, distribuidora de gás butano e propano.
30/04/2012-21h25
Crise econômica cria risco de 'primavera europeia'
Maio está chegando e com ele, talvez, uma Primavera Europeia, já que, para a zona do euro, o mês promete turbulência.
A batalha pela Presidência da França é um precedente para a batalha pela Europa.
François Hollande - o candidato socialista e favorito para vencer as eleições da França - se colocou na vanguarda do primeiro movimento antiausteridade. Ao fazer isso desafiou Angela Merkel e a liderança alemã.
O candidato francês promete renegociar o chamado pacto fiscal (tratado que visa impôr a disciplina fiscal na zona do euro). Desde que a crise começou, não há tratado mais importante que esse para a chanceler (premiê) alemã.
Merkel disse no final da semana passada que ele "não pode ser renegociado". François Hollande deu uma resposta contundente: "Não será a Alemanha que decidirá por toda a Europa".
Se Hollande ganhar, dirá à Berlim: "a sua estratégia não está funcionando e o povo francês 'tomou uma decisão'". Ele quer retomar a ênfase no crescimento econômico.
O primeiro encontro entre os dois líderes será tenso, para se dizer o mínimo.
A Espanha será o foco das atenções da França e da Alemanha. Segundo um ministro espanhol, o país está "em uma crise de enorme magnitude". Ele comparou o país ao Titanic e alertou os alemães: "se houver um naufrágio, até os passageiros da primeira classe se afogarão".
REVOLTA
Os mercados não acreditam que a Espanha conseguirá reduzir seu deficit para 5,3%. Seus bancos ainda estão se recuperando da perda de bilhões em "empréstimos podres" da bolha imobiliária do país. Além disso, 367 mil trabalhadores perderam seus empregos nos três primeiros meses do ano.
A resistência à austeridade é crescente. No fim de semana aconteceram protestos contra os cortes na saúde e na educação.
Mais protestos estão marcados para terça-feira em frente a um encontro do Banco Central Europeu em Barcelona. Além disso, os "indignados" espanhóis podem repetir as ações do ano passado na metade deste mês de maio. Uma grande economia -que corresponde ao dobro das três economias já resgatadas- está prestes a necessitar ajuda.
No próximo domingo, os gregos terão eleições parlamentares. Eles ainda têm que implementar algumas medidas de austeridade que estavam entre as condições para a concessão de um segundo resgate negociado no mês passado.
É possível que a maioria dos parlamentares eleitos se oponha a cortes adicionais de gastos. A Grécia pode voltar a ficar em crise.
AJUSTE
No final de maio, os irlandeses opinarão sobre o pacto fiscal em um referendo. Os italianos estão realizando eleições locais. A população europeia está tendo uma chance para julgar a questão da austeridade. Na semana passada dois governos - da Holanda e da Romênia - caíram por causa dela.
Uma grande falha está sendo exposta no pacto fiscal de Merkel. Ele não é democrático. Também deixa de mãos atadas os futuros governos - e essa, de fato, era a intenção do tratado, mas ele não impede que os eleitores se oponham a mais cortes.
Na zona do euro, déficits estão sendo reduzidos. Mas o débito - em muitos casos - ainda está crescendo. O crescimento é praticamente inexistente. A recessão voltou a países como Espanha e Itália. A diferença entre as economias do sul da Europa e a alemã cresce cada vez mais.
Entre a cúpula da União Europeia cresce um temor de que a revolta contra a austeridade os atinja. Na semana passada, 30% dos franceses apoiaram partidos hostis ao bloco.
O resultado foi justificado como populismo - embora essa seja a explicação padrão para qualquer forma de crítica. Porém, aqueles eram os votos de pessoas reais.
O economista Nouriel Roubini descreveu a crise na eurozona como "um descarrilamento em câmera lenta".
Enquanto entramos em maio percebemos sinais de que a revolta contra a austeridade está ganhando força. Se isso acontecer será uma fase nova e imprevisível da crise europeia
29/04/2012-22h28
Bilionário australiano quer construir o Titanic 2
Um dos homens mais ricos da Austrália, Clive Palmer, revelou os planos de criar uma versão do século 21 do lendário navio Titanic. A embarcação será construída na China e a primeira viagem está prevista para ocorrer entre Inglaterra e Nova York em 2016.
Palmer, bilionário do setor da mineração, disse ter encomendado à estatal chinesa CSC Jinling Shipyard a construção do Titanic 2 com as dimensões exatas de seu famoso predecessor.
"Será tão luxuoso quanto o Titanic original, mas é claro que contará com tecnologia de ponta do século 21 e os mais avançados sistemas de segurança e navegação", afirmou Palmer em um comunicado.
"O Titanic 2 navegará no hemisfério norte e sua viagem de estreia, da Inglaterra a Nova York, está prevista para o fim de 2016", acrescentou.
"Nós convidamos a Marinha chinesa para escoltar o Titanic 2 em sua viagem inaugural até Nova York", emendou.
O anúncio ocorre semanas depois do centenário de afundamento do Titanic, que foi a pique em 15 de abril de 1912 após colidir contra um iceberg em sua viagem inaugural, entre Southampton e Nova York.
Palmer disse que o novo navio será uma homenagem ao espírito dos homens e mulheres que trabalharam no cruzeiro original.
"Essas pessoas fizeram um trabalho que ainda causam admiração mais de cem anos depois e nós queremos que este espírito continue vivo por mais cem anos", afirmou.
O Titanic foi operado pela White Star Line e foi o maior navio de cruzeiro do mundo na época.
Palmer afirmou que sua própria companhia de navegação, a Blue Star Line, ficará a cargo do navio, que terá as mesmas dimensões de seu antecessor, com 840 quartos e nove decks.
29/04/2012-20h14
Sudão declara estado de emergência em fronteira e expulsa 12 mil para o Sul
O governo do Sudão declarou neste domingo estado de emergência na fronteira com o Sudão do Sul e ordenou que 12 mil sul-sudaneses deixem seu território dentro de uma semana.
As medidas chegam após dias de uma escalada nos conflitos entre os dois países africanos.
O estado de emergência passa a valer nos distritos de fronteira dos Estados de Kordofan do Sul, Nilo Branco e Sennar, indica a agência de notícias estatal Suna.
Em outro desdobramento, o Sudão do Sul anunciou a retirada de suas tropas da região de disputa em Abyei. O país chegou a ocupar as instalações petrolíferas de Heglig por dez dias, mas retrocedeu.
Após uma sangrenta guerra que durou quase 20 anos e matou mais de 1,5 milhão, o Sudão e o Sudão do Sul se separaram no ano passado e desde então vêm mantendo confrontos em torno das fronteiras e dos campos de produção de petróleo, principal fonte de renda das duas nações.
O estado de emergência "dá ao presidente [do Sudão] e a qualquer um dentro de seu mandato o direito" de estabelecer tribunais especiais em parceria com o chefe de Justiça, diz a agência Suna.
Mais cedo, tropas dos dois países mantiveram confrontos na fronteira, informa Andrew Harding, correspondente da BBC que está no local. Ele diz que as forças sul-sudanesas dispararam contra helicópteros do Sudão, o que levou a uma resposta das tropas do Norte.
EXPULSÃO
Mais de 12 mil pessoas de origem sul-sudanesa terão que abandonar suas casas no lado sudanês da fronteira dentro de uma semana, anunciou o governo do Norte neste domingo.
Eles fazem parte de um grupo de uma população estimada em 350 mil que se mudou para o Norte em 2002 em busca de trabalho após um acordo de paz. Segundo os detalhes do acordo havia um prazo para que eles regularizassem sua situação ou deixassem o país.
No sábado, o Sudão prendeu quatro estrangeiros (um sudanês do sul, um sul-africano, um britânico e um norueguês) por terem supostamente entrado de forma ilegal no campo de produção de petróleo de Heglig -região de disputa entre os dois países.
A missão da ONU no Sudão do Sul disse que os quatro eram trabalhadores humanitários envolvidos na retirada de minas terrestres da região e que não estavam nas proximidades das instalações petrolíferas. Um deles trabalha nas Nações Unidas.
Os quatro foram levados à capital sudanesa, Cartum, para investigações. A empresa de um deles diz que os funcionários trabalham na remoção de minas terrestres, possuem imunidade da ONU e estavam em território sul-sudanês
29/04/2012-08h37
Lei quer obrigar árabes israelenses a prestarem serviços comunitários
Os jovens árabe-israelenses terão que realizar algum tipo de trabalho comunitário ao invés de cumprirem serviço militar como faz a maioria judaica, segundo uma nova lei que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, apresentará ao Parlamento.
Os debates sobre a lei estão previstos para começar em 9 de maio. O objetivo é dividir de maneira mais equitativa o serviço militar no país. Atualmente, os judeus ultra-ortodoxos e a minoria palestina são dispensados da obrigação.
"A divisão desta obrigação deve ser alterada. A lei atual será modificada para se tornar mais equitativa e justa", reconheceu neste domingo o primeiro-ministro num encontro com militares reservistas.
Os homens judeus devem servir obrigatoriamente o exército por 36 meses, e as mulheres, por 24.
"A nova lei incluirá também a prestação de serviços comunitários por parte dos árabes", afirmou Netanyahu, segundo um comunicado de seu gabinete.
Os árabes-israelenses nunca serviram pois o exército sempre duvidou da lealdade desse segmento da população. Além disso, os próprios palestinos se negam a ingressar na corporação de um estado que não julgam como seu e que ocupa a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
O governo ainda precisa elaborar os detalhes da medida, mas propostas anteriores sugeriam que os árabes-israelenses prestem serviços para sua própria comunidade, composta por mais de um milhão de pessoas em Israel.
A mudança na lei sobre o serviço militar foi exigida pela Suprema Corte, que em fevereiro negou o direito dos judeus ultra-ortodoxos a não servirem no exército. O juízes determinaram que o governo israelense crie uma lei mais equitativa antes de agosto.
Em sua reunião de hoje com os reservistas, o primeiro-ministro não mencionou a questão dos jovens ultra-ortodoxos, que são isentos do serviço obrigatório para estudar em instituições religiosas.
Ontem, o ministra das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, do partido Israel Beitenu, disse que a data das próximas eleições no país depende da nova lei e afirmou que sua formação apoia o alistamento para todos.
Já os dois partidos ultra-ortodoxos da coalizão governamental ameaçaram abandonar o governo caso a lei obrige os jovens religiosos a servirem
02/05/2012-09h30
Deficientes que não podem dirigir terão isenção de ICMS em carro
Pessoas com deficiência e que não podem dirigir terão isenção do ICMS na compra de veículos em 2013. A decisão é de convênio firmado pelo Confaz publicado no mês passado.
Hoje, a isenção já é concedida a pessoas que, apesar de alguma deficiência, podem dirigir com adaptações no carro. A decisão inclui agora pessoas com deficiência intelectual, visual, física e autistas.
O carro pode ser comprado pela própria pessoa ou por seu representante legal. Para dirigir, poderão ser indicados até três condutores autorizados, sendo possível a troca destes, desde que seja feito um pedido ao órgão competente.
O valor do carro, somados os impostos, não pode superar R$ 70 mil. Se for revendido em até dois anos para alguém que não tem o direito ao benefício, os impostos deverão ser pagos
02/05/2012-08h00
Redes brasileiras exportam churrasco e macarrão
Nos próximos três anos, a rede de churrascarias Fogo de Chão pretende abrir de 10 a 12 unidades nos Estados Unidos, em cidades como Boston e Nova York.
No Brasil, os planos são mais modestos: a previsão é inaugurar apenas três lojas nesse período.
A opção pelo mercado americano reflete uma estratégia particular do grupo, que busca cidades com mais de 2,5 milhões de pessoas para instalar suas churrascarias.
Mas não só. A exemplo da Fogo de Chão, grupos como Giraffas e Trigo, dono do Spoleto, estão acelerando seus planos de internacionalização, numa demonstração de apetite das redes por consumidores de outros países.
A queda nos preços do aluguel dos imóveis comerciais após a crise e a expectativa de vender para uma população com maior poder aquisitivo explicam a estratégia.
Fundada em 1979 por dois irmãos gaúchos -e vendida integralmente em 2011 para o fundo de investimentos GP--, a Fogo de Chão já tem 18 unidades nos Estados Unidos, ante sete no Brasil.
"Identificamos 52 cidades com potencial para receber um de nossos restaurantes; somente três no Brasil", diz o paranaense Jandir Dalberto, um ex-passador de carne que hoje é presidente da rede.
Com 360 lojas no Brasil, a Giraffas abriu sua primeira loja internacional em Miami, na região nobre de Bal Harbour, em julho de 2011. Até o fim de 2013, serão 11 lojas.
INVESTIMENTO
O perfil das lojas teve de ser modificado para atender o consumidor americano.
Além de mais espaçosas, as lojas têm um modelo misto de atendimento, com pedidos no caixa, mas também garçons que servem à mesa. O cardápio também sofreu alterações -há ingredientes mais nobres em saladas e em massas, segundo a empresa.
Fabiano Silva/Divulgação
Unidade da rede brasileira Giraffas em Miami ; grupo pretende abrir 11 lojas no exterior até o final de 2013
O investimento em uma loja da rede nos Estados Unidos também é maior: de US$ 650 mil (R$ 1,24 milhão), ante US$ 355 mil (R$ 675 mil) em uma franquia no Brasil.
Segundo o presidente da subsidiária americana, João Barbosa, com um tíquete médio de US$ 12 a US$ 16 (de R$ 23 a R$ 30), a companhia não compete com redes como McDonald's e Burger King.
A fim de abrir as primeiras 11 unidades, a companhia levantou R$ 35,5 milhões com investidores brasileiros, alguns deles donos de lojas da rede no Brasil.
Para especialistas, a expansão internacional deve vir acompanhada de planejamento e estudo dos hábitos locais. "A escolha dos parceiros, sejam fornecedores, seja o próprio franqueado, é outro ponto crítico", diz Adir Ribeiro, da consultoria Praxis.
A rede Habib's, uma das maiores do país, teve de desistir de seus planos no México, após problemas com franqueados. Em 2006, a empresa fechou sua última loja no país -chegou a ter oito unidades mexicanas.
01/05/2012-00h11
Número de declarações do IR chega a 25,2 milhões e supera estimativa
A Receita Federal recebeu 25.244.122 declarações do Imposto de Renda 2012. O número ficou um pouco acima da estimativa da Receita, que esperava 25 milhões de documentos. Também foi maior que o registrado nos dois últimos anos --24,36 milhões, em 2011, e 25,17 milhões, em 2010.
Contribuinte retardatário poderá enviar declaração do IR amanhã
Veja página especial sobre o IR 2012
O prazo terminou às 23h59 de ontem. Segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, não houve problemas durante a entrega das declarações.
Quem não conseguiu entregar no prazo, poderá enviar a declaração a partir das 8h do dia 2 de maio, próxima quarta-feira, pagando multa que varia de R$ 165,74 até 20% do imposto devido.
O primeiro lote de restituições sairá no dia 15 de junho. Os seguintes estão agendados para 16 de julho, 15 de agosto, 17 de setembro, 15 de outubro, 16 de novembro e 17 de dezembro.
EXTRATO
O extrato da declaração do IR deste ano já está disponível no portal e-CAC. Para acessá-lo, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita ou ter um certificado digital emitido por autoridade habilitada.
O acesso ao extrato permite ao contribuinte identificar, entre outros detalhes, eventuais pendências que acarretam a retenção da declaração em malha e saiba como resolvê-las, mediante a apresentação de declaração retificadora.
Se houver pendências na declaração, causadas por erros cometidos pelo contribuinte, ele poderá fazer sua autorregularalização. Para isso, deve retificar a declaração, corrigindo os erros apontados pela Receita.
