quarta-feira, 16 de maio de 2012

Material aula 03 SESMA

Pará registra seis casos de gripe A em 2012 Sábado, 12/05/2012, 08:13:17 - Atualizado em 12/05/2012 O Pará registrou, este ano, seis casos de gripe A (H1N1). Desses, cinco foram em mulheres grávidas. Uma delas, que também tinha leucemia, morreu. Foram registrados ainda 18 casos de Influenza A sazonal, sendo doze em mulheres grávidas, e a morte de um adolescente. A única maneira de evitar a doença com segurança é tomando a vacina contra a gripe na Campanha Nacional de Vacinação que acontece atualmente e se estende até 25 deste mês. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A vacina é trivalente, produzida a partir de vírus isolados nos hemisférios Norte e Sul, ou seja, similar ao Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. Até ontem à tarde, o Pará havia vacinado contra a gripe 253.013 pessoas, menos de 30% do total da população a ser vacinada, que é de 981.085 pessoas. PROGRAMA Pelo Sistema do Programa Nacional de Imunização, haviam sido vacinados 148.629 idosos, 61.191 crianças, 23.873 gestantes, 18.650 trabalhadores de saúde e 1.344 índios. O resultado preocupa a coordenadora estadual de Imunização da Sespa, Jaíra Ataíde, porque faltam apenas duas semanas para o fim da campanha e muita gente ainda precisa ser vacinada. São 386.506 idosos, 52.748 crianças, 83.066 gestantes, 77.959 profissionais de saúde e 27.119 índios que ainda não tomaram as doses. A preocupação maior é com as mulheres grávidas que, segundo a Vigilância Epidemiológica da Sespa, tem sido a população mais vulnerável às complicações da gripe causadas, e especialmente pelo vírus H1N1. Os casos investigados com exame laboratorial são apenas os que apresentam síndrome respiratória aguda grave (Srag), que inclui a falta de ar entre os sintomas. RISCO Devido ao grande risco que o vírus representa para as gestantes, no entanto, algumas instituições hospitalares estão coletando amostras de todas as grávidas que apresentam síndrome gripal. “Por isso é muito importante que as gestantes procurem as unidades de saúde para se vacinar”, alerta a diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira. A campanha, que dispõe de um milhão de doses de vacinas, tem como objetivo reduzir a mortalidade, as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus da Influenza nesses grupos populacionais. O Pará precisa vacinar um total de 981.085 pessoas, da quais 535.135 idosos com 60 anos ou mais, 106.939 gestantes, 213.939 crianças de seis meses a menores de dois anos, 28.463 indígenas e 96.609 profissionais de saúde. A meta é vacinar pelos menos 80% desse total para manter uma boa cobertura vacinal, que corresponde a 784.868 pessoas. Segundo o secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, a vacina é comprovadamente o melhor de todos os remédios, e há uma série de doenças graves que podem ser evitadas com vacina como, é o caso da gripe causada pelo vírus H1N1. (Agência Pará) Cultivo de arroz ganha espaço no Marajó Domingo, 13/05/2012, 08:55:58 - Atualizado em 13/05/2012, 08:55:58 Tamanho da fonte: A- A+ Na quinta-feira, quando se realizou na Câmara Municipal de Cachoeira do Arari sessão especial comemorativa do 179º aniversário de fundação do município, foram homenageados com a entrega do título honorário de cidadania, entre outros, o presidente da Faepa, Carlos Xavier, e o deputado federal Paulo Cesar Quartiero. Essas homenagens têm um valor simbólico, porque ocorreram num momento em que, a partir de Cachoeira, o vale do rio Arari ganha uma nova atividade econômica que poderá mudar a paisagem rural do Marajó e lançar, finalmente, as bases do desenvolvimento econômico sustentável em quase todo o arquipélago. Quartiero, para quem não se lembra, era o líder dos arrozeiros de Roraima quando foi criada a reserva indígena Raposa Serra do Sol. Expulso das terras, ele acabaria ganhando logo depois o reconhecimento da população roraimense, que o elegeu deputado federal, mas nem por isso se acomodou. Com as poucas economias que tinha, veio se fixar no Pará. Membro de uma família tradicionalmente ligada à agricultura, Quartiero tem – e ele admite isso – o que se pode chamar de “olho clínico” para assuntos da terra. Aqui, esteve primeiramente nas terras do Jari e, depois, nas várzeas de Santarém, antes de se fixar em Cachoeira do Arari, onde está há dois anos. Até a última safra, a área plantada de arroz foi de dois mil hectares. Agora, está preparando o cultivo de três mil hectares, em plantio que começará em julho. A