Quanto mais cedo for efetuada a correção, mais rapidamente será liberada a restituição. No caso de IR a pagar, a correção dentro do prazo de entrega da declaração (até segunda-feira) evita a incidência de multa e juros.
Para gerar o código de acesso ao portal e-CAC, o contribuinte precisará informar o número do recibo de entrega das declarações dos dois últimos exercícios
01/05/2012-08h15
Contribuinte retardatário poderá enviar declaração do IR amanhã
O contribuinte que não entregou a declaração do IR deste ano até ontem terá de esperar até amanhã para acertar suas contas com o fisco. É que ontem à meia-noite a Receita desligou o sistema de recepção das declarações.
Número de declarações do IR chega a 25,2 milhões e supera estimativa
Veja página especial sobre o IR 2012
Amanhã, às 8h (horário de Brasília), a Receita colocará na internet o novo programa para os retardatários acertarem suas contas com o leão. A nova versão do programa gera a notificação da multa por atraso na entrega e o respectivo Darf para pagamento.
Assim, quem não entregou nem deve perder tempo hoje fazendo a declaração. É que, agora, só dá para declarar com o novo programa. O Receitanet, para enviar a declaração, não será modificado.
Após enviar a declaração, o contribuinte terá de imprimir o Darf para pagar a multa. Isso vale tanto para o contribuinte que tiver restituição como para aquele que ainda tiver imposto a pagar.
No caso desses últimos, será preciso também imprimir o Darf para pagar a primeira parcela (ou única), que vence no dia 31 deste mês. Essa cota terá correção de 1%.
A multa para quem entregar com atraso é de 1% ao mês sobre o IR devido. A multa mínima é de R$ 165,74; a máxima, de 20%. Se não houver imposto devido, a multa é de R$ 165,74.
O contribuinte que já enviou a declaração e tiver de retificá-la não precisa baixar o novo programa.
Basta retificar o que estiver errado (na ficha Identificação do Contribuinte é preciso indicar que se trata de declaração retificadora) e enviar.
28/04/2012-09h34
Sean diz pensar em visitar o Brasil quando for mais velho
Sean Goldman, o menino que nasceu nos Estados Unidos, foi trazido ao Brasil e voltou ao país de origem após decisão judicial, disse ontem que pensa em visitar o Brasil quando ficar mais velho.
Impedida de ver neto, avó critica exposição de Sean
Sean diz que pai é seu melhor amigo
"[Quando penso no Brasil], penso que talvez um dia volte para visitar, mas quando ficar mais velho, porque vou conseguir lidar com os sentimentos [...]. [Agora não porque] não quero ficar triste. Tem gente que gosta de mim lá, mas tem gente que gosta de mim aqui."
Reprodução/Dateline/NBC
O menino Sean Goldman
"Tive sentimentos contraditórios", disse o garoto ontem, quando perguntado se queria voltar aos EUA, em entrevista à rede americana NBC. Foi a primeira vez que ele falou sobre o assunto.
Sean, 11, foi levado ao Brasil sem consentimento paterno pela mãe, Bruna Bianchi, em 2004. Depois de se separar do marido, ela se casou de novo e morreu após o parto da filha, em 2008.
No ano seguinte o STF deu ao pai biológico o direito de levar o filho aos EUA.
Sean afirmou que sente falta da mãe. "Eu fico triste de vez em quando, mas eu tento viver com isso."
Ele também destacou mais de uma vez a boa relação que tem com o pai biológico, David Goldman, a quem chamou de melhor amigo.
Reprodução
David Goldman, pai de Sean, durante entrevista a TV
O garoto disse que os últimos dois anos, período em que teve de se readaptar aos EUA, 'não foram nada fáceis', mas que o pai o ajuda. "Agora tenho um guia, meu pai. É mais fácil [do que os cinco anos que ficou no Brasil] porque tenho meu pai."
DAVID
O pai do garoto também deu entrevista e disse que a família brasileira foi cruel.
"Disseram a ele que eu não o amava. Ele teve que sucumbir ao sequestrador, que foi manipulador, narcisista e cruel", disse David à NBC.
A NBC pagou viagens de David ao Brasil durante a batalha judicial pela guarda da criança e disponibilizou o avião que levou a família do Rio aos EUA. Goldman não dá entrevistas a outras empresas de comunicação.
A família brasileira de Sean nega acusações feitas ontem por David.
"Ele diz frases de efeito em contexto de estratégia promocional. É estratégia para vender o livro que ele mesmo anuncia no fim da entrevista", diz o advogado Carlos Nicodemos, que representa a avó materna.
27/04/2012-08h15
Impedida de ver neto, avó de Sean critica exposição de criança
Há dois anos e meio sem ver o neto, Sean Goldman, 11, e há um ano e meio sem receber qualquer notícia dele --na última vez que se falaram, ele ligou e conversou com ela em inglês-- Silvana Bianchi disse ontem estar chocada com a exibição do menino na TV norte-americana.
Sean diz que pai é seu melhor amigo em entrevista à TV americana
"Ele [David Goldman, o pai de Sean] não deixa meu neto ter qualquer tipo de comunicação com a família materna e diz que é para o preservar, mas o expõe em um programa de TV em rede nacional nos Estados Unidos."
Helio Cardoso-24.dez.09/AFP
Sean é levado pelo padrasto ao Consulado dos Eua no Rio, onde foi entregue ao pai
Para Silvana, a permissão de Goldman para que Sean seja entrevistado em um programa de TV é "completamente absurda".
Ela não quis ver o trailler do programa no site da rede de TV. "Vai doer demais rever meu neto assim", disse.
A avó afirma que todas as atitudes de Goldman configuram alienação parental --quando o pai ou a mãe isolam a criança para que os laços afetivos com o outro lado da família se rompam.
"Se está tudo tão bem entre eles, se é tudo tão lindo, por que Sean não pode nem ao menos ver a irmã?"
Sean tem uma irmã brasileira, Chiara, 3, filha do segundo casamento de sua mãe, Bruna Bianchi. Um dos recursos que tramitam na Justiça brasileira pede que Chiara possa ver o irmão.
ENTREVISTA
Em trechos divulgados pela emissora americana NBC, Sean fala sobre o período que estava no Brasil, durante a disputa de sua guarda. Ele conta como estava confuso. "Eu não queria ficar sozinho, então eu tive que esconder meus sentimentos e tentar viver com... a situação", disse.
Na entrevista, Sean conta que sua relação com o pai, David Goldman, vai além da relação pai e filho, e que ele é seu melhor amigo. O garoto também relatou que tinha medo de perguntar a avó porquê o pai biológico não estava presente. A entrevista com o garoto será exibida hoje nos EUA. A emissora NBC custeou a viagem de Sean e seu pai do Rio de Janeiro para a Flórida, em 2009.
Reprodução/Dateline/NBC
O garoto Sean Goldman, 11, é entrevistado pela a apresentadora Meredith Vieira, no americano canal NBC
DISPUTA
Nascido nos Estados Unidos, Sean veio ao Brasil em 2004 com a mãe, Bruna Bianch, que morreu em 2008. O menino era criado pelo padrasto e pelos avós maternos.
Desde a morte de Bruna, David Goldman e a família brasileira disputam a guarda do menino. O caso ganhou repercussão internacional e envolveu até a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que cobrou das autoridades brasileiras a devolução do garoto para o país.
Goldman vivia com a brasileira em Nova Jersey desde 1999 --o filho nasceu em 2000. Segundo ele, em 2004, Bruna levou o menino ao Brasil de férias, mas ao chegar ao país avisou que queria o divórcio e que manteria o filho no Rio. Para o pai, o menino foi sequestrado e foi mantido ilegalmente no Rio com os avós.
Depois que ordem de 2004 da Justiça de Nova Jersey para devolução do garoto não foi cumprida, Goldman notificou o Departamento de Estado dos EUA. Ele também entrou com um processo no Brasil.
Entretanto, Bruna --que se casou novamente--, morreu no parto de sua filha com o segundo marido, em 2008. O padrasto, João Paulo Lins e Silva, assumiu a disputa judicial pela criança.
Os advogados de Lins e Silva argumentaram na Justiça que não há, no caso, desrespeito à Convenção de Haia --como alegou Goldman--, acordo internacional relativo à proteção de crianças e à cooperação sobre adoção. Por ter saído dos EUA acompanhado da mãe, e por ser brasileiro, não teria havido sequestro.
Sean voltou aos Estados Unidos graças a uma decisão do então presidente do STF, Gilmar Mendes, que suspendeu uma liminar que garantia a permanência do menino no Brasil. Sean deixou o Brasil na véspera de Natal de 2009.
26/04/2012-21h01
Sean diz que pai é seu melhor amigo em entrevista à TV americana
O garoto Sean Goldman, 11, conversou com a apresentadora Meredith Vieira, do canal americano NBC, e falou pela primeira vez na imprensa sobre sua vida após retornar para os EUA com o seu pai, em 2009. A entrevista com o garoto será exibida na noite de amanhã (27) nos EUA.
Impedida de ver neto, avó de Sean critica exposição de criança
Na entrevista, Sean conta que sua relação com o pai, David Goldman, vai além da relação pai e filho, e que ele é seu melhor amigo.
Em trechos divulgados pela emissora, Sean fala sobre o período que estava no Brasil, durante a disputa de sua guarda. Ele conta como estava confuso. "Eu não queria ficar sozinho, então eu tive que esconder meus sentimentos e tentar viver com... a situação", disse.
Reprodução/Dateline/NBC
O garoto Sean Goldman, 11, é entrevistado pela a apresentadora Meredith Vieira, no americano canal NBC
A emissora NBC custeou a viagem de Sean e seu pai do Rio de Janeiro para a Flórida, em 2009.
Durante a entrevista, Sean também relatou que tinha medo de perguntar a avó porquê o pai biológico não estava presente.
DISPUTA
Nascido nos Estados Unidos, Sean veio ao Brasil em 2004 com a mãe, Bruna Bianch, que morreu em 2008. O menino era criado pelo padrasto e pelos avós maternos.
Helio Cardoso - 24.dez.2009/AFP
Sean Goldman ao lado do padrasto antes de ir morar com o pai nos EUA; avós maternos não poderão visitar garoto
Desde a morte de Bruna, David Goldman e a família brasileira disputam a guarda do menino. O caso ganhou repercussão internacional e envolveu até a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que cobrou das autoridades brasileiras a devolução do garoto para o país.
Goldman vivia com a brasileira em Nova Jersey desde 1999 --o filho nasceu em 2000. Segundo ele, em 2004, Bruna levou o menino ao Brasil de férias, mas ao chegar ao país avisou que queria o divórcio e que manteria o filho no Rio. Para o pai, o menino foi sequestrado e foi mantido ilegalmente no Rio com os avós.
Depois que ordem de 2004 da Justiça de Nova Jersey para devolução do garoto não foi cumprida, Goldman notificou o Departamento de Estado dos EUA. Ele também entrou com um processo no Brasil.
Entretanto, Bruna --que se casou novamente--, morreu no parto de sua filha com o segundo marido, em 2008. O padrasto, João Paulo Lins e Silva, assumiu a disputa judicial pela criança.
Os advogados de Lins e Silva argumentaram na Justiça que não há, no caso, desrespeito à Convenção de Haia --como alegou Goldman--, acordo internacional relativo à proteção de crianças e à cooperação sobre adoção. Por ter saído dos EUA acompanhado da mãe, e por ser brasileiro, não teria havido sequestro.
Sean voltou aos Estados Unidos graças a uma decisão do então presidente do STF, Gilmar Mendes, que suspendeu uma liminar que garantia a permanência do menino no Brasil. Sean deixou o Brasil na véspera de Natal de 2009
01/05/2012-08h45
Avó de Sean afirma que aceita acordo com pai do garoto
Os advogados de Silvana Bianchi, avó materna de Sean Goldman, 11, disseram ontem (30) que ela aceita encerrar a disputa jurídica com o pai do garoto, que o levou para os Estados Unidos em 2009, desde que consiga visitar o neto.
Sean diz pensar em visitar o Brasil quando for mais velho
Impedida de ver neto, avó critica exposição de Sean
Sean diz que pai é seu melhor amigo
Reprodução/Dateline/NBC
O menino Sean Goldman
A defesa de Silvana, porém, condiciona o fim da briga na Justiça à retirada da exigência de pagamento de US$ 200 mil (cerca de R$ 377 mil) para os advogados de David Goldman, pai de Sean.
A afirmação foi feita durante entrevista realizada dois dias depois da primeira entrevista de Sean, à rede americana NBC, na qual o garoto falou sobre sua vida nos EUA.
Silvana é mãe de Bruna Bianchi, que trouxe Sean para o Brasil em 2004, separou-se de David e, após novo casamento, morreu ao dar à luz sua segunda filha, em 2008.
Goldman, que ficou sem ver o filho desde sua saída dos EUA, recuperou a guarda do menino em 2009, após decisão do Supremo Tribunal Federal. A partir de então, estabeleceu critérios para que Bianchi pudesse visitá-lo.
Reprodução
David Goldman, pai de Sean, durante entrevista a TV
Ontem, os representantes de Bianchi afirmaram que ela aceita as condições, com exceção do pagamento aos advogados. "Essa condição é imprópria, uma vez que o sr. Goldman teve advogados públicos para defendê-lo no Brasil", disse Carlos Nicodemos, advogado da avó.
Ele lembrou ainda que a decisão do STF que deu ao pai a guarda do filho estabelecia "um esquema de visitação incondicional da família ao garoto", o que não ocorreu.
Caso não haja acordo, os advogados disseram que vão mover outra ação, em um tribunal federal americano, argumentando que a Convenção de Haia garante o direito de a avó visitar o neto.
Eles frisaram que a família não quer rever a decisão que deu a guarda do menino ao pai, apenas busca garantir seu direito de visita.
01/05/2012-05h48
Carro com material radioativo é encontrado no Rio de Janeiro
Policiais militares localizaram na madrugada desta terça-feira o carro que carregava o material radioativo selênio-75, na Cidade Alta, em Cordovil, zona norte do Rio de Janeiro. Os policiais chegaram ao local após receber uma denúncia anônima e encontraram o carro trancado e abandonado.
Segundo a polícia, estiveram no local os bombeiros do GOPP (Grupamento de Operações com Produtos Perigosos), técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear e da empresa Arctest que transportava o selênio-75. Após todos os procedimentos de segurança, eles constataram que a caixa com o material radioativo estava intacta.
O carro que carregava o material radioativo foi roubado por volta da meia-noite de sábado (28), próximo ao Trevo das Missões, na rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro.
Cinco homens armados abordaram o carro e renderam dois funcionários da empresa que viajavam no veículo, que transportava a substância.
Diana Brito/Folhapress
Imagem de material radioativo semelhante ao roubado no Rio
30/04/2012-18h02
Material radioativo roubado no Rio pode matar se manuseado, diz especialista
O diretor de radioproteção e segurança nuclear da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), Ivan Salati, alertou nesta segunda-feira sobre o risco de manipulação do material radioativo roubado em um veículo, sábado à noite, próximo ao Trevo das Missões, na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
O material radioativo roubado é selênio-75. A substância é usada para gamagrafia industrial, uma espécie de raio-X para verificar as condições de soldas em gasodutos e oleodutos.
Diana Brito/Folhapress
Imagem de material radioativo semelhante ao roubado no Rio
Segundo especialistas da Cnen, se o equipamento de proteção for violado, a pessoa que manusear a substância pode sofrer queimaduras ou, dependendo do tempo de manipulação, pode ter uma necrose que leve à amputação de algum membro. Tecidos internos também podem ser afetados, causando a morte.
"Essa fonte de selênio-75 fica envolvida em uma cápsula dupla de aço, dentro de um tubo. É necessário uma ferramenta apropriada para abrir esse equipamento, o que torna ele difícil de ser violado", disse Salati.
"De qualquer forma, emitimos um alerta em especial para donos de lojas de ferro-velho e depósitos. Todos devem ficar atentos e informar às autoridades caso localizem o material. Estamos com uma equipe de prontidão para isso", afirmou.
A porção de selênio-75 que estava no carro era aproximadamente a de um cilindro de 5 mm de altura por 5 mm de diâmetro. "A periculosidade das fontes de material radioativo é classificada em uma escala de cinco graus, em que o primeiro é o mais perigoso. A quantidade roubada pode ser considerada como de terceiro grau", explicam os especialistas da Cnen.
Os especialistas destacaram ainda que o material custa em média R$ 85 mil, mas só pode ser comercializado com os documentos de licenciamento de fábrica. "Também confirmamos que o carro roubado estava devidamente adesivado com o sinal de perigo, além dos funcionários da empresa terem alertado os bandidos para o risco da substância", disse Salati.
ROUBO
O Renault Logan pertence à Arctest, empresa especializada em inspeção e manutenção de equipamentos industriais. De acordo com a 59ª Delegacia de Polícia (Caxias), cinco homens armados abordaram o carro e renderam dois funcionários da empresa que viajavam no veículo, quando seguiam para a sede da empresa na Baixada Fluminense.
O material radioativo ainda não foi encontrado. Policiais civis e militares realizam uma operação na Baixada Fluminense para tentar localizar o veículo.
Caso o material seja localizado, as pessoas devem entrar em contato com a Cnen pelos telefone 0/xx/21/9218-6602 ou 0/xx/21/2173-2920, ou pelo Disque-Denúncia (0/xx/21/2253-1177).
30/04/2012-09h34
EUA mudam a partir desta segunda-feira o agendamento de visto
Entra no ar hoje o novo sistema de agendamento de vistos para os Estados Unidos. O cadastro tem de ser feito pela página http://brazil.usvisa-info.com. O endereço anterior (www.visto-eua.com.br) foi desativado.
Agora, será preciso ir duas vezes, em dois dias diferentes, a uma representação americana para tirar o visto pela primeira vez. Antes, uma única visita bastava.
Isso porque o consulado criou postos para dar o primeiro atendimento; eles abrirão no dia 7, segunda que vem. O segundo atendimento será no próprio consulado.
NOVOS POSTOS
Em São Paulo serão dois postos, em Pinheiros (zona oeste) e na Saúde (zona sul). Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Belo Horizonte também terão postos.
Segundo o Consulado Geral dos EUA em São Paulo, o usuário poderá agendar as visitas em dias consecutivos.
No primeiro dia, o interessado irá ao posto para tirar impressões digitais e entregar documentos. Uma foto digital será tirada na hora; até então, o candidato tinha que levar uma foto 5 x 5.
A segunda etapa é uma entrevista no consulado. Quem for renovar o visto pode ser dispensado; o sistema de agendamento decidirá, após o usuário responder a algumas perguntas. O consulado, no entanto, não revela quais são os critérios adotados para dispensar a entrevista.
Outra alteração é a criação de uma taxa única, de US$ 160 (R$ 301,54). Até então eram três taxas. O pagamento poderá ser feito pelo site de agendamento, com a emissão de um boleto, por exemplo.
FILA
A intenção do consulado é reduzir a fila do visto de 35 para 20 dias, para facilitar a ida de brasileiros aos EUA. Outra meta é ampliar de 3.400 para 5.000 o número de vistos processados por dia no consulado de São Paulo.
No ano passado, 1,5 milhão de brasileiros viajaram para os EUA. A previsão para este ano é de 1,78 milhão.
29/04/2012-18h40
"Virei bandido", diz empresário abordado por engano pela PF no Pará
Um empresário de 40 anos de Santarém (PA) afirma ter sido humilhado por agentes da Polícia Federal ao ser confundido com um vizinho investigado por exploração de máquinas caça-níqueis.
Dono de um restaurante na cidade, Junior Chaves diz ter sido acordado em casa por cerca de 30 policiais federais às 8h de quarta-feira (25). Os agentes tinham um mandado de busca e apreensão. Na casa estavam ainda a mulher e os sogros do empresário.
"Ouvi o interfone tocando de forma até estúpida, achei que fosse alguém brincando, um bêbado. Quando abri a janela vi 30 policiais do lado de fora, enfileirados no muro da minha casa, com armas na mão. Quando perguntei sobre o que se tratava, gritaram: `Polícia Federal, abre a porta, bandido! A casa caiu!'."
Chaves conta que mora em uma avenida movimentada e uma multidão assistia à cena. "Me senti muito humilhado e envergonhado."
Segundo o relato do empresário, após abrir o portão com as mãos na cabeça, os policiais lhe deram uma chave de braço e o empurraram em direção à casa. Pediram então para ele chamar quem mais estivesse ali. Sua mulher apareceu escoltada por um policial e, logo em seguida, viu seus sogros.
"Minha esposa disse que eu não era bandido. Perguntaram então se ela não sabia que era casada com um marginal, com um vagabundo."
Chaves disse que só se deu conta do que estava acontecendo quando os policiais o chamaram pelo nome de seu vizinho. "Quando eu disse que não era ele, perguntaram:'Você quer pagar uma de otário pra gente? Faz um mês que estamos te seguindo. O delegado disse ainda que não importava que eu não fosse, que era para calar a boca ou seria preso por desacato."
O número da casa que estava no mandado era do imóvel de Chaves, mas o nome era de seu vizinho.
Alguns policiais, porém, foram à casa de seu vizinho e confirmaram o engano. O delegado ainda pediu o contrato de aluguel do empresário para conferir as informações e levou o documento.
Divulgação Polícia Civil do Pará
Polícia apreende 65 máquinas "caça-níqueis" em Santarém, no Pará
Segundo Chaves, um policial cochichou no ouvido do outro e todos "murcharam". "Saíram sem pedir desculpas. Só disseram que esperavam que eu entendesse, porque estavam cumprindo ordens."
O empresário disse que não pretende, por enquanto, acionar a Justiça para pedir indenização.
"Gostaria apenas que se retratassem publicamente. Não consigo dormir, a família toda ficou muito abalada com essa humilhação. Depois a PF disse na imprensa que a operação havia ocorrido dentro da normalidade, mas não podem achar isso normal. Para quem assistiu à cena na rua, virei bandido."
O empresário ficou com uma cópia do mandado de busca. Ele conta que um delegado da Polícia Civil e seu vizinho, que já foi libertado, lhe pediram desculpas. "Eu sou branco e tenho 1,81 metro. Meu vizinho é mais moreno, careca. Não temos nada a ver. Não sei que investigação foi essa que eles fizeram."
A operação Caça e Caçador, de combate ao jogo ilegal na região de Santarém, envolve as polícias Federal e Civil do Pará, e já dura dez meses.
Procurada, a Polícia Federal disse que só poderia comentar as afirmações do empresário nesta segunda-feira (30).
28/04/2012-18h05
Polícia prende 35 pessoas suspeitas de exploração de jogos ilegais no Pará
A Polícia Civil prendeu 35 pessoas por exploração de jogos eletrônicos ilegais neste sábado em Santarém, no oeste do Estado do Pará.
"Virei bandido", diz empresário abordado por engano pela PF no Pará
Ao todo, 65 máquinas eletrônicas programadas, os chamados "caça-níqueis", foram apreendidas na Operação Caça e Caçador das polícias Civil e Federal que já dura dez meses.
Entre os presos estão os comerciantes que operavam os caça-níqueis e quatro empresários que coordenavam as atividades na região.
Divulgação Polícia Civil do Pará
Polícia apreende 65 máquinas "caça-níqueis" em Santarém, no Pará
Segundo a Polícia Civil, os envolvidos na operação tinham atividades de "fachada" para camuflar a exploração ilegal de jogos de azar.
No total, 75 estabelecimentos comerciais foram alvos da operação, além do prédio onde funciona a loteria Para Todos.
Nesses locais, foram apreendidos documentos e aproximadamente R$ 100 mil em dinheiro.
29/04/2012-13h16
Homem deve indenizar ex-noiva por desistir de casar 3 dias antes
A Justiça condenou um homem a pagar mais de R$ 36 mil a ex-noiva por ter desistido do casamento apenas três dias antes da cerimônia. Ele recorreu da decisão, mas a indenização foi mantida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Segundo o TJ, o rapaz afirmou que não queria a festa de casamento, que teria sido imposta pelos pais da noiva. Ele alegou ainda que não há comprovação do prejuízo sofrido por eles.
O relator do processo, o desembargador Carlos Henrique Miguel Trevisan, concluiu, porém, que ele poderia, "de forma digna e menos desumana, ter desistido do casamento antes da confecção e da distribuição dos convites e da adoção das providências referentes à realização da festa."
Trevissan afirmou ainda na decisão que a conduta do ex-noivo foi leviana e desvinculada de preocupação com os sentimentos alheios. Com isso, foi mantida a indenização de R$ 26.750 à ex-noiva e à família dela por danos materiais e mais R$ 10 mil por danos morais.
De acordo com o TJ, o homem já vivia com a ex-noiva havia cerca de nove anos e eles têm duas filhas.
28/04/2012-15h43
Manaus decreta emergência por cheia do rio Negro
A Prefeitura de Manaus decretou na sexta-feira (27) situação de emergência na cidade em razão da cheia do rio Negro, que já atinge cerca de 20 mil pessoas. O decreto vale por 90 dias.
Manaus tem bairros em atenção por causa da cheia do rio Negro
Manaus vai decretar situação de emergência por causa de cheias
No texto publicado no Diário Oficial, o prefeito Amazonino Mendes (PDT) cita "iminente ocorrência de desastre natural e humano em diversas áreas" e que "serviços de meteorologia alertam que a cidade de Manaus enfrentará uma das maiores enchentes já registradas em toda a história".
As fortes chuvas que ocorrem perto das nascentes do rio Negro nas últimas semanas fizeram com que o nível atingisse 29,02 metros.
Essa já é a 11ª maior enchente em 110 anos e se aproxima da marca histórica de 29,77 metros, registrada em 2009, segundo o Serviço Geológico do Brasil, órgão federal que monitora dos rios da Amazônia.
O plano de emergência que será executado prevê construção de pontes de madeira, distribuição de medicamentos e concessão do "Cartão Enchente" de R$ 400 para pessoas cadastradas e comprovadamente prejudicadas pela enchente.
A Defesa Civil diz que não haverá distribuição de madeira para elevação de assoalho das casas. A prática é comum na região de alagamentos, mas pode provocar desabamentos.
A prefeitura diz que deve instalar bombas para retirar água que fica parada nas ruas mais baixas do centro histórico de Manaus.
Com o decreto, autoridades ficam autorizadas a entrar nas casas, mesmo sem o consentimento do morador, para prestar socorro ou determinar a evacuação da área. A prefeitura também fica autorizada a interditar e desapropriar imóveis particulares.
A situação de emergência pode ser prorrogada por até 180 dias
02/05/2012-09h41
Brasil quer metas de sustentabilidade no encontro da ONU
O Brasil está fazendo um esforço de lobby para dar metas à Rio+20. Numa reunião preparatória em Nova York, o país tentará resgatar os chamados ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), um dos resultados esperados da cúpula do Rio.
O texto da conferência que está sendo negociado na sede da ONU, chamado de "Rascunho Um", enfraqueceu os objetivos ao propor que eles sejam estabelecidos apenas a partir de 2015. O texto também não diz quantos serão os ODS.
O anfitrião da conferência do Rio e vários outros países querem que os objetivos, oito ou dez, sejam lançados já na Rio+20 e adotados em 2015.
A reunião de Nova York está esvaziada, reflexo do desânimo com a Rio+20 e, segundo diplomatas, tem avançado lentamente
24/04/2012-19h47
Brasil apoia criação de órgão sobre desenvolvimento sustentável
O Brasil apoiará, na Rio+20, a criação de um novo órgão da ONU responsável por discutir ações na área de desenvolvimento sustentável. Segundo a delegação brasileira, há concordância entre os países que participarão da conferência sobre a criação do novo órgão.
Hoje existe a Comissão de Desenvolvimento Sustentável na ONU, que foi criada na Eco-92 para avançar o debate sobre o tema.
"Isso demonstrou ser insuficiente. Do ponto de vista de ONU, por ser uma comissão, ela está em um nível de hierarquia que não permite a ela dar ordens a outros órgãos. A ideia é criar um órgão que esteja em um nível hierárquico, e aí se diz um conselho, para que possa garantir coerência no tratamento do tema na ONU", disse o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, secretário-executivo da Comissão Nacional da Rio+20.
O embaixador participou nesta terça-feira, em Nova York, de um evento para discutir a conferência mundial da ONU sobre desenvolvimento sustentável que ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro. O debate foi organizado pelos jornais "Financial Times" e "Valor Econômico".
Desde segunda-feira, a ONU faz a terceira rodada de negociações sobre o Rascunho Zero, documento que pautará a conferência.
Segundo Machado, a criação do conselho mudaria a incorporação das três dimensões do desenvolvimento [social, econômica e ambiental] na ONU. "A ONU passaria a ter uma função na área de desenvolvimento que hoje ela não tem."
O embaixador disse ainda que a falta de financiamento para as ações que promovam desenvolvimento é sensível. "Não há dúvida que há obrigações dos países desenvolvidos que não foram cumpridas nessa área e essas obrigações não podem ser transferidas para os países emergentes."
Os países ricos não cumpriram, por exemplo, o compromisso de aumentar a assistência ao desenvolvimento para 0,7% do PIB.
Luciano Coutinho, presidente do BNDES que também participou do evento nesta terça-feira, afirmou que o banco de desenvolvimento, assim como outras instituições de fomento, estarão presentes na Rio+20, mas admitiu que há desafios para financiar as ações.
"Não é um bom momento para a conferência, que requer visão de futuro, generosidade e comprometimento. Para ser franco, não estamos vendo isso na economia global", disse o executivo.
03/05/2012-08h23
PF faz operação para prender 25 suspeitos de traficar drogas
A PF (Polícia Federal) realiza na manhã desta quinta-feira uma operação para cumprir 25 mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento no tráfico internacional de drogas. As buscas acontecem nos Estados do Paraná, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Além dos mandados de prisão, a polícia deve cumprir também 27 mandados de busca e apreensão nos cinco Estados. Ao todo, 105 policiais federais participam da ação, que recebeu o nome de Deadline. Até as 8h20, ainda não havia um balanço de pessoas presas .
As investigações que levaram a deflagração da operação começaram em novembro de 2011 após indícios de que os criminosos estariam escondendo cocaína em contêineres despachados no porto de Paranaguá. A droga era recolhida no porto de origem por outros membros da quadrilha, se acordo com a PF.
Durante o período de investigações, a polícia apreendeu 139 kg de cocaína, sendo 21 kg localizados no porto de Rio Grande, 38 kg apreendidos no porto de Valência, na Espanha, e 70 kg de cocaína apreendidos no porto de Antuérpia, na Bélgica. Além disso, cinco pessoas foram presas durante as investigações.
03/05/2012-08h07
Lucro do Banco do Brasil tem queda de 15% no trimestre
O Banco do Brasil, maior instituição financeira do país, anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, queda de 14,7% na comparação anual e retração de 15,8% ante o período imediatamente anterior. A queda ocorre em meio a maiores provisões para perdas diante da tendência de aumento da inadimplência.