produtividade alcançada nesta fase inicial está em torno de 6.500 kg por hectare. Quartiero aposta, porém, que logo poderá se equiparar ou mesmo superar os dois maiores produtores do Brasil – Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados onde a produtividade média é de 7 e 8 mil quilos por hectare, respectivamente. O arroz produzido em Cachoeira é o agulhinha tipo um, qualitativamente o melhor disponível no mercado, todo beneficiado no engenho que ele trouxe de Roraima e que hoje está implantado na vila de Icoaraci. Além de arroz, está investindo em pecuária e já tem planos inclusive para criação em confinamento e, no futuro, a montagem de um frigorífico. Na rizicultura, sua meta já está definida. “Em Roraima, eu plantava cinco mil hectares. Aqui, quero chegar pelo menos a isso”. O Marajó, segundo ele, tem uma área agricultável superior a 300 mil hectares. Mesmo em fase inicial, sua empresa já responde hoje pela geração de 80 empregos – uma novidade e tanto para o Marajó e, em especial, para Cachoeira do Arari, município onde o emprego formal, historicamente, está restrito quase que com exclusividade ao serviço público. Isso ajuda a explicar não só a homenagem recebida da Câmara de Vereadores, mas o apoio incondicional que hoje lhe dispensam o setor empresarial e as lideranças políticas da cidade. “Nós vamos fazer de Cachoeira do Arari um dos mais prósperos municípios do Pará”, afirmou na ocasião o prefeito Jaime Barbosa (PMDB). (Diário do Pará) Mais de 5 mil casos de dengue confirmados Domingo, 13/05/2012, 08:11:52 - Atualizado em 13/05/2012, 08:11:52 Tamanho da fonte: A- A+ A morte sob suspeita de dengue hemorrágica de Janaína do Socorro da Silva Duarte, 33 anos, na última quinta-feira, fez lembrar aqueles que andavam desatentos a importância de combater o mosquito. De acordo com o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SESPA), divulgado no último dia 02, o Pará já teve, em 2012, 5.328 casos confirmados de dengue. Desse total, 21 pacientes apresentaram complicação e oito casos foram diagnosticados como dengue hemorrágica. Somente em Belém, de 617 casos confirmados, sete pacientes apresentaram complicações e um teve dengue hemorrágica, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SESMA). De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Sesma, Carlene Castro, a Secretaria trabalha prevenindo todos os casos suspeitos antes da confirmação. “O caso da Janaína nos foi notificado e já tomamos as medidas de controles necessárias. Nossos fiscais foram à área próxima da casa da vítima e realizaram uma varredura fiscalizando e borrifando veneno para matar o mosquito, caso ele esteja pelos arredores. Nós não podemos é esperar que a confirmação do exame saia para começar a agir, trabalhamos com a prevenção e controle”, esclarece. O exame foi encaminhado ao Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN), mas o resultado deve sair em aproximadamente 15 dias. Se confirmado, esse será o primeiro óbito notificado por dengue hemorrágica esse ano. “Todo paciente com suspeita, deve ser tratado imediatamente, ele precisa de assistência. Nesse caso, a paciente veio do Pronto-Socorro e foi internada no Barros Barreto já em estado grave, mesmo tendo sido assistida corretamente, não resistiu”, afirma. No Pará os municípios com que apresentam maior número de casos notificados de dengue até agora são: Belém (2.440), Parauapebas (2.059), Marabá (1.123), Altamira (798), Ananindeua (746), Santarém (623) e Marituba (455). Já, os municípios que lideram os casos confirmados, são Parauapebas (1.095), Belém (523), Altamira (465), Santarém (236), Ananindeua (235), Marabá (225) e Marituba (216). Vírus fica incubado por até seis dias A dengue pode ser categorizada como clássica e grave, de acordo com padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Pedro da Costa Vasconcelos, arbivirologista do Evandro Chagas, nos casos graves, entram as doenças do tipo hemorrágica e severa. “O vírus é transmitido pelo mesmo mosquito e não está relacionado com a severidade da doença. O que vai determinar a forma como o quadro clínico vai evoluir é o organismo da pessoa.”, afirma o arbivirologista. São dois os insetos que podem transmitir a dengue: o Aedes aegypti, mais comum no Brasil, e o Aedes albopictus, que ocorre com mais frequência no continente asiático. Segundo a OMS, são quatro os tipos de dengue: um, dois, três e quatro. “A degue tipo quatro é a que está se tornando mais comum na população porque o vírus é o mais recente introduzido no país e poucas pessoas têm imunidade à doença. Ela não é mais grave que os outros tipos de dengue.”, afirma Pedro da Costa. De acordo com o arbivirologista, uma pessoa pode ser picada pelo mosquito e ficar com a doença incubada de três a seis dias. O tempo de desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti varia de duas a três semanas depois de a fêmea colocar os ovos na água. No Pará, a dengue ocorre mais frequentemente no verão, período em que chove menos. “As chuvas do inverno costumam ser mais fortes e a força da água acaba carregando as larvas. No verão, chove o suficiente para a água ficar empossada e o mosquito se desenvolver.”, explica Pedro da Costa. Segundo o arbivirologista, a doença é eclética e atinge pessoas de todas as classes sociais. Fatores como o acúmulo de lixo nas ruas e a necessidade de reservar água acabam contribuindo para a propagação da doença. “Em parte é culpa da população que joga lixo nas ruas, em parte da prefeitura que não realiza a coleta direito. No caso da água, se a população tivesse um abastecimento sistemático, não precisaria reservá-la. Muitas vezes as pessoas se esquecem de tampar esses reservatórios. Falta uma boa educação.”, fala o pesquisador do Evandro Chagas. (Diário do Pará) Ministro vê de perto cheia em Santarém Sábado, 12/05/2012, 08:50:01 - Atualizado em 12/05/2012, 08:50:56 Tamanho da fonte: A- A+ Ministro Fernando Bezerra visitou áreas alagadas no centro de Santarém (Foto: Josevaldo Pereira ) Esteve em visita a Santarém na manhã de ontem o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para ver de perto e ter mais informações sobre a enchente na região Oeste do Pará, especialmente em Santarém, onde foi decretado estado de emergência, assim como em mais 13 municípios da região. O ministro participou de uma reunião com membros da Defesa Civil Estadual e Municipal, representantes da Marinha, Exército e do Corpo de Bombeiros, tendo ainda a presença do secretário adjunto da Defesa Civil Nacional, Sérgio Castro, responsável em passar todas as informações ao ministro. A reunião aconteceu na Capitania dos Portos e em seguida o ministro atravessou, sobre uma ponte improvisada, a avenida Tapajós e da orla pode-se ver o grande volume de água do rio Tapajós que está invadindo várias ruas da frente da cidade. Depois de ver a cheia de perto, ele disse que a situação é preocupante já que esta poderá se configurar na maior cheia dos últimos cem anos. O ministro informou que esta semana o governo conseguiu empenhar os recursos que o Governo do Estado do Pará solicitou num total de aproximadamente 3 milhões de reais, mas ele afirma que esta solicitação tinha sido feita quando o quadro não tinha evoluído para a situação que hoje a região está vivendo. Na próxima semana ele volta a se encontrar com o governo estadual e acredita que o governo federal vai ampliar a ajuda não só ao Governo do Estado, como também às prefeituras dos municípios afetados pela enchente. Segundo ainda o ministro, a presidente Dilma Russef já anunciou a primeira grande medida para ajudar na recuperação dos prejuízos que estão ocorrendo. O governo criou uma linha especial de crédito para atender agricultores, comerciantes, prestadores de serviços e setores da indústria prejudicados pelas cheias no Norte do país. Foram disponibilizados R$ 350 milhões por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). São recursos com juros muito baixos que variam de 1 a 3,5% ao ano e com carência de até 3 anos e prazo pra pagar de até 10 anos 14 municípios estão em estado de emergência no PA Sexta-Feira, 11/05/2012, 11:29:27 - Atualizado em 11/05/2012, 11:39:56 Tamanho da fonte: A- A+ 482 famílias foram afetadas pelas enchentes em Marabá (Foto: Diário do Pará) O Pará encontra-se em situação de atenção com relação às enchentes. De acordo com um relatório conjunto do Governo do Pará, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, 14 municípios decretaram estado de emergência, em consequência dos impactos das cheias dos rios sobre a população. A situação mais grave foi detectada na região do Baixo Amazonas. Em Oriximiná, 3.283 famílias já foram afetadas pelas cheias do rio Tapajós este ano, com o registro de treze edificações destruídas. O segundo município mais afetado foi Alenquer, que tem atualmente 3.123 famílias afetadas e 29 desabrigadas. Em seguida, os municípios que têm mais famílias afetadas são Óbidos (2.268 famílias), Prainha (1.968), Porto de Moz (1.892), Almerim (1.692), Terra Santa (1.060) e Curuá (645). Monte Alegre e Santarém não tiveram registros de danos, até o momento. De acordo com o relatório, a cota de alerta do rio Tapajós é de 7,5 metros, sendo que está previsto, para amanhã (12), que o nível do rio chegue a mais de oito metros. No mesmo documento, as autoridades afirmam que "todos os meios de gerenciamento de desastres estão mobilizados no sentido de antecipar as ações de forma proativa e, assim, evitar as perdas ou danos humanos e materiais" em decorrência da cheia do rio. Também deverá ser feito o beneficiamento e distribuição de madeira às comunidades afetadas, além da entrega de kits de farmácia básica e cestas básicas, às quais devem ser disponibilizadas à população pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. Na região sudeste, Santana do Araguaia, São João do Araguaia e Santa Maria das Barreiras decretaram situação de emergência. Apesar do município de Marabá estar apenas em alerta, 482 famílias foram afetadas pela cheia do rio Tocantins e 275 estão desabrigadas. O município de Altamira foi o único da região sudoeste do Pará a decretar estado de emergência. Trairão, localizado na mesma área, encontra-se em alerta. As demais regiões do estado: o arquipélago do Marajó e a região nordeste, onde está situada Belém, a capital do Pará, não apresentaram nenhuma situação de anormalidade com relação às enchentes. (Shamara Fragoso/DOL) Marajó quer deixar de ser parte do Pará Domingo, 13/05/2012, 08:59:04 - Atualizado em 13/05/2012, 08:59:04 Tamanho da fonte: A- A+ Falta de infraestrutura e serviços básicos está presente mesmo em municípios como Soure (Foto: Mário Quadros/Arquivo) Há menos de um mês, quando o bispo do Marajó, Dom José Luiz Azcona, defendeu publicamente a transformação do arquipélago marajoara em território federal, não faltou quem recebesse a proposta com um misto de surpresa e incredulidade. Essa atitude, mais que equivocada, pode ainda custar caro ao Pará. Líder carismático, muito respeitado pela população marajoara, mesmo por aqueles que não professam a fé católica, o bispo não emitiu, como podem pensar alguns, uma simples opinião pessoal. Na verdade, ele deu expressão a um sentimento que é hoje muito forte entre a população dos 16 municípios do Marajó e cuja força é tão intensa que poderá alcançar em algum momento, em futuro relativamente próximo, algo perto da unanimidade. Tudo vai depender, segundo lideranças políticas, empresariais e comunitárias, que compartilham e dão curso ao movimento separatista, da postura a ser adotada pelo Governo do Estado. “O povo do Marajó já se cansou da indiferença, do desprezo e do abandono a que tem sido relegado há séculos. Se não houver uma mudança drástica, o movimento pela federalização do arquipélago se tornará incontrolável”, afirmou esta semana o presidente da Amam, a Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó, Pedro Barbosa (PMDB), que também é prefeito de Portel. Ele foi um dos convidados presentes à programação comemorativa dos 179 anos de fundação do município de Cachoeira do Arari, ocorrida na quinta-feira. Em Belém, a direção da Amam confirmou, na sexta-feira, que está fazendo uma consulta formal aos prefeitos dos 16 municípios que integram a entidade. “Nós sabemos que a proposta de federalização tem o apoio da maioria esmagadora da população, mas não temos ainda dados objetivos sobre a posição individual dos nossos prefeitos”, afirmou um dirigente da associação. Acrescentou que, na mesma sondagem, a Amam está consultando os prefeitos sobre como eles entendem que deva ser conduzido o processo de transformação da ilha em território federal. A proposta, aliás, nem chega a ser exatamente nova. Pelo menos na seara legislativa, o primeiro passo concreto nesse sentido foi dado em 2002. Não por qualquer liderança política do Pará, e menos ainda por algum representante do Marajó. A iniciativa coube ao deputado federal Benedito Dias (PP), do Amapá. A proposta de realização de plebiscito para decidir sobre a federalização, apresentada há dez anos pelo parlamentar amapaense, nunca passou das comissões técnicas. Se ela, por alguma razão, fosse aprovada hoje em plenário, ninguém, em todo o arquipélago, tem dúvida de que o plebiscito daria à tese separatista uma vitória consagradora. Leia mais no Diário do Pará. (Diário do Pará) Brasileiras têm menos filhos e adiam gravidez Domingo, 13/05/2012, 10:47:05 - Atualizado em 13/05/2012, 11:41:16 Tamanho da fonte: A- A+ Da década de 60 até o início deste século, houve uma mudança significativa no perfil das mães brasileiras. A mulher está deixando a maternidade para mais tarde e optando por ter uma família bem menor do que tiveram suas mães e avós. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de fecundidade no Brasil cai a cada ano: na década de 60 era superior a seis filhos por mulher e em 2010 chegou a 1,9 filho por mulher. Vários fatores explicam essa mudança no perfil das mães no Brasil, aponta a demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Nogales. “Os principais são o aumento da escolarização das mulheres, a urbanização e a participação feminina mais forte no mercado de trabalho”, indica a pesquisadora. A demógrafa acredita que, além dos fatores ligados à evolução do papel da mulher na sociedade, há uma influência cultural que fez mudar o padrão reprodutivo. “Na década de 80 e 90, falou-se muito em um padrão de família ideal. A mídia e as telenovelas brasileiras sempre apresentavam famílias menores e como esse modelo trazia vantagens para os filhos”, diz. Atualmente, a taxa de fecundidade brasileira se assemelha à de países europeus como a Dinamarca, Suíça e Noruega e é inferior à dos Estados Unidos. “A redução no Brasil foi muito acelerada e sem uma política governamental para controle da natalidade, como ocorreu no México ou na China. Os países desenvolvidos não tiveram esse processo tão rápido como vemos aqui, em que a mudança ocorre de uma geração para outra”, aponta Ana. O modelo de família com poucos filhos, entretanto, ainda não é padrão em todas as regiões do país. Enquanto a média nacional em 2010 foi 1,9 filho por mulher, no Norte ficou em 2,47 – superior à taxa de fecundidade que o país registrou dez anos antes. O menor índice foi registrado no Sudeste: 1,7 filho por mulher, inferior à média de países como a Bélgica, o Reino Unido e a Finlândia. Ainda assim, foi no Norte e no Nordeste que se contatou as maiores reduções na taxa de fecundidade entre 2000 e 2010 (21,8% e 23,4%, respectivamente). O Censo 2010 também destaca uma mudança, ainda que menos acelerada, no chamado padrão etário da fecundidade. Até o ano 2000, a tendência era um “rejuvenescimento” no perfil das mães, com maior concentração de gestações entre as jovens de 15 a 24 anos. Mas, na última década, segundo o IBGE, observou-se uma reversão desse movimento. Em 2000, os grupos das mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, concentravam 18,8% e 29,3% da fecundidade total, respectivamente. Esses patamares passaram para 17% e 27% em 2010. Ao mesmo tempo, no grupo de mulheres com mais de 30 anos, a participação na fecundidade total da população subiu de 15,85% para 18% entre 2000 e 2010. “Na última década temos visto que a mulher está prorrogando o momento de iniciar a vida reprodutiva. Além da entrada no mercado de trabalho e da maior escolarização, nós tivemos mudanças nas relações. As mulheres estão mais independentes e quando você tem filhos isso traz mais responsabilidades com relação ao seu lar, a sua família”, explica Ana Nogales. A reportagem entrevistou mães de diferentes perfis – desde jovens que pretendem ter apenas um ou dois filhos a mulheres que adiaram os planos de engravidar para se dedicar à vida profissional. Elas falam sobre os desafios da maternidade e a experiência de ser mãe. Daniella Goulart, professora universitária, 43 anos. Mãe de Gabriel, 1 ano. Eu nunca tive como projeto de vida ser mãe. Para mim, a maternidade não era uma questão de realização. Sempre me dediquei muito às realizações profissionais. Apesar de toda resistência, a maternidade veio na hora certa. Me sinto madura o suficiente, não tenho aquele sentimento de que posso estar perdendo alguma coisa, de que poderia estar em outro lugar ou que o filho me limita. Depois de ter tido meu filho, descobri que tenho vocação para ser mãe e estou muito realizada. Eu acho que o ponto positivo de ser mãe na minha idade é que nós saímos na frente em matéria de informação e maturidade. O lado ruim é que eu fico calculando: quando meu filho estiver com 17 anos eu já vou estar com 60. Estou considerando que terei um filho só. Sei que ele vai pedir um irmãozinho, que poderá se sentir sozinho, mas essa é a realidade dele. Poliana Santos Castro, fisioterapeuta, 42 anos. Mãe de Lucas, 2 anos. Passei sete anos fazendo tratamentos e diversos exames para conseguir engravidar. Esse período foi marcado por muita angústia e uma expectativa constante. Sempre tive o sonho de ser mãe e, depois de muitos anos tentando, eu finalmente engravidei. Foi uma época muito feliz. A minha primeira alegria foi quando o exame deu positivo. A segunda, quando ouvi o coraçãozinho dele batendo. E a terceira e definitiva alegria foi quando meu pequeno nasceu. Até hoje olho para meu filho e me emociono muito. Ele é uma criança linda, esperta, sapeca. Meu filho convive muito com o irmão por parte de pai e isso me alivia porque ele não fica tão sozinho. Pelo fato da maternidade tardia, não sei se terei outro filho naturalmente, mas agradeço muito por ter um tão abençoado. A maternidade representa uma vida antes e outra completamente diferente depois. Antes, eu era apenas filha de uma mãe maravilhosa e, depois do parto, parece que nasci de novo. A carreira profissional é muito importante, mas para ser uma mulher completa eu precisava ser mãe. Claudilene Meireles Torres, 21 anos, grávida do primeiro filho. Estou grávida do meu primeiro filho e não pretendo ter mais. Tive que parar de estudar e vou ficar cuidando dele pelo menos até que complete seis meses. Estou feliz por estar grávida, mas tive que parar minha vida. Pretendo voltar a trabalhar e estudar assim que for possível. Acho que um filho está de bom tamanho. Quero me estabilizar financeiramente e, quando ele for maior, me dedicar à vida profissional. Agora sei que tenho uma responsabilidade muito maior, tenho alguém que depende de mim. Hoje em dia, o custo de vida é alto e pretendo dar um bom estudo para meu filho. Eu não tive oportunidades e quero oferecer isso para ele. Prefiro ter só um filho e poder dar uma educação de qualidade. Quero ensinar para ele que não é preciso ter irmãos para ser feliz, se ele quiser brincar, se precisar conversar, eu estarei sempre com ele. Rosa Dias dos Santos, 85 anos, dona de casa. Mãe de 11 filhos. Eu tive 17 filhos, mas seis morreram e criei apenas 11. Sou da Bahia. Eu e meu marido viemos para Brasília para tentar dar uma educação melhor para os nossos filhos, que são meu porto seguro. Para mim, meus filhos são meus pés e minhas mãos, me sinto realizada por ter criado todos tão bem. Quando era jovem pensava que ser mãe era o maior sofrimento do mundo, mas hoje ser mãe é a razão da maior felicidade. Eu tive meu primeiro com 20 anos e o mais velho, com 44 anos. Nunca trabalhei fora até porque, quando eu era jovem, o marido tinha obrigação de sustentar a casa. E como eu tinha muitos filhos era impossível trabalhar fora. Hoje em dia os pais nem sempre conseguem educar os filhos direito porque ambos precisam trabalhar e não podem acompanhar o que as crianças estão fazendo. Nunca me arrependi de ter tido tantos filhos, valeu a pena e se eu pudesse teria criado alegremente os 17. Os dias mais felizes da minha vida são quando reunimos a família inteira, é uma festa muito grande. Ana Maria dos Santos, trabalhadora doméstica, 23 anos. Mãe de Mel Ketleyn, 8 anos, e grávida de João Luca. Sou muito feliz por ser mãe. Vejo muitas pessoas tentando engravidar há anos e eu tenho essa sorte. Já tenho uma filha e ela é minha companheira, somos muito amigas e, às vezes, as pessoas pensam que eu nem sou mãe dela. Eu engravidei aos 14 e não foi planejado. Eu era uma criança e só não foi tão ruim porque morava com os meus pais e eles estavam sempre ao meu lado. Me apoiaram e cuidaram da minha filha até 2 anos de idade. Eu mesma não tinha preparação nem a mínima ideia de como cuidar de um bebê. Agora estou grávida do segundo e é um menino, também não foi planejado. Por mim, só teria um filho, por causa da situação financeira, ainda mais agora que eu não moro mais com os meus pais e meu marido me abandonou no quarto mês de gestação. Quem me ajuda muito são as pessoas da igreja que frequento. Criar um filho sozinha é muito difícil, dois então é mais complicado ainda. Quero estudar e correr atrás do tempo perdido, mas vou ter que esperar um pouco mais. (Agência Brasil Uma em cada cinco meninas engravida até os 18 anos no mundo, alerta OMS A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o grande número de mães adolescentes em todo o mundo, na véspera das comemorações pelo Dia das Mães. Calcula-se que uma em cada cinco meninas fica grávida até os 18 anos. Anualmente, 16 milhões de adolescentes, entre 15 e 19 anos, dão a luz um bebê. As informações são da Agência Brasil. Em muitos locais do mundo, as mulheres são pressionadas a casar-se e ter filhos com pouca idade, o que justifica os altos índices de gravidez na adolescência. Nos países pobres, mais de 30% das jovens casam-se antes de completar 18 anos. A pouca escolaridade também contribui para a gravidez precoce. "As taxas de gestação entre mulheres com menos estudo é maior em comparação à das mulheres com mais anos de educação", diz comunicado da OMS. De acordo com a organização, muitas adolescentes não sabem como evitar uma gravidez ou não têm acesso aos métodos contraceptivos. Outra preocupação é quanto aos problemas de saúde provocados por uma gestação na adolescência. Complicações na gravidez e no parto são a primeira causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos em países pobres. "Ter bebês durante a adolescência traz sérias consequências para a saúde da garota e da criança, especialmente em locais onde os sistemas de saúde são deficientes. Em alguns países, as adolescentes recebem menos cuidados durante e depois do parto em comparação às adultas". As garotas também se sujeitam mais a abortos ilegais. Cerca de 3 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos fazem abortos inseguros todos os anos. Argentina aprova lei da 'morte digna' Os parlamentares argentinos aprovaram, nesta quarta-feira, a lei chamada de "morte digna", que permite ao paciente terminal ou em estado irreversível rejeitar tratamentos médicos que possam prolongar seu sofrimento ou "vida artificial", conectada aos aparelhos. O texto, que já tinha sido aprovado em novembro pela Câmara dos Deputados teve aprovação por unanimidade pelos senadores. A lei estabelece o "direito de aceitar ou rejeitar determinados tratamentos médicos", dando a palavra final ao paciente, que deve deixar por escrito uma autorização de suspensão destes cuidados. Um familiar próximo do paciente também está habilitado a autorizar o tratamento, nos casos em que a pessoa hospitalizada não esteja consciente. Na prática, os parlamentares modificaram a Lei sobre Direitos do Paciente. A aprovação da lei levou familiares de pacientes terminais a comemorarem a decisão com aplausos e abraços nas galerias do Senado argentino. Entre os que comemoravam estava Selva Herbon, que liderou uma campanha junto a políticos e órgãos públicos para que a lei fosse aprovada. Ela é mãe de uma menina de três anos, Camila, que mora num hospital de Buenos Aires e está inconsciente desde que nasceu. Em entrevista à BBC Brasil, no ano passado, ela disse que a "morte digna" se justificava para a filha, já que a bebê não tinha reflexos ou qualquer forma de reação. "Ela não chora, não ri, não sente nada mesmo quando apenas toco sua pele. Camilla apenas cresce em uma cama de hospital e conectada a aparelhos", disse na ocasião. DIGNIDADE O texto contou com apoio de parlamentares de diferentes linhas políticas. O senador governista Aníbal Fernández, da Frente para a Vitória (FPV), disse que a lei "não vai contra nenhuma religião" e pretende "respeitar a dignidade" do paciente. Ele declarou ainda que a medida não significará a autorização da eutanásia, mas sim o direito de um paciente terminal ter, de fato, uma "morte digna". "O objetivo desta lei é evitar o sofrimento e respeitar a autonomia do paciente para que ele defina a sua qualidade de vida", disse o senador José Cano (do partido opositor União Cívica Radical, UCR), presidente da Comissão de Saúde e Esporte e defensor da medida. Para ele, a lei tem "caráter humanitário". POLÊMICA A nova legislação permite que o paciente que já deixou a sua determinação por escrito possa voltar atrás, se mudar de ideia e optar pela continuidade do tratamento. O familiar do paciente também poderá mudar de ideia, quando ele estiver inconsciente. A nova lei adverte, porém, que "fica expressamente proibida a prática de eutanásia" e inclui que nenhum profissional de saúde será punido por atender a vontade do paciente ou da orientação dada por um familiar da pessoa internada. O item do texto que gerou mais polêmica foi o que permite ao paciente ou ao familiar autorizado a suspensão da alimentação e nutrição através do soro. "Sou a favor do texto, mas contra a permissão para a suspensão da hidratação e alimentação dos doentes terminais. Isto é contra a morte digna, já que provoca dor e, além disso, desrespeita as normas da Organização Mundial de Saúde", disse a senadora Sonia Escudero. Recentemente, duas províncias argentinas, Río Negro e Neuquén, já haviam aprovado leis similares. Em termos nacionais, a Argentina passa a ser um dos poucos países no mundo a permitir a "morte digna". Os outros são Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Três Estados dos Estados Unidos também a autorizam e a medida vem sendo discutida na Grã-Bretanha e na Espanha. O governo espanhol enviou um projeto de lei, no ano passado, ao Parlamento, onde será debatido. 13/05/2012-09h01 Ministro espanhol de Relações Exteriores visita o Brasil na quarta O ministro espanhol de Relações Exteriores e de Cooperação, José Manuel García-Margallo, realizará na próxima quarta-feira (16) sua primeira visita ao Brasil com o objetivo de reforçar as relações bilaterais e explicar os preparativos da Cúpula Ibero-Americana de Cádiz prevista para acontecer em novembro. A viagem de García-Margallo antecede a que o rei Juan Carlos 1º da Espanha fará ao Brasil e ao Chile entre 3 e 7 de junho, no qual se encontrará com a presidente Dilma Rousseff. Manuel H. de León/Efe Ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo (à dir.), virá ao Brasil O titular espanhol de Relações Exteriores passará três dias no Brasil, repartidos entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, informaram fontes ministeriais. Em Brasília, García-Margallo encontrará com o Chanceler brasileiro, Antonio Patriota, no Palácio do Itamaraty, para tratar dos principais assuntos de interesse comum. Na quinta-feira (17), em São Paulo, encontrará empresários espanhóis na Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil. A visita termina no Rio de Janeiro com um café da manhã de trabalho com representantes do setor da energia e um almoço com o governador do estado, Sérgio Cabral. Além de abordar o estado da relação política e promover oportunidades de negócios para as empresas espanholas, García-Margallo poderá trocar impressões sobre a desapropriação da companhia petrolífera YPF ordenada pelo governo argentino no dia 16 de abril. COMÉRCIO O Executivo espanhol considera que esta medida impede prosseguir a negociação de um convênio comercial entre a UE e os países que integram o bloco do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) se as autoridades de Buenos Aires não indenizarem a Repsol pela nacionalização da YPF. Além disso, García-Margallo informará dos planos para dotar de conteúdo político a Cúpula de Cádiz, na qual o governo espanhol quer que o Brasil tenha um papel de destaque. O rei da Espanha também analisará este assunto com Dilma na viagem prevista para o início de junho. A boa relação entre os países não impediu alguns atritos diplomáticos nos últimos meses, entre eles, o provocado pelas queixas de turistas brasileiros que tiveram que retornar ao país por não cumprir com os requisitos de entrada no território da UE (União Europeia). Como resposta, as autoridades brasileiras decidiram endurecer as condições para os turistas espanhóis que viajam ao país, medida que entrou em vigor no dia 2 de abril. 04/05/2012-18h00 Chen Guangcheng: Um lótus surgindo do lodo da China moderna Chen Guangcheng não tem diploma de direito, e, cego desde 1 ano de idade, depende de familiares para lhe lerem documentos legais. Contudo, no outono de 2003, quando ele apresentou visitantes a alguns de seus clientes perto de sua aldeia, era evidente que o direito era sua vocação. Um cliente era um anão cujo pedido de licença para abrir um negócio tinha sido indeferido em função de sua altura. Outra era uma família obrigada a pagar quase um quinto de sua renda anual em impostos cobrados de toda pessoa "fisicamente apta" moradora da zona rural, apesar de o filho da família ser um esquizofrênico paranóico que passava seus dias numa cela com grades. Com seus conhecimentos de direito e sua incrível perseverança, Chen processou funcionários locais do Partido Comunista e os fez mudar de opinião sobre esses e outros casos. Foi a mesma garra invencível que o colocou sob os holofotes globais esta semana, quando ele buscou refúgio na embaixada dos EUA em Pequim, após uma fuga ousada após 19 meses de prisão domiciliar --e então, ao ser libertado, a declarar que teme por sua vida e quer deixar a China. Essa saga excepcional não apenas colocou em situação constrangedora o governo americano, que tinha garantido sua segurança se ele permanecesse na China, como desferiu um golpe à credibilidade de Pequim e sua campanha de propaganda para convencer os cidadãos de que a China é um país "regido pela lei". Chen Guangcheng, de 40 anos, é um símbolo muito mais convincente que um dissidente político tradicional. Na zona rural do leste da China onde ele cresceu, a pouca distância do lugar onde Confúcio nasceu, este "advogado descalço" cego e autodidata era a única pessoa a quem centenas de camponeses pobres podiam procurar para tratar de suas queixas legais. Ele não esperava receber muito por seus préstimos, e, diferentemente da maioria dos advogados, não