Inadimplência e recursos contra calote derrubam lucro do Santander
Com inadimplência em alta, lucro do Itaú cai 3% no 1º trimestre
Bradesco eleva reservas contra calotes em 20%; lucro sobe no 1º tri
A carteira de crédito ampliada, que inclui garantias prestadas e os títulos e valores mobiliários privados, chegou a R$ 473,1 bilhões em março, crescimento de 19% em 12 meses e participação de 19,2% do mercado nacional.
A taxa de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias atingiu 2,2% da carteira de crédito, superior aos 2,1% registrados no mesmo período do ano passado. O banco destaca que o resultado ficou abaixo do registrado no Sistema Financeiro Nacional, de 3,7%.
Os ativos do Banco do Brasil alcançaram R$ 1 trilhão no período, evolução de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% a dezembro de 2011.
"Essa marca histórica está diretamente relacionada ao crescimento da carteira de crédito, especialmente consignado, baixa inadimplência e melhoria da eficiência operacional", diz em comunicado ao mercado.
No entanto, o BB teve despesas com provisões para perdas com devedores duvidosos de R$ 3,576 bilhões no período, aumento de 36% em um ano e o maior nível desde pelo menos o quarto trimestre de 2009.
Os resultados do Bradesco, Itaú e Santander, divulgados na semana passada, foram afetados pela inadimplência. As provisões deles também tiveram que aumentar no período.
CRÉDITO POR SEGMENTO
O crédito às pessoas físicas atingiu R$ 133 bilhões ao final de março, evolução de 14,2% em um ano. Esse montante representa 28,1% da carteira total do BB.
A instituição destaca o crescimento do crédito consignado que atingiu R$ 52,6 bilhões, expansão de 14,3% em 12 meses e 31,8% de participação de mercado.
No segmento de pessoas jurídicas, a carteira de crédito apresentou expansão de 17,8% em 12 meses, registrando saldo de R$ 211,4 bilhões.
Para o BB, o destaque foi para as operações com micro e pequenas empresas, "que tiveram o desempenho impulsionado por linhas de investimento, cujo crescimento foi de 27,8% na comparação em 12 meses e 9,7% contra o quarto trimestre de 2011".
A instituição destacou no anúncio do resultado que o crédito imobiliário "mantém sua trajetória de crescimento com saldo de R$ 8,6 bilhões em março, expansão de 107,3% em 12 meses". Os desembolsos no trimestre atingiram R$ 1,3 bilhão, 57,8% a mais do que o observado no primeiro trimestre de 2011.
O volume de negócios com pessoas jurídicas chegou a R$ 357,4 milhões e de pessoas físicas a R$ 975,2 milhões. Dentro do Programa Minha Casa Minha Vida foram financiadas 10,8 mil unidades habitacionais com 2.600 famílias atendidas.
02/05/2012-18h29
Câmara aprova criminalização da exigência de cheque caução em hospital
Condicionar atendimento médico-hospitalar emergencial a qualquer garantia, como o cheque caução, está mais perto de se tornar crime.
A Câmara aprovou nesta quarta-feira projeto de lei que estabelece detenção de três meses a um ano, além de multa, para o estabelecimento médico-hospitalar que exigir cheque caução, nota promissória ou qualquer outra garantia para realizar o atendimento de emergência.
Também fica proibido determinar preenchimento de formulários administrativos antes do socorro. As medidas valem para hospitais públicos e privados. A proposta, que muda o Código Penal, segue para análise do Senado.
Pela proposta, a pena será aumentada até o dobro se a recusa ao atendimento resultar lesão corporal de natureza grave, e até o triplo, se provocar a morte. Os hospitais também terão que exibir cartazes informando que é crime exigir garantias para prestar serviços de emergência.
Atualmente, a cobrança do cheque caução já pode ser questionada com base no crime de omissão de socorro, mas a nova redação dará mais segurança aos pacientes, além de prever punições mais duras aos hospitais que insistirem na cobrança de garantias.
O projeto foi encaminhado ao Congresso pelo Executivo após a morte de Duvanier Ferreira, secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, que sofreu um infarto. Ele procurou dois hospitais particulares de Brasília, mas não portava talão de cheque nem a carteira do plano de saúde e, diz a família, teve atendimento negado.
Diante do falecimento do assessor, a presidente Dilma Rousseff determinou que o governo tratasse de evitar novas vítimas por omissão. Se for aprovado, o projeto deve ser chamado de "Lei Duvanier".
02/05/2012-16h14
STJ obriga pai a pagar R$ 200 mil a filha por abandono
Em decisão inédita, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou que um pai deve pagar indenização de R$ 200 mil para a filha pelos danos morais causados por abandono afetivo.
Ela afirma não ter recebido suporte afetivo do pai durante a infância e adolescência e de ter sido tratada de forma diferente de seus outros filhos.
O processo, originado em 2000 em Sorocaba (99 km de São Paulo), havia sido julgado improcedente em primeira instância. O Tribunal de Justiça de São Paulo havia reformado a primeira decisão e concedido uma indenização no valor de R$ 415 mil. Com o recurso para o STJ, o valor baixou para os R$ 200 mil, que devem ser corrigidos desde 2008.
A ministra Nancy Andrighi, relatora do processo, afirmou que no caso não se discutia o amor do pai pela filha, e sim o seu dever jurídico de cuidar dela. "Amar é faculdade, cuidar é dever", afirmou.
A filha já é adulta, casada e com filhos, mas segundo a relatora, "os sentimentos de mágoa e tristeza causados pela negligência paterna perduraram".
O STJ já havia analisado a questão em outros processos, nos quais recusou o pedido, sob o argumento de que não caberia indenização em caso de abandono afetivo. Um deles foi levado a julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que também recusou o pedido de indenização.
O advogado do pai afirmou que deve recorrer no processo. Ele afirmou que estuda a possibilidade de levar a questão ao Supremo.
No Congresso, tramitam dois projetos que pretendem acrescentar na lei a possibilidade de indenização pelo dano moral decorrente do abandono afetivo
03/05/2012-09h03
Rio Solimões enche e cidade do AM improvisa hospital em balsa
Com 75% do território inundado pelas águas do rio Solimões, a Prefeitura de Anamã (165 km a oeste de Manaus) está abrigando famílias, um hospital e até o lixo da cidade dentro de embarcações por causa da cheia do rio Solimões.
O município estuda decretar calamidade pública.
O hospital foi transferido para uma balsa de ferro de dois andares. Outra embarcação está sendo utilizada como depósito de lixo.
O prefeito Jecimar Matos (PSD) disse que não conseguiu resolver a situação da delegacia, que está metade submersa, com 13 presos.
Outro problema, segundo o prefeito, é o surgimento de um caso de doença de Chagas. Uma mulher foi transferida para tratamento no hospital de doenças tropicais de Manaus.
Ontem, o rio Solimões estava com 13,63 metros --53 cm acima do nível de emergência e com tendência de vazante (descida das águas). O problema é que as águas só devem baixar na cidade daqui a 60 dias, segundo o Serviço Geológico do Brasil, que monitora os rios amazônicos.
DESABRIGADOS
Segundo a Prefeitura de Anamã, 18 famílias (90 pessoas) atingidas pela enchente do Solimões estão alojadas em um barco de madeira alugado pelo município. A embarcação tem capacidade para 200 pessoas e está ancorada no porto da cidade, de 10.214 habitantes.
As 34 escolas públicas do município tiveram as aulas suspensas.
No Amazonas, 38 municípios decretaram situação de emergência por causa das cheias, incluindo Anamã.
Ao todo, há 321.200 pessoas afetadas (64.240 famílias) pelas inundações dos rios Solimões, Juruá, Purus, Madeira e Negro.
Em Manaus, 3.050 casas (onde moram 16.325 pessoas) foram inundadas pelas águas do rio Negro, segundo a Defesa Civil. A prefeitura construiu 2.649 pontes de madeira em áreas alagadas.
Ontem, o rio estava com 29,30 metros --se subir mais 47 cm, chega ao recorde de 29,77 m, registrado em 2009.
02/05/2012-19h03
Supremo decide que área de conflito na Bahia é uma reserva indígena
Diante do agravamento no conflito entre índios e fazendeiros no sul da Bahia, o STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o julgamento de uma ação que envolve a área em disputa e reconheceu, por 7 votos a 1, que o local é uma área indígena, determinando a anulação dos títulos de terras existentes no local.
Os fazendeiros terão de deixar o local, mas a forma como será a retirada ficará a cargo da União, que definirá, inclusive, se eles poderão receber indenizações por perderem o registro de suas propriedades.
A ação julgada nesta quarta-feira (2) foi proposta pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em 1982, pedindo a declaração de nulidade de todas as propriedades de não índios que estivessem dentro da chamada Reserva Indígena Caramuru/Catarina/Paraguaçu.
A área, localizada no Sul da Bahia, tem 54 mil hectares e abriga os índios pataxós hã hã hãe. Na época em que entrou com a ação, há 30 anos, a Funai pediu a anulação que 396 propriedades. Um laudo feito por técnicos do STF, no entanto, constatou que boa parte daqueles registros estaria fora da reserva e a validade não estaria, portanto, em questão.
O caso começou a ser julgado em 2008, quando o relator do caso, o hoje aposentado Eros Grau, votou pela nulidade dos títulos de terra. Ontem, o caso foi retomado com o voto da ministra Cármen Lúcia.
Além de Eros e Cármen, votaram pela anulação dos títulos concedidos dentro da reserva indígena os ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Cezar Peluso, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto.
Apenas Marco Aurélio Mello votou contra o pedido da Funai, por entender que os atos de concessão das terras foram feitos em "boa fé". Ele também argumentou que boa parte dos índios que vivia lá deixou, com o passar do tempo, a região.
Luiz Fux, por ter substituído Eros Grau, não pode votar, enquanto Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli estavam impedidos por terem atuado na causa quando ocuparam o cargo de advogado-geral da União. Já o ministro Ricardo Lewandowski não participou do julgamento por estar na Suíça, representando o tribunal.
O voto vencedor foi liderado pela ministra Cármen Lúcia. Ela afirmou que o processo era composto de 25 volumes repletos de "sofrimento, lágrimas, sangue e morte".
A ministra lembrou que foi exatamente a disputa sobre essa área que trouxe o índio Galdino a Brasília, em 1997. Naquele ano, ele foi queimado vivo por adolescentes de classe média, quando dormia em uma parada de ônibus e acabou morrendo.
De acordo com Cármen Lúcia, os índios pataxó hã hã hãe já ocupam cerca de 42 mil hectares do total e que a área da disputa se restringe aos 12 mil hectares restantes. Nos últimos anos, alguns fazendeiros já deixaram o local, após o recebimento de indenizações.
Em seu voto, ela ainda observou que das 396 propriedades inicialmente questionadas pela Funai, apenas 186 estariam dentro da reserva indígena e somente essas foram anuladas.
Segundo a ministra, a própria Funai e a AGU (Advocacia-Geral da União) chegaram a reconhecer que não havia a certeza absoluta sobre todas as propriedades que estariam dentro da área questionada.
A área em questão foi demarcada em 1938, mas nunca chegou a ser homologada pelo Governo Federal. Para os ministros, no entanto, o fato não impede que o território seja considerado indígena.
CONFLITO
No último fim de semana, o conflito deixou um morto e um ferido a bala e fez com que a Polícia Federal enviasse para a região o COT (Comando de Operações Táticas), uma "tropa de elite" que atua na contenção de distúrbios.
Exatamente por isso, o STF decidiu julgar o caso, que não estava na pauta. No início da sessão desta quarta-feira, que deveria analisar uma ação contra o Prouni, Cármen Lúcia pediu a palavra e argumentou que, apesar de não estar agendado, o caso deveria ser julgado com urgência pela situação de "extremo conflito".
02/05/2012-15h50
Forças Armadas fazem megaoperação na Amazônia
O governo brasileiro inicia nesta quarta-feira (2) uma megaoperação para combater narcotráfico, garimpos ilegais e desmatamento irregular na fronteira norte da Amazônia. O Exército chegou a enviar um representante a países vizinhos para esclarecer eventuais temores com a operação.
A ação, denominada "Agata 4", levará 8.700 militares para a fronteira do Brasil com Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Serão usados ainda 11 navios, nove helicópteros e 27 aviões.
A região é considerada o ponto fraco da Amazônia, por ter 5.500 km de fronteira seca e poucas guarnições das Forças Armadas.
A perspectiva de intensa movimentação de tropas próximo à fronteira causou apreensão nos países vizinhos.
Porém, segundo o general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto do Ministério da Defesa, a ação não é uma demonstração de força. Equipes diplomáticas visitaram os governos vizinhos para assegurar que a manobra não tem caráter hostil.
"Eu fui à Venezuela, à Guiana e ao Suriname para explicar o sentido da operação [de combater a criminalidade do lado brasileiro da fronteira]. Não é um problema de defesa da pátria", disse De Nardi.
Segundo ele, a ação ocorrerá apenas em solo brasileiro e visa fortalecer a presença do Estado em uma das regiões mais remotas do país.
Contudo, apesar de oficialmente não ter objetivo geopolítico, a operação Agata também não é um mero exercício militar. "É uma operação real, os militares levarão munição real e podem ocorrer tiros reais", disse o general.
A realização da "Agata 4" foi uma determinação da presidente Dilma Rousseff. Três ações semelhantes já foram realizadas no centro-oeste e no sul em 2011 e mais duas devem ocorrer ainda em 2012.
Forças Armadas
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Ministério da Defesa/Divulgação
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Forças Armadas fazem megaoperação na Amazônia
NARCOTRÁFICO
O objetivo da operação será destruir garimpos e pistas de pouso ilegais, além de "sufocar" o tráfico de maconha e cocaína que possui rotas de entrada no Brasil pelo norte da fronteira.
Segundo o Ministério da Defesa, a operação "Agata 3", realizada em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia em 2011, bloqueou a passagem de criminosos pela fronteira e causou um do preço das drogas no mercado negro.
De acordo com estimativa da pasta, só no Mato Grosso a elevação foi de 60% em Cárceres e 100% em Cuiabá.
A estratégia do governo é represar o tráfico de drogas, madeira e metais preciosos durante 20 ou 30 dias e depois encerrar a operação.
A tendência é que os criminosos preparem então grandes carregamentos logo após a retirada dos militares.
Nesse período, a Polícia Federal, com ajuda da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), deflagrará a Operação Sentinela e fará incursões pontuais na região para fazer prisões e apreender cargas ilegais.
02/05/2012-11h01
Dilma sanciona lei que cria fundo e novo regime para servidores
A presidente Dilma Rousseff sancionou, com três vetos, a legislação que cria a Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal). A lei foi publicada na edição desta quarta-feira do "Diário Oficial da União".
Com o novo modelo, o governo pretende diminuir o deficit da Previdência Social, que no setor público deve atingir R$ 61 bilhões neste ano. O novo regime não entra imediatamente em vigor. Isso ocorrerá quando o órgão regulador do setor de fundos de pensão no Brasil, a Previc, der o sinal verde para a constituição de cada fundo, o que deve ocorrer em até 30 dias. A partir daí, os novos servidores passarão a ser incorporados ao Funpresp.
Até lá, quem for nomeado ainda estará sob o atual regime de previdência, ainda em vigor. O Funpresp não atinge os servidores antigos.
MUDANÇAS
O atual regime de previdência dos servidores públicos federais garante aos que ingressaram no setor público até 2004 o último salário integral como benefício ao se aposentar, e aqueles que tomaram posse depois de 2005 recebem o equivalente a 80% de uma média dos maiores salários que foram recebidos.
O novo servidor que não quiser contribuir para o Funpresp receberá ao se aposentar, no máximo, o teto do INSS --hoje em R$ 3.916,20 por mês. Caso deseje receber mais ao se aposentar, o servidor poderá contribuir para seu fundo de pensão, o Funpresp, com a parcela do salário que superar o teto do INSS. Isto é, o servidor federal passará a ser enquadrado como um trabalhador da iniciativa privada da perspectiva previdenciária.
A diferença é que o servidor contará com o aporte do Tesouro Nacional, que vai contribuir em igual proporção ao Funpresp em até 8,5%.
VETOS
De acordo com o texto publicado hoje, a presidente vetou o ponto que previa a fiscalização do fundo dos servidores do Judiciário pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e dois parágrafos que tratavam da composição e do mandato da diretoria-executiva dos fundos de previdência.
A presidente vetou os parágrafos 7º e 12º do artigo 5º, que definem a estrutura organizacional das entidades previdenciárias do setor público.
O parágrafo sete dizia que dois dos quatro membros das diretorias executivas dessas entidades seriam eleitos diretamente pelos participantes e assistidos pelo Funpresp. Já o parágrafo 12 dizia que todos os membros da diretoria eleitos teriam mandato de quatro anos.
Os parágrafos foram vetados, de acordo com descrição na seção do "Diário Oficial" porque, de acordo com a Lei Complementar 108/2001, a forma de composição e o mandato da diretoria-executiva têm de ser definidos no estatuto da entidade.
Também foi vetado um parágrafo que definia que, no caso da Funpresp-Jud, as propostas de aprovação do estatuto, de adesão de novos patrocinadores e de instituição de planos devem estar acompanhadas de manifestação favorável tanto do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto do CNJ.
De acordo com a justificativa da Presidência para o veto, "a proposta causaria assimetria em relação à forma de gestão dos Fundos dos demais Poderes".
02/05/2012-08h25
'Diário Oficial' publica nomeação de Brizola Neto para o Trabalho
O "Diário Oficial da União" publica em sua edição desta quarta-feira (2) a nomeação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) como ministro Trabalho. A indicação ao cargo já havia sido confirmada oficialmente pelo Palácio do Planalto na segunda-feira.
Ele deve tomar posse nesta quinta-feira (3), dando fim a um impasse que já durava cinco meses, após a saída de Carlos Lupi (PDT) que deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.
Novo ministro, Brizola Neto diz que PDT 'tende a marchar pela unidade'
Dilma convida Brizola Neto para assumir Ministério do Trabalho
Deputado Brizola Neto deve assumir Ministério do Trabalho
Leonardo Carvalho - 28.jan.10/Folhapress
Brizola Neto (à esq.), convidado para assumir o Ministério do Trabalho, ao lado do ex-ministro Carlos Lupi
A pasta era comandada interinamente por Paulo Roberto Santos Pinto desde dezembro do ano passado.
O convite a Brizola Neto foi feito pessoalmente na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff, em reunião que durou mais de meia hora. Ele foi recebido no Planalto logo após reunião da presidente com o próprio Lupi, que é presidente do PDT, e o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
Além de Brizola Neto, o PDT apresentou os nomes do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) e do secretário-geral do partido, Manoel Dias. O partido controla o ministério desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
01/05/2012-12h15
Novo ministro, Brizola Neto diz que PDT 'tende a marchar pela unidade'
Anunciado na segunda-feira (30) como o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT) afirmou nesta terça-feira (1º) que o seu partido "tende a marchar pela unidade".
"A grande questão agora é a unidade partidária. É importante o partido dar sinalização de unidade. Creio que não teremos dificuldade porque existem questões maiores a nos unir do que divergências desse processo de escolha do ministro", afirmou o novo ministro, que participa das comemorações do Primeiro de Maio em São Paulo.
Planalto oficializa indicação de Brizola Neto para pasta do Trabalho
Leonardo Carvalho - 28.jan.10/Folhapress
Brizola Neto (à esq.), convidado para assumir o Ministério do Trabalho, ao lado do ex-ministro Carlos Lupi
A indicação de Brizola Neto não era unanimidade no partido e foi tratada como "indicação pessoal" da presidente. Sua posse acontece na próxima quinta-feira (3).
Dilma deu ao novo ministro a missão de unificar o PDT. "Este primeiro momento é de buscar reafirmar a unidade do partido em torno do fundamental, que a nossa identidade e o apoio ao governo Dilma", disse Brizola Neto. "[A divergência] é resultado do processo natural da escolha. Com o desfecho dessa questão, o partido tende a marchar no caminho da unidade."
A pasta é comandada interinamente por Paulo Roberto Santos Pinto desde dezembro do ano passado, quando o ex-ministro Carlos Lupi deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.
Além de Brizola Neto, o PDT apresentou os nomes do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) e do secretário-geral do partido, Manoel Dias. O partido controla o ministério desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
APOIO
Em nota divulgada ontem, a presidente disse que Brizola Neto "prestará grande contribuição ao país" e destacou sua trajetória política como ex-secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, ex-vereador e deputado federal.
Dilma ainda agradeceu ao ministro interino. "A presidenta agradeceu a importante colaboração do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente do Ministério no primeiro ano de seu governo, e do ministro interino Paulo Roberto dos Santos Pinto na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos", diz a nota.
Apesar da resistência de parte da bancada do PDT, o deputado, de 33 anos, conquistou nos últimos meses o aval da Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Brizola Neto assumirá o posto de ministro mais novo da Esplanada. Neto de Leonel Brizola, fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, o deputado exerce o segundo mandato na Câmara dos Deputados.
Chegou a liderar o PDT em 2009 e teve uma atuação sempre fiel ao governo. Em 2011, se licenciou da Câmara para exercer o cargo de secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro.
Em seu site, ele destaca a ligação com o avô. "O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo."
30/04/2012-11h27
Dilma convida Brizola Neto para assumir Ministério do Trabalho
Após conversar com o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), a presidente Dilma Rousseff convidou nesta segunda-feira (30) o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para assumir a pasta.
Deputado Brizola Neto deve assumir Ministério do Trabalho
Leonardo Carvalho - 28.jan.10/Folhapress
Brizola Neto (à esq.), convidado para assumir o Ministério do Trabalho, ao lado do ex-ministro Carlos Lupi
Brizola Neto é favorito para o posto há meses, mas enfrentava resistência dentro de seu próprio partido, que comanda o ministério.
Dilma queria nomear o ministro hoje para evitar passar o feriado do Dia do Trabalho sem um titular na pasta.
PDT
Após o encontro com Dilma, Carvalho telefonou para parlamentares do PDT informando a decisão da presidente. O nome deve ser oficializado entre hoje e amanhã.
A pasta era comandada interinamente por Paulo Roberto dos Santos Pinto desde dezembro, quando Lupi não resistiu as suspeitas de irregularidades em sua gestão. O PDT controlava o ministério desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, Lula defendeu, em conversa com a presidente, a definição do titular da pasta.
Apesar de enfrentar resistência de parte da bancada do PDT, o deputado, 33 anos, conquistou nos últimos meses o aval da centrais: Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Brizola Neto assumirá o posto de ministro mais novo da Esplanada. Neto de Leonel Brizola, fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, o deputado exerce o segundo mandato.
Chegou a liderar o PDT em 2009 e teve uma atuação sempre fiel ao governo. Em 2011, se licenciou da Câmara para exercer o cargo de secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro.
Em seu site, ele destaca a ligação com o avô. "O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo."
1º DE MAIO
A escolha ocorre um dia antes das comemorações do Dia do Trabalho, nesta terça-feira (1º).
Dilma não deve participar das comemorações em São Paulo. Enviará Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) em seu lugar e fará pronunciamento em rede nacional de rádio e TV
30/04/2012-09h49
Deputado Brizola Neto deve assumir Ministério do Trabalho
A presidente Dilma Rousseff deve definir nesta segunda-feira o nome do novo ministro do Trabalho após uma conversa com o ex-titular da pasta Carlos Lupi (PDT), prevista para o período da manhã.
Segundo a Folha apurou, o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) só não assumirá o comando do ministério se Lupi vetar o nome do colega de legenda. Poucos apostam nessa possibilidade.
Leonardo Carvalho - 28.jan.10/Folhapress
Brizola Neto (à esq.), cotado para assumir o Ministério do Trabalho, ao lado do ex-ministro Carlos Lupi
Neto, há meses favorito para o cargo mas com resistências dentro do próprio partido, inclusive de Lupi, está em Brasília aguardando a conclusão da reunião.
Dilma quer nomear seu novo ministro nas próximas horas, portanto antes das comemorações do Dia do Trabalho, nesta terça-feira (1º). Em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, ambos avaliaram que seria negativo passar a data comemorativa sem um titular no ministério.
Lupi e Brizola Neto vêm buscando nos últimos meses uma reaproximação que permita uma razoável convivência política com a eventual ida do deputado para o Ministério do Trabalho.
Carlos Lupi comandou o posto desde o governo Lula, mas teve de deixar a pasta com a "faxina ética" do ano passado. Desde então, o ministério é tocado por um interino.
03/05/2012-07h16
Mudança na poupança pode se limitar a novas aplicações
O governo deve anunciar hoje mudanças na regra de correção das cadernetas de poupança para facilitar a queda dos juros, e o novo modelo poderá valer apenas para novos depósitos nas cadernetas, evitando assim a crítica de que haverá quebra de contratos já estabelecidos, informa reportagem de Valdo Cruz, Sheila D'Amorim e Natuza Nery, publicada na Folha desta quinta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Entre as ideias apresentadas, está a que prevê que a remuneração da poupança será equivalente a um percentual da Selic, a taxa básica de juros da economia. Esse percentual poderia ser único ou escalonado, dependendo do nível da Selic. Outra possibilidade, que neste caso valeria para aplicações velhas e novas, é a cobrança de Imposto de Renda. Hoje, o ganho das cadernetas é isento. Em 2009, o governo tentou taxar a aplicação, mas recuou diante da repercussão negativa da medida.
Para ter juros de 1º mundo, Dilma quer mudar poupança
Projeto reduz remuneração de poupanças com saldo acima de R$ 50 mil
Presidente da Câmara defende mudanças nas taxas de juros
Também foi proposta a correção com base num índice de preços. A decisão final ficou para a presidente. Determinada a criar uma marca para sua gestão, Dilma definiu que entrará em campanha para atingir o que chama de "juros de primeiro mundo" --ou seja, na casa dos 2% reais (descontada a inflação). Para tanto, a politicamente difícil mudança na poupança é necessária.
Leia a reportagem completa na Folha desta quinta-feira, que já está nas bancas.
23/04/2012-14h13
Câmara analisa projeto que reduz remuneração de poupanças
A Câmara analisa nesta semana um projeto de lei que pode mudar o jeito do brasileiro poupar e investir seu dinheiro. Proposta elaborada pelo deputado Sibá Machado (PT-AC) pede redução da remuneração das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil.
Ministro diz não ver necessidade em alterar cálculo da poupança
Dilma volta a discutir mudanças na poupança
O tema é polêmico porque tradicionalmente a poupança é um investimento seguro e muito procurado, mesmo que o rendimento não seja de grande expressão. Com a queda da Selic, a poupança --que é um investimento em renda fixa, com baixo risco e no qual o investidor não paga taxas nem imposto de renda-- fica mais interessante para o investidor. Isso pode gerar um desequilíbrio e aumentar o fluxo para a poupança e, consequentemente, diminuir para os investimentos em renda variável. Com essa migração, investimentos no mercado financeiro, como a Bolsa de Valores, podem ter a sua procura reduzida.
Na quarta-feira (18), o Banco Central reduziu a taxa em 0,75 ponto percentual e deixou a porta aberta para mais cortes ou uma estabilização em 9% o que, segundo especialistas, pode deixar a poupança mais atrativa.
Segundo a proposta atual, "a poupança tende a se tornar cada vez mais vantajosa, em comparação com outros investimentos, que são tributados. O objetivo do projeto é evitar a migração maciça de grandes investidores para a poupança". Segundo Machado, isso "retiraria recursos de atividades produtivas e dificultaria o financiamento do Estado".
O projeto quer que os saldos de poupança que ultrapassem o valor de R$ 50 mil sejam remunerados por uma taxa equivalente a 80% da taxa Selic. O patamar de R$ 50 mil, segundo Machado, resguarda os pequenos poupadores. Para garantir a segurança jurídica da proposta, ela não se aplicará aos depósitos efetuados antes de sua vigência --caso vire lei.
Hoje, os depósitos em caderneta de poupança são remunerados por uma taxa de juros prefixada de 0,5% ao mês --equivalente a 6,17% ao ano-- aplicada sobre os valores atualizados pela TR (Taxa Referencial).
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso seja aprovado pelas comissões e não haja pedido de votação no plenário da Câmara, o projeto segue para o Senado.
Em 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a propor mudanças neste tipo de investimento quando os juros atingiram 8,75% ao ano, gerando o risco da migração de aplicações em fundos e títulos públicos para a caderneta. O objetivo da alteraração da tributação é evitar a migração de recursos do mercado e proteger a rentabilidade da poupança mesmo com a queda nos juros.
03/05/2012-07h07
Cotas e justiça
O assunto das cotas raciais aprovadas na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal já está meio batido, mas, por sua importância, retorno a ele.
Como escrevi numa coluna para a edição impressa da Folha, o filósofo John Rawls (1921-2002) propõe um experimento mental para determinar o que é justo. Você e seus concidadãos estão na posição original. Na melhor tradição contratualista, ganharam o direito de definir as regras sob as quais seu país vai funcionar. Como convém às democracias, virarão normas os princípios com os quais a maioria concordar. Há, porém, um detalhe importante. No momento de votar, ninguém sabe que lugar ocupará na sociedade, quanto dinheiro ou status terá, sua origem étnica, nem seu grau de inteligência, força física ou beleza. Esse filtro, que Rawls chamou de véu da ignorância, assegura que as escolhas serão ao mesmo tempo imparciais e racionais.
Bem, eu apliquei esse teste às cotas, mas receio que ele não tenha me levado muito longe. Quer dizer, levou-me até um ponto meio óbvio, com o qual, creio, a maioria dos contratantes concordaria, que é a necessidade de criar uma espécie de seguro contra injustiças flagrantes. Ações afirmativas contra o racismo se encontram por certo nessa categoria. Mas não apenas elas. Boa parte dos serviços prestados pelo Estado, como a saúde e a segurança públicas, constituem, se quisermos, um tipo de "hedge" contra eventos aleatórios. Viver em sociedade é criar estruturas colaborativas através das quais as pessoas ajudam umas às outras, mesmo que os custos não sejam repartidos de forma idêntica entre todos.
Nesse contexto, não é surpreendente que as cotas tenham sido consideradas constitucionais por unanimidade no Supremo. Se fôssemos levar a ferro e fogo o princípio da igualdade de todos diante da lei, que foi o utilizado pelos proponentes da ação judicial para tentar banir as cotas, precisaríamos abolir também uma série de práticas bem estabelecidas e bem aceitas pela sociedade, como a progressividade do Imposto de Renda, as aposentadorias especiais (incluindo os 30 anos para as mulheres), o serviço militar obrigatório (bem, com esse eu acabaria mesmo) etc.
A grande verdade é que a isonomia judiciária dos cidadãos, como todos os demais mandamentos constitucionais, não pode ser interpretado de forma absolutista, sob pena de fazer ruir toda a trama que torna a Carta uma peça minimamente coerente.
O que o STF fez, portanto, ao reconhecer que a política de cotas da UnB não viola a Constituição, foi a parte fácil. Ele mal arranhou a parte difícil, que seria definir os limites dentro dos quais a iniciativa é legítima, ou seja, atende às exigências da "proporcionalidade e razoabilidade" tão citadas no julgamento.
O sempre preciso e instigante blog "Para Entender Direito", de Gustavo Romano e colaboradores, mostra o tamanho da encrenca ao perguntar se uma cota universitária para homens brancos, ricos e heterossexuais seria constitucional. A maioria, acredito, responderia que não, já que eles jamais foram discriminados, muito pelo contrário. Mas e quanto a evangélicos, umbandistas, nordestinos, ciganos, deficientes físicos e mentais ou mesmo mulheres e homossexuais? São todos grupos que, historicamente, sofreram preconceitos e perdas sociais, laborais e econômicas. A UnB ou qualquer outra universidade pode reservar vagas para eles? Se sim, em quais porcentagens? E por quanto tempo, já que mesmo os mais entusiasmados defensores da política afirmam que ela deve ser provisória?
Como assevera o ditado alemão, o diabo mora nos detalhes.
Não me entendam mal. Eu defendo a ideia de promover políticas afirmativas, mas tenho grandes dúvidas em relação às doses em que o remédio deve ser utilizado. É preciso ser cego, surdo e anósmico para achar que o Brasil não tem um problema de racismo. E é um tipo de racismo especialmente perversos, que não se manifesta muito abertamente nos contatos interpessoais, mas adquire pesada materialidade quando conferimos as estatísticas de renda, educação, encarceramento e até mortalidade.
Também não há muita dúvida de que a escravidão foi fator determinante para a atual condição dos negros brasileiros. A pergunta que faço é se há como reparar esse mal.
Já que a ideia é levantar alguns pontos problemáticos da política de cotas, é preciso ter em mente aqui que há um grande descompasso entre o universo de prejudicados pela injustiça histórica original (negros escravizados) e o de beneficiados pela política reparatória (alguns de seus descendentes, em geral os mais dotados e que menos precisariam de ajuda). E vale lembrar que os que pagam a conta (o branco preterido no vestibular, por exemplo) tampouco coincidem com aqueles que, no passado, lucraram com a injúria primordial (mercadores de escravos, grandes fazendeiros).
Quando a conta pelos crimes históricos é cobrada no espaço de uma ou duas gerações, ela ainda pode fazer algum sentido. Mas, à medida que passam os séculos a separar a ofensa original da reparação, o próprio objeto da queixa vai perdendo materialidade. Soaria meio ridículo se os berberes levassem à Itália a fatura pela destruição de Cartago pelos romanos (146 a.C.) ou se os descendentes dos jebuseus, se é que ainda os há, fossem a Israel cobrar uma indenização pelas perseguições promovidas por Josué antes do ano 1000 a.C..
Receio que o conceito mesmo de justiça histórica seja uma impossibilidade. Tentar promovê-la é legal para aplacar nossas consciências, mas é algo de pouca aplicabilidade teórica ou prática.
Isso não nos isenta, é claro, da obrigação de, no presente, tentar promover o bem-estar das populações menos favorecidas, entre as quais se destacam os negros. Essa, aliás, é uma das funções precípuas do Estado contemporâneo.
É aqui que precisamos de cuidado para não cair numa outra armadilha. Se começamos a criar cotas para negros, índios, mulheres, deficientes físicos etc., corremos o sério risco de deixar de lado pessoas em dificuldades que não se encontrem em nenhuma dessas situações que elegemos como prioritárias. Trocando em miúdos, não vejo nenhuma razão para excluir os brancos pobres das políticas compensatórias. Pergunto-me até se fazê-lo não seria uma forma de racismo de segundo grau (você não tem direito porque seus ascendentes não sofreram como os meus!)
Assim, em vez de vincular o benefício das cotas à cor da pele ou alguma outra característica fenotípica, que o Estado e os progressistas deveríamos lutar para tornar irrelevantes, eu o ligaria à simples necessidade econômica. Esta, ao contrário da negritude ou da indianidade, pode ser objetivamente mensurada. Isso nos livraria de uma outra dificuldade, que é a de definir quem é ou não negro e índio num país tão miscigenado como o nosso. Poupar-nos-ia, também, dos "tribunais raciais" como os montados pela UnB, para certificar-se de que não há ninguém tentando tirar vantagens indevidas, declarando-se de uma cor que não exibe. Mesmo que o Supremo tenha dito que essas comissões não são um problema, não consigo deixar de sentir um frio na espinha quando vejo um grupo de agentes do Estado com a missão oficial de julgar características raciais dos cidadãos.
Em termos demográficos, ajudar os mais pobres já significa ajudar proporcionalmente mais aos negros, já que as privações econômicas são o mais visível dos efeitos do racismo. A única diferença é que não abandonamos os brancos pobres pelo caminho. Essa, pelo menos, é a escolha que eu, vestindo o véu da ignorância de Rawls, faria.
PS - Se não houver intercorrências, na semana que vem pincelarei o que a psicologia e a neurociência têm a dizer sobre o racismo.
02/05/2012-19h03
Acidentes de trânsito são maior causa de morte de jovens no mundo, diz estudo
Um relatório divulgado na quarta-feira revela que as ruas e estradas hoje são a maior causa de morte de pessoas com mais de 10 anos de idade, e as mortes no trânsito constituem uma epidemia global de saúde que já alcançou proporções críticas.
O relatório Estradas Seguras e Sustentáveis, lançado pela Campanha pela Segurança Global nas Estradas, diz que a segurança rodoviária é um dos maiores desafios de desenvolvimento no mundo e prevê que, se não forem tomadas medidas urgentes, o número de mortos no trânsito suba de 1,3 milhão para 2 milhões por ano.
Hoje 3.500 pessoas morrem por dia em incidentes relacionados ao trânsito, e 50 milhões se ferem anualmente nas ruas e estradas do mundo.
O relatório atribui o alto número de fatalidades às políticas de transporte que priorizam veículos, rodovias e velocidade, em detrimento das pessoas e da segurança. A grande maioria dos mortos no trânsito vem de países em desenvolvimento, e 20 países são responsáveis por 70% das mortes globais no trânsito.
Crianças e jovens são os mais afetados, tanto que acidentes de trânsito hoje constituem a maior fonte isolada de mortes de pessoas na faixa dos 10 a 24 anos de idade em todo o mundo. Em 2004, o último ano para o qual há dados abrangentes disponíveis, acidentes de trânsito mataram mais crianças de 5 a 14 anos que a malária, diarreia, HIV e Aids.
O relatório avisa que, se nada for feito, a espiral crescente de mortos e feridos no trânsito será um obstáculo importante a impedir que o mundo atinja as metas de educação e pobreza definidas nas metas de desenvolvimento do milênio.
A Campanha pela Segurança Global nas Estradas está exortando líderes mundiais a adotarem ações urgentes para integrar o transporte sustentável e a segurança nas estradas na pauta da conferência Rio+20.
Ela avisa que não existe "receita mágica oculta" para lidar com a segurança nas estradas, mas diz que, diferentemente de muitas outras epidemias de saúde, há intervenções possíveis que são simples, baratas e testadas e que simplesmente não estão sendo aplicadas ou implementadas. Elas incluem a implementação das normas sobre o uso de capacetes, cintos de segurança e proibição de consumo de álcool antes de dirigir, além do reforço da segurança dos veículos.
"A epidemia de ferimentos e mortes no trânsito é uma fonte de pobreza, sofrimento humano e desperdício econômico em escala global", diz Kevin Watkins, pesquisador sênior do Brookings Institution e autor do relatório. "Nas próximas duas décadas a frota de veículos nos países mais pobres do mundo vai aumentar em ritmo inusitado. Diferentemente de algumas outras questões que serão discutidas na conferência Rio+20, esta envolve poucas incógnitas. Não se trata de ciência avançada, mas, mesmo assim, os avanços têm sido dolorosamente lentos."
"Doadores bilaterais e o Banco Mundial vêm falando há anos em priorizar a segurança das estradas em seus programas infraestruturais, mas o discurso ainda não rendeu resultados."
O relatório faz recomendações que podem ajudar a prevenir mortes nas estradas, incluindo regulamentação mais rígida para impedir que as montadoras de veículos disputem uma corrida para reduzir as medidas de segurança dos veículos nos países mais pobres. O texto diz que são necessários mais US$200 milhões por ano para apoiar o desenvolvimento de estratégias nacionais de segurança nas estradas nos países em que ocorrem mais mortes no trânsito.
09/04/2012-14h06
Dilma Rousseff vai a Washington
A decisão da Casa Branca de não receber a nova presidente brasileira Dilma Rousseff com honras de Estado, em sua visita a Washington esta semana, causou irritação no Brasil. Mas o presidente Barack Obama, que tentará a reeleição dentro de seis meses, não podia receber festivamente a líder de um país que recentemente se opôs aos Estados Unidos quanto ao Irã -em 2010, o Brasil se uniu à Turquia e votou contra sanções ao Irã na ONU. A recente visita de Rousseff a Cuba tampouco deve ter agradado a Obama. O lobby dos cubanos radicados nos Estados Unidos ainda é forte. Portanto, receber Rousseff com um tapete vermelho era uma impossibilidade política.
Mas de muitas maneiras o relacionamento entre as duas maiores economias do hemisfério ocidental está em seu melhor momento dos últimos anos. Sob uma sucessão de líderes de grande competência, o Brasil estabilizou com sucesso a sua democracia, nos 15 últimos anos, e atingiu um nível robusto de crescimento. Recentemente, a economia brasileira ultrapassou a do Reino Unido e se tornou a sexta maior do mundo. Ao contrário das demais potências em ascensão -especialmente China e Índia-, o Brasil não tem disputas sérias com seus vizinhos, e tampouco tem armas nucleares -ou aspira a tê-las. O que o país tem é um grande desejo de ser reconhecido como potência mundial em ascensão.
Rousseff deseja especialmente que Obama faça pelo Brasil o que fez pela Índia 18 meses atrás e acate as aspirações de seu país a se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Obama seria sábio caso o fizesse. Em um momento no qual Washington parece ter reafirmado a divisão dos espólios decidida ao final da Segunda Guerra Mundial ao apontar mais um norte-americano, o Dr. Jim Yong Kim, como presidente do Banco Mundial, o presidente norte-americano deveria aproveitar a oportunidade para sinalizar que seu pais continua a apoiar a reforma institucional.
Mas ao contrário do ocorrido com a Índia, que também desejava ver sua ascensão reconhecida no cenário internacional, o gesto poderia ter custo político para Obama, ao irritar diversos de seus adversários políticos. Ainda assim valeria a pena aceitar o custo, para enviar um sinal mais importante. O apoio dos Estados Unidos ao Brasil enfatizaria seu alinhamento com aqueles que desejam atualizar a ordem mundial, e eliminaria qualquer rancor com relação ao jantar de Estado.
É certo que existem pontos de fricção entre os dois países. A força aérea norte-americana recentemente cancelou um contrato de US$ 355 milhões com a fabricante brasileira de aviões Embraer, para aviões que seriam usados no Afeganistão, alegando problemas de documentação. O Brasil ficou indignado, e Rousseff planeja discutir o assunto com Obama.
O Brasil pode reagir excluindo a Boeing de um contrato multibilionário para reequipar sua força de caças a jato. Obama também poderia, como gesto simbólico, atender ao pedido brasileiro
para alterar a classificação da cachaça, bebida brasileira feita com álcool de cana, como rum caribenho, o que a sujeita a tarifas mais altas. A medida foi implementada para ajudar os produtores de rum nas Ilhas Virgens americanas e em Porto Rico, e é claramente protecionista.
O que Rousseff poderia oferecer em retorno? Se o Brasil deseja ser tratado como parceiro mundial, precisa demonstrar apetite por arcar com maiores responsabilidades, em sua região e em outras. Cultivar um relacionamento estreito com o Irã e bloquear os esforços para punir e isolar o regime repressivo da Síria na ONU não é o caminho. O Brasil também poderia demonstrar menos indulgência para com os mais problemáticos regimes do hemisfério, os da Venezuela e Cuba.
A visita de Rousseff está acontecendo apenas alguns dias antes da conferência de cúpula das Américas, um evento trienal que nesta edição acontece na Colômbia. O encontro já foi prejudicado pelo boicote equatoriano, em protesto contra a exclusão de Cuba. Esperemos que, quando Obama e Rousseff voltarem a se encontrar em Cartagena, a reunião seja mais calorosa. O Brasil deseja apoio norte-americano às suas aspirações por uma posição na elite mundial. Em retorno, deveria oferecer uma indicação melhor quanto ao que pretende fazer com ela.
01/05/2012-11h20
Funcionário da Embaixada do Irã é baleado por assaltantes no DF
Um funcionário da Embaixada do Irã no Brasil foi baleado por volta das 22h45 de ontem em Brasília. O iraniano, apontado pela Polícia Militar como motorista da representação diplomática, foi abordado por três assaltantes que tentaram levar o carro que ele estava. Sem falar português, o funcionário, segundo a PM, reagiu e foi baleado.
A corporação informou que o iraniano está internado no HBB (Hospital de Base de Brasília) e não corre risco de morrer. O funcionário da embaixada foi abordado pelos assaltantes ao sair de um supermercado na Asa Sul, bairro nobre de Brasília.
O crime ocorreu três semanas depois de vir à tona uma denúncia envolvendo outro funcionário da Embaixada do Irã no Brasil. No começo do mês passado, um diplomata iraniano foi acusado de abusar sexualmente de crianças de 9 a 14 anos de idade em um clube.
O caso virou assunto diplomático entre Brasil e Irã. O Ministério de Relações Exteriores, o Itamaraty, cobrou do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, providências em relação às acusações. O governo iraniano informou que o diplomata foi chamado de volta a Teerã, capital do Irã, e o caso será investigado.
A Embaixada do Irã no Brasil, porém, informou que houve um "mal-entendido" sobre o episódio, pois o assunto envolvia "diferenças culturais" entre os dois países e que a imprensa brasileira era tendenciosa em relação a temas iranianos.
19/04/2012-17h35
Denúncias de abuso sexual 'são inaceitáveis', afirma Patriota
O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) afirmou nesta quinta-feira (19) que os relatos de que o diplomata iraniano Hekmatollah Ghorbani abusou de menores num clube em Brasília são "muito preocupantes" e disse que a pasta vai pedir esclarecimentos à representação sobre o incidente.
Embaixada nega que diplomata iraniano tenha abusado de crianças
Diplomata iraniano é suspeito de abusar de 4 crianças em DF
"São alegações que nós consideramos muito preocupantes, e que eu consideraria pessoalmente inaceitáveis se algum diplomata brasileiro se comportasse dessa maneira em qualquer país onde ele estivesse acreditado", disse Patriota em coletiva de imprensa.
O diplomata do Irã é suspeito de ter abusado de quatro meninas, entre 9 e 15 anos, no último fim de semana. Segundo relato de testemunhas, ele tocava as partes íntimas das garotas enquanto mergulhava na piscina do clube. Com imunidade diplomática, ele foi liberado após comprovação de que pertence à embaixada iraniana.
Em nota divulgada na noite de ontem (18), a embaixada do Irã defendeu o diplomata, e alegou que houve "incompreensão" sobre o episódio diante de "virtudes e valores relativos", específicos de cada sociedade. "A acusação levantada contra o diplomata iraniano é exclusivamente um mau entendimento decorrente das diferenças nos comportamentos culturais", afirma trecho do texto.
Segundo Patriota, o Itamaraty deve enviar ainda hoje à representação uma nota cobrando esclarecimentos sobre o episódio. "A partir da reação da embaixada iraniana examinaremos que decisão tomar."
19/04/2012-14h54
Embaixada nega que diplomata iraniano tenha abusado de crianças
A Embaixada do Irã divulgou nota na noite de ontem negando que o diplomata Hekmatollah Ghorbani, da representação, tenha abusado de quatro meninas num clube de Brasília.
Diplomata iraniano é suspeito de abusar de 4 crianças em DF
A embaixada afirmou que houve "incompreensão" sobre o episódio diante de "virtudes e valores relativos", específicos de cada sociedade. "A acusação levantada contra o diplomata iraniano é exclusivamente um mau entendimento decorrente das diferenças nos comportamentos culturais."
Em nota, a embaixada afirmou ainda que o caso foi tratado pela mídia de forma tendenciosa "politicamente". "A transmissão do assunto se demonstra nitidamente um comportamento intencional, propositado e imparcial", diz um trecho do texto, que não cita o nome do diplomata.
O diplomata, que é conselheiro da embaixada e está no país há dois anos, é suspeito de ter abusado de quatro meninas --entre 9 e 15 anos-- no fim de semana passado. Segundo relato de testemunhas, ele tocava as partes íntimas das garotas enquanto mergulhava na piscina do clube. Avisados, os responsáveis tentaram agredir o diplomata.
Ele foi levado pela Polícia Militar e permaneceu em uma delegacia de Brasília até ser identificado como integrante do corpo diplomático do Irã. Por ter imunidade diplomática, estabelecida na Convenção de Viena --da qual o Brasil é signatário-- ele não responde por um eventual crime no Brasil.
Os pais fizeram boletim de ocorrência e, na tarde de ontem, o documento foi encaminhado ao Itamaraty. O Ministério das Relações Exteriores pode considerá-lo "persona non grata" no país e solicitar que deixe o território brasileiro. Outra alternativa é remeter o caso às autoridades iranianas, que poderão julgar o incidente de acordo com as leis do país.
O Irã pode ainda retirar a imunidade diplomática do conselheiro, o que abriria caminho para o processo no Brasil.
A Folha não conseguiu contato com o diplomata ou os acusadores e, por isso, não publica o nome do suspeito.
17/04/2012-20h49
Diplomata iraniano é suspeito de abusar de 4 crianças em Brasília
Um diplomata do Irã é suspeito de ter abusado de quatro meninas, entre 9 e 15 anos, em um clube de Brasília no fim de semana, segundo a polícia. Pelo Código Penal, o ato é qualificado como estupro.
Segundo relato dos pais, ele tocava as partes íntimas das garotas enquanto mergulhava na piscina. Avisados, eles tentaram agredi-lo.
Ele foi levado pela PM a uma delegacia, onde ficou até a comprovação de que integra a missão do Irã. "Ele tem imunidade diplomática. Isso permite que não responda por qualquer fato de acordo com as leis do território onde está", disse o delegado-adjunto Johnson Monteiro.
Em depoimento, o diplomata negou as acusações. A Folha não conseguiu contato com os acusadores nem com a embaixada do Irã e, por isso, não publica o nome do acusado.
Pela Convenção de Viena, diplomatas podem ser penalizados de duas formas: se sua embaixada retirar a imunidade ou se for expulso do país. O Itamaraty vai analisar o caso
05/05/2012-08h44
Governador defende indenização a fazendeiros baianos
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), defendeu nesta sexta-feira (4) que a União indenize os fazendeiros pelas benfeitorias na área de 54 mil hectares reconhecida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como território indígena no sul do Estado.
Ao decidir que a terra pertence aos pataxós hã hã hães, o STF anulou títulos de propriedade emitidos pelo governo da Bahia e deixou a cargo da União a decisão de indenizar ou não os produtores rurais pelas benfeitorias.
Supremo decide que área de conflito na Bahia é uma reserva indígena
Wagner disse que, durante a disputa judicial, parte dos fazendeiros chegou a acordos com a Funai (Fundação Nacional do Índio) e abandonou as fazendas pela indenização.
Ele afirmou reconhecer o direito dos índios, mas se disse "solidário" aos fazendeiros que tiveram anulados os títulos "indevidamente concedidos".
Wagner, contudo, descartou a possibilidade de indenizar os fazendeiros pela terra nua.
Os fazendeiros prejudicados preparam uma ofensiva judicial contra o Estado para cobrar o prejuízo.
Joel Silva - 19.abr.2012/Folhapress
Policiais federais acompanham retirada de gado em fazenda ocupada, na zona rural de Pau Brasil, sul da Bahia
05/05/2012-13h55
Audiência de acusados de ataques de 11/9 tem início conturbado
A audiência de cinco prisioneiros de Guantánamo acusados de planejar os ataques de 11 de setembro teve um começo difícil neste sábado, quando os réus retiraram seus fones de ouvido e se recusaram a ouvir uma tradução das perguntas do juiz.
O réu confesso Khalid Sheikh Mohammed, que planejou os ataques, se recusou a responder as perguntas do juiz sobre se estava satisfeito com os advogados e militares dos Estados Unidos.
"Eu acredito que o sr. Mohammed se recusará a enfrentar o tribunal. Eu acredito que ele está profundamente preocupado com a justiça do processo", disse seu advogado civil, David Nevin.
Mohammed parecia abatido e sua barba tinha um tom avermelhado. Ele usava um turbante branco redondo e túnica branca.
France Presse
Montagem mostra Khalid Sheikh Mohammed, suposto mentor dos ataques de 11/9, em três fotos: duas de datação duvidosa (esquerda e centro) e uma de 2003
O réu Ramzi Binalshibh se levantou, ajoelhou no chão e rezou no tribunal vigiado por uma fila de guardas em uniformes camuflados, mas não interferiu.
Já o réu Walid bin Attash foi firmemente amarrado em uma cadeira de restrição após se recusar a comparecer ao tribunal voluntariamente. O juiz o libertou depois que ele prometeu se comportar dentro do tribunal.
FONES DE OUVIDO
Quando todos os réus se recusaram a usar os fones de ouvido que lhes permitiam ouvir a tradução de inglês para árabe das perguntas, o juiz interrompeu a audiência rapidamente e, em seguida, retomou com um intérprete fornecendo tradução que era audível por todo o tribunal.
Mohammed e os demais réus, que podem ser submetidos à pena de morte, enfrentam sete acusações decorrentes dos ataques em 2001, que mataram 2.976 pessoas em Nova York, Washington e Pensilvânia, e levaram os EUA a iniciar uma mortal e custosa guerra global ainda em curso contra a Al Qaeda e seus simpatizantes.
A última aparição dos réus no tribunal havia sido em dezembro de 2008, quando Mohammed se confessou culpado.
05/05/2012-16h17
Obama discursa em primeiro comício e pede 'igualdade para todos'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez neste sábado seu primeiro comício da campanha para a reeleição em Columbus, Ohio. No evento, o mandatário democrata pediu colaboração para "seguir avançando e conseguir um país no qual as regras sejam iguais para todos".
Obama focou seu primeiro discurso oficial de campanha nos esforços de sua Administração para salvar a economia americana e na morte do ex-líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
"Não estamos aqui só para ganhar uma reeleição, estamos aqui juntos para continuar construindo essa América na qual acreditamos e conseguir fortalecer sua classe média", disse o presidente.
Scott Olson/France Presse
Obama cumprimenta militantes democratas antes de comício em Columbus, em Ohio, neste sábado
Obama advertiu que as eleições de novembro serão mais complicadas que as que lhe levaram à presidência em 2008, mas garantiu que venceria o pré-candidato republicano Mitt Romney, favorito na disputa interna de seu partido, por meio do "boca a boca" em cada canto do país.
"Todo o mundo deve jogar o mesmo jogo, deve ter as mesmas regras, e encontrar as mesmas oportunidades. É por isso que me apresento à reeleição", ressaltou.
"Estamos satisfeitos?", perguntou Obama aos presentes. "Claro que não, mas estamos fazendo avanços enquanto os republicanos insistem para que voltemos às políticas que criaram este desastre".
CRÉDITO UNIVERSITÁRIO
O presidente também fez referência à facilitação do acesso a créditos universitários, defendendo sua aprovação pelo Congresso.
"Neste país as pessoas prosperam quando têm uma oportunidade. Quando recebem educação, quando podem desenvolver suas habilidades, e esta é a única maneira para conseguir que os Estados Unidos sejam mais fortes", afirmou Obama.
Depois de Ohio, um dos estados mais decisivos em termos eleitorais, o presidente se dirigirá a Richmond, na Virgínia, território tradicionalmente republicano, mas onde também venceu em 2008 após quase 40 anos de hegemonia conservadora.
O presidente esteve hoje acompanhado pela primeira-dama, Michelle Obama, que apresentou seu marido perante os milhares de seguidores que se encontravam na Universidade Estadual de Ohio e pediu que os militantes participem ativamente durante estes meses de campanha. "Barack precisa de vocês".
05/05/2012-08h17
Hillary deixa Pequim sem dissidente chinês cego
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, deixou Pequim neste sábado sem a companhia do ativista Chen Guangcheng, que tinha manifestado seu desejo de viajar no avião da chanceler dos Estados Unidos quando ela fosse embora do país asiático.
Foi o que confirmou à Agência Efe o assessor de imprensa da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, Richard Buangan.
Ele disse que Hillary partiu em um voo por volta das 14h locais (3h de Brasília) rumo a Bangladesh, após uma viagem de quatro dias marcada pelas negociações sobre o dissidente cego.
Cheng continua hospitalizado enquanto espera as autoridades prepararem seu passaporte e o de sua família, disseram à Efe fontes do hospital.
A porta-voz do departamento de Estado americano, Victoria Nuland, confirmou nesta sexta-feira que a China se comprometeu a expedir os documentos de Chen e de sua família, e manifestou seu desejo de que o faça "rapidamente".
'GRANDE CONFIANÇA'
Um alto funcionário do governo americano, que pediu para se manter no anonimato, confirmou que os EUA têm "grande confiança" no êxito do acordo obtido nesta sexta-feira que prevê a viagem de Chen aos EUA para estudar na Universidade de Nova York.
O dissidente recebeu um convite da escola de Direito da universidade por meio de um professor da instituição amigo de Chen, Jerome A. Cohen.
É provável que o ativista tenha de voltar a sua província natal, Shandong, onde permaneceu quatro anos em prisão domiciliar, para poder tramitar seu passaporte, como dispõe a legislação chinesa.
Perguntado a respeito, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Weimin, respondeu nesta sexta-feira que "as autoridades chinesas atuarão de acordo com a lei". Segundo ele, "[Chen] foi posto em liberdade e agora é um cidadão normal, portanto, pode solicitar [o passaporte] pelos métodos e procedimentos normais".
05/05/2012-15h42
Greve de fome de presos palestinos continua em Israel e tensão cresce
Pelo menos dez dos 1.600 presos palestinos em greve de fome nas prisões israelenses estão hospitalizados, enquanto a Anistia Internacional adverte para o risco de morte de dois deles que estão há 67 dias sem comer e o Hamas ameaça com "o esperado e o inesperado" se algum deles morrer.
A porta-voz do serviço penitenciário israelense, Sivan Weizman, confirmou neste sábado à agência de notícias Efe que 1.600 detentos, de um total de mais de 4.600, estão em greve de fome.
A associação de defesa de prisioneiros palestinos Adamir eleva esse número para mais de 2.000 e a organização não-governamental palestina de direitos humanos Al-Haq para 2.600.
Majdi Mohammed/Associated Press
Parentes protestam com fotos de presos palestinos em Israel; cerca de 1.600 detentos fazem greve de fome
Dez deles estão internados no hospital ou na enfermaria da prisão, entre eles o líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Ahmed Saadat, que tem cerca de 60 anos de idade.
A Anistia Internacional (AI) fez uma chamada urgente porque Bilal Diab e Zaer Halahle, ambos há 67 dias sem ingerir alimentos, estão sendo submetidos a um tratamento "cruel, desumano e degradante" e suas vidas "correm perigo".
RISCO DE MORTE
Na quinta-feira passada, a Corte Suprema de Israel realizou uma audiência para revisar o caso, mas não tomou decisão alguma e Diab desmaiou em pleno tribunal.
Nesse mesmo dia um líder do movimento islâmico Hamas, Khalil Haja, advertiu em um comício em Gaza que a greve de fome "não é um jogo" e pode provocar mortes.
"Se isto acontecer, podem esperar de nós tanto o esperado como o inesperado", ameaçou.
A Jihad Islâmica também antecipou que romperá sua trégua de fato com Israel se algum dos prisioneiros em greve de fome morrer. Salvo os citados casos isolados, a greve de fome em massa começou no último dia 17 de abril.
Os reclusos pedem o fim do isolamento penitenciário e da detenção administrativa, uma figura legal que permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados encarcerar uma pessoa sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso nem seu advogado conhecem.
Também demandam o direito a visitas familiares para os prisioneiros de Gaza e a possibilidade de realizar cursos superiores na prisão, que lhes foi revogada para forçar uma troca pelo soldado israelense Gilad Shalit e não foi restabelecida após sua libertação há seis meses, destacou a Adamir
05/05/2012-17h59
Explosão de bomba caseira fere quatro policiais no Bahrein
Uma bomba improvisada feriu quatro policiais do Bahrein neste sábado, enquanto a polícia entrava novamente em confronto com manifestantes que exigem a libertação de um ativista de direitos humanos em greve de fome.
A agitação atinge o Bahrein há mais de um ano, com os manifestantes de maioria xiita exigindo mais democracia e o fim do que veem como discriminação no reino governado pelos sunitas.
"Os oficiais estavam lidando com sabotadores, que estavam aterrorizando os cidadãos... e destruindo propriedade pública e privada", disse o chefe da Segurança Pública, major-general Tariq al Hassan, à estatal Bahrain News Agency.
Um policial ficou gravemente ferido na explosão no início da manhã no vilarejo de Bani Jamra, a oeste da capital Manama, e os outros sofreram queimaduras, disse Hassan.
Protestos exigindo a libertação de Abdulhadi al-Khawaja ocorrem diariamente em todo o estado-ilha do Golfo árabe. O governo esmagou protestos maciços no ano passado com a ajuda de tropas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Khawaja está em greve de fome há três meses, segundo sua família.
Protestos ocorreram mais tarde no sábado na área de Samaheej, ao norte, com a tropa de choque disparando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, disseram os moradores. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Também neste sábado, as autoridades prenderam Nabeel Rajab, ativista que chefia o Centro para os Direitos Humanos do Bahrein, no aeroporto Manama, quando ele voltava de Beirute, informou o Ministério do Interior em sua página no Twitter, acrescentando que ele era procurado pela justiça por razões não especificadas.
05/05/2012-14h34
Costa Cruzeiros inaugura um novo navio gigante em Veneza
Quase quatro meses depois do naufrágio do "Costa Concórdia", a companhia italiana Costa Cruzeiros, ou "Costa Crociere", inaugurou um cruzeiro gigante neste sábado em Veneza, o "Costa Fascinosa".
A empresa, número um deste tipo de turismo na Europa e líder mundial na construção destes barcos, apresentou, segundo um comunicado, "a nova joia dos mares, orgulho do 'made in Italy'".
Outro cruzeiro desta companhia, o "Costa Concórdia", chocou-se contra uma rocha no dia 13 de janeiro ante a ilha de Giglio na Toscana, causando 32 mortes. No momento do acidente, o navio transportava 4.229 pessoas, entre elas 3.200 turistas e mil tripulantes.
Manuel Silvestri/Reuters
Costa Fascinosa é lançado na Itália; primeiro navio da companhia após acidente que matou 30 no mar Tirreno
Um acidente como esse "não deveria ter ocorrido, e não voltará a ocorrer", afirmou neste sábado na cerimônia de inauguração do novo cruzeiro o presidente da companhia, Pier Luigi Foschi.
Foschi destacou em um comunicado que apesar do naufrágio, "o volume de reservas voltou aos mesmos níveis que no ano passado na mesma época".
O ministro italiano de Turismo, Piero Gnudi, elogiou este tipo de turismo, classificado por ele como um "ponto de encontro na Itália de duas excelências, a da qualidade e o estilo tipicamente italiano, e a da indústria naval".
O "Costa Fascinosa", de 290 metros de comprimento e 35,5 metros de largura, possui uma capacidade máxima de 3.800 passageiros e 1.110 tripulantes e custou € 510 milhões (US$ 667,28 milhões).
PROTESTOS
Uma associação de Veneza protestou e anunciou que recolherá assinaturas para pedir a proibição imediata de embarcações de mais de 40.000 toneladas na lagoa da cidade.
As autoridades da cidade também se queixaram do incômodo causado pela passagem destes cruzeiros pelos monumentos célebres.
Em março, o governo italiano adotou um decreto pelo que proíbe os cruzeiros de se aproximar das costas para proteger as reservas naturais.
04/05/2012-16h03
Explosão de balões de gás fere pelo menos 140 na Armênia
Pelo menos 140 pessoas ficaram feridas após centenas de balões de gás explodirem durante um comício eleitoral em Ierevan, capital da Armênia, nesta sexta-feira. O evento político buscava os votos para as eleições parlamentares de domingo e contava com a participação de diversos menores de idade.
De acordo com as autoridades locais, a maioria dos queimados no acidente são jovens, além de uma criança de quatro anos. Apesar da quantidade de feridos, o Ministério de Emergência confirma que nenhum deles corre risco de morte.
Segundo Nikolai Grigorian, porta-voz do ministério, os balões foram inflados com gás hélio, que não provocaria a explosão.
As causas do acidente são desconhecidas, mas testemunhas afirmam que a explosão foi provocada pelo contato dos balões com cigarros acesos. O acidente ocorreu antes do discurso do presidente do país, Serge Sargsian, que após o pronunciamento foi ao hospital visitar os feridos.
O evento buscava votos para o Partido Republicano, que atualmente controla a maior parte das cadeiras do Parlamento do país, além do Executivo nacional.
Tigran Mehrabyan/Reuters
Bola de fogo é levantada após explosão de balões de gás na Armênia; pelo menos 140 se feriram
05/05/2012-06h49
Japão paralisa último reator nuclear em funcionamento
A paralisação do último reator nuclear ativo no Japão após a crise em Fukushima deixará neste sábado (5) a terceira maior economia do mundo, pela primeira vez em 42 anos, sem centrais atômicas e diante do desafio de enfrentar o cálido verão com outras fontes de energia.
Desde que a pioneira central de Tokai, ao noroeste de Tóquio, iniciou sua atividade comercial, em 25 de julho de 1966, só uma vez o Japão se encontrou na situação de não contar com nenhum reator ativo, de 30 de abril a 4 de maio de 1970.
Naquela ocasião, os dois únicos reatores existentes foram paralisados por uma revisão de rotina que durou apenas cinco dias, enquanto no atual momento se desconhece quando o país irá recuperar sua produção de energia atômica.
A operadora da central de Tomari (norte), a Hokkaido Electric Power, interromperá as atividades do último reator ativo no Japão às 23h locais (11h de Brasília), em processo que pode ser concluído em cerca de três horas.
A revisão da unidade de Tomari deverá levar 71 dias, e depois disso precisará ser submetida aos testes de resistência exigidos pelo governo perante catástrofes similares às de 11 de março de 2011, quando um tsunami arrasou o nordeste do país.
Coincidindo com o fechamento do reator na ilha de Hokkaido, diversos grupos antinucleares se manifestaram no centro de Tóquio para celebrar o blecaute e expressar, como em algumas ocasiões anteriores, sua rejeição a este tipo de energia.
Desde que o tsunami provocou a pior crise nuclear no mundo em 26 anos, nenhum dos reatores do arquipélago paralisados por segurança ou para revisão puderam ser reativados.
Para poder garantir a demanda elétrica das grandes cidades do país, como Tóquio, cuja região metropolitana conta com mais de 30 milhões de habitantes, as operadoras potencializaram o uso das centrais térmicas, o que intensifica a despesa com a importação de petróleo e gás liquefeito.
O aumento das importações, sobretudo pela compra de hidrocarbonetos, afeta duramente a balança comercial japonesa, que em janeiro de 2012 registrou seu maior déficit nos últimos 33 anos e ameaça desestabilizar a economia do país, dependente em cerca de 40% de suas exportações.
No entanto, segundo as estimativas do governo, será necessário reabrir alguns dos reatores paralisados para poder garantir a provisão elétrica estável nas principais cidades do arquipélago, que antes da tragédia obtinha cerca de 30% da energia nuclear.
Neste sentido, o Gabinete do primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, defendido por ministros como o da Indústria, Yukio Edano, luta para obter o respaldo necessário para reabrir os reatores nucleares da central de Oi, na província de Fukui (centro), os primeiros a superar os testes de resistência que credenciam, em teoria, sua segurança.
O Japão enfrentará "severos cortes elétricos" se não forem reabertas as unidades de Oi, assegurou há algumas semanas Edano, estimando que sua reativação poderia acrescentar até 2,36 milhões de quilowatts extras à região, o que reduziria as chances de cortes elétricos na zona durante este verão.
Apesar dos esforços do Gabinete japonês para demonstrar a segurança das usinas que superaram os testes, as regiões e localidades próximas à central de Oi se opõem à reativação da central e, em casos como o de Osaka, a terceira maior cidade do país, houve pressão por seu fechamento definitivo.
Isto intensificou o debate sobre a segurança e a idoneidade deste tipo de energia no Japão, após uma crise nuclear que forçou a retirada de 80 mil pessoas, deixando cidades abandonadas nas imediações da central, desolação e perdas milionárias.
As operadoras remeteram até agora à Agência de Segurança Nuclear 19 resultados positivos de testes de resistência feitos em seus reatores para tentar dar um primeiro passo rumo ao sinal verde para o reinício de sua atividade.
Ainda assim, ao menos por enquanto o Japão terá de enfrentar o desafio de seguir adiante sem a energia nuclear.
04/05/2012-21h32
Unasul recomenda criação de órgão contra crime organizado
Os ministros de Defesa, Justiça, Segurança, Interior e Relações Exteriores dos 12 países-membros da Unasul decidiram nesta sexta-feira recomendar a criação de um ente independente que coordene a luta contra o crime organizado na região.
Na declaração final, de três pontos e emitida ao término de sua reunião em Cartagena de Indias, os signatários optaram por sugerir a criação de um conselho "ad hoc" "procurando evitar a duplicação de funções com outras instâncias existentes" na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Além disso, os 27 ministros reunidos desde quinta-feira nesta cidade colombiana sugeriram que esse órgão possa, inclusive, coordenar-se ou se integrar ao Conselho Sul-Americano sobre o Problema Mundial das Drogas.
O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, apresentou para o presidente de seu país, Juan Manuel Santos, as conclusões da reunião de dois dias que convocou delegações dos países da Unasul.
Pinzón antecipou que o Conselho atenderá assuntos "de segurança cidadã, de justiça e a coordenação de ações contra a delinquência organizada transnacional".
"Existe hoje um franco consenso na América do Sul sobre a necessidade de enfrentar de maneira coordenada as diferentes expressões de crime transnacional", comemorou o ministro, que desejou que a reunião seja lembrada como a que a região decidiu definir sua luta coordenada contra a delinquência transnacional.
O ministro colombiano também explicou que nas próximas semanas cada país determinará que tipo de delegação terá, de acordo com sua arquitetura institucional.
Por sua vez, a secretária-geral da Unasul, a ex-chanceler colombiana María Emma Mejía, apresentará no dia 11 de junho em Bogotá aos chanceleres do organismo os estatutos antes que sejam aprovados pelos líderes dos 12 países-membros.
04/05/2012-20h30
Visando Jogos, Inglaterra coloca míssil que derruba avião em área civil
A Inglaterra colocou em uma área civil mísseis terra-ar capazes de derrubar até um Boeing 747 com capacidade para até 400 passageiros.
Veja o especial da Olimpíada
Olimpíada terá revólver e bloco 'dedo-duro' no atletismo
O artefato, chamado de Rapier, será usado para proteger o país e principalmente o estádio Olímpico durante a Olimpíada, que começará oficialmente no dia 27 de julho.
Os mísseis têm um alcance de até 8 mil metros.
Lewis Whyld/Associated Press
Homem caminha com cão perto dos mísseis chamados de Rapier, em Blackheath, em Londres
Especialistas da área militar ouvidos pela agência de notícias Associated Press disseram que é mínima a probabilidade de usar tal armamento.
Pacifistas acusam o Ministério da Defesa de criar um clima de medo, e alguns críticos qualificam as medidas - como a instalação de mísseis terra-ar em um prédio de apartamentos vizinho ao Parque Olímpico, na zona leste da cidade - como uma "loucura olímpica".
MAIS EXÉRCITO
Esta semana, caças militares voaram para uma base na zona noroeste de Londres, dando início a uma semana de exercícios militares que servem de teste para o esquema de segurança para a Olimpíada.
Esta foi a primeira vez que caças ficam estacionados na capital britânica desde a Segunda Guerra Mundial. O exercício, batizado de "Guardião Olímpico", envolve aviadores, soldados e marinheiros.
Matt Dunham/Associated Press
Militar mostra parte do armamento que será usado para segurança na Olimpíada, em Londres
Comandantes militares dizem que as manobras, entre 2 e 10 de maio, são necessárias para aquela que será a maior operação de segurança da história britânica em tempos de paz.
"Mais uma vez, houve uma reação completamente exagerada que na verdade vai colocar as pessoas comuns sob um maior risco do que qualquer ataque externo extremamente improvável", disse uma carta publicada no jornal esquerdista Guardian.
Durante os exercícios, caças Typhoon estacionados na base aérea de Northolt, no noroeste londrino, vão sobrevoar a cidade para testar procedimentos de interceptação de qualquer aeronave que viole as restrições do espaço aéreo que estarão em vigor durante a Olimpíada.
O porta-helicópteros HMS Ocean irá patrulhar o rio Tâmisa, e o navio HMS Bulwark ficará ao largo de Weymouth, na costa sul inglesa, local das provas de vela. Aviões Puma, helicópteros Lynx e aeronaves de vigilância também serão mobilizados.
A Grã-Bretanha, que acompanhou os EUA nas guerras do Iraque e Afeganistão, continua sendo vista como um alvo relevante para terroristas. Em 2005, atentados nos transportes públicos da cidade mataram 52 pessoas.
Mas o rígido esquema de segurança pode irritar a população de Londres, que já se queixa dos gastos de 9,3 bilhões de libras (quase R$ 30 bilhões) para a realização do evento, e dos transtornos no cotidiano da cidade, especialmente dos transportes. "Você pode trazer todos os caças que quiser, mas as pessoas continuarão firmemente congestionadas nos trilhos", disse o sindicalista Bob Crow.
O custo do exercício militar está incluído no orçamento de segurança geral, que é de 1 bilhão de libras (quase R$ 3 bilhões), segundo o Ministério da Defesa.
Cerca de 13,5 mil soldados participarão do policiamento durante a Olimpíada, mais do que o contingente britânico de 9.500 militares do país no Afeganistão.
04/05/2012-19h57
Fox muda nome de filme por morte de jovem negro nos EUA
O estúdio 20th Century Fox decidiu na sexta-feira alterar o título da sua comédia "Neighborhood Watch", ainda inédita, para evitar associações com o polêmico assassinato do adolescente Trayvon Martin, ocorrido em fevereiro na Flórida.
No Brasil, o filme com Ben Stiller está programado para se chamar "Vizinhos Imediatos de 3o Grau".
O título original significa "vigilância de bairro", e seus cartazes já haviam sido retirados pelo estúdio em março por causa da morte de Martin, um rapaz negro que foi morto, desarmado, pelo vigilante voluntário de um condomínio.
Inicialmente, o autor do homicídio, George Zimmerman, foi liberado pelas autoridades sob a alegação de que havia agido para defender sua propriedade. Diante da reação nacional e das suspeitas de que houve um componente racial no caso, ele acabou sendo preso e indiciado.
"The Watch", como agora será chamado em inglês, trata de pais de família caçando ETs em um subúrbio norte-americano. O filme tem lançamento previsto para 27 de julho nos EUA.
Em nota, o estúdio disse que "como o tema dessa comédia de invasão alienígena não tem qualquer relação com os trágicos eventos recentes na Flórida, o estúdio alterou o título para evitar qualquer impressão acidental ou não intencionada que pudesse advir".
04/05/2012-07h02
Brasileiros nos EUA escondem origem por temer deportação
Não há número certo para a numerosa comunidade brasileira na Costa Leste americana, concentrada nos Estados de Massachusetts, Nova Jersey, Nova York, Flórida e Geórgia. E o motivo é política -- ou desinteresse nela.
No Censo de 2010, os brasileiros promoveram uma campanha para não declararem sua origem, temendo a deportação -- um erro de informação, já que o censo não identifica nem denuncia. O resultado foi a distorção do resultado, onde a comunidade ficou sub-representada mesmo em relação ao censo anterior, em 2000, e aparentou diminuir.
A campanha que se difundiu extra-oficialmente, criticada por diplomatas e ativistas, é reflexo da apatia política que marca os brasileiros que vivem nos EUA.
O reflexo mais evidente é que mesmo tendo um peso expressivo em algumas cidades desses Estados, os brasileiros nunca conseguiram --nem tentaram-- eleger ninguém, diferentemente de seus pares mexicanos, cubanos ou portorriquenhos.
"Sem nos identificarmos, e sem votarmos, não conseguiremos nada", diz Ilma Paixão, líder comunitária e diretora de uma rádio com programação para brasileiros em Framingham, que vive nos EUA há duas décadas.
03/05/2012-10h51
União Europeia aprova sanções contra Guiné-Bissau
A União Europeia aprovou nesta quinta-feira sanções contra os líderes do golpe de Estado cometido em Guiné-Bissau ao considerá-los responsáveis por ameaçar "a paz, segurança e estabilidade" do país.
A decisão envolve seis indivíduos, ainda não identificados, que terão seus bens congelados na Europa e serão proibidos de entrar no território da UE. As identidades serão conhecidas nesta sexta, quando as sanções forem publicadas no "Diário Oficial" do bloco, informou o bloco em comunicado.
A chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, disse que as medidas desta quinta são dirigidas aos líderes do recente golpe de Estado em Guiné-Bissau. Catherine também voltou a condenar o ato e pedir o retorno "imediato" da ordem constitucional.
Na última reunião entre os ministros das Relações Exteriores do bloco europeu, a UE já havia ameaçado os militares golpistas com possíveis sanções, e rejeitaram o Governo de transição nomeado. "As instituições transitórias proclamadas não serão reconhecidas, como também qualquer tipo de acordo que permita as Forças Armadas a ameaçar ou controlar os poderes civis".
As sanções europeias devem ser complementadas com medidas semelhantes por parte da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), que começou a elaborar a lista de pessoas. Segundo informou à Agência Efe uma fonte da organização regional, as sanções - que incluem restrições de viagem e congelamento de bens - serão aplicadas "nos próximos dias".
O golpe de Estado da Guiné-Bissau, perpetrado em 12 de abril, ocorreu em pleno processo eleitoral do país, um dos mais pobres do mundo. O segundo turno das presidenciais estava definido para acontecer em 29 de abril.
Os golpes de Estado militares na ex-colônia portuguesa foram constantes nos últimos anos e refletem a instabilidade política que o país africano vive. Mali é um importante ponto na rota do tráfico de droga que chega à Europa a partir da América Latina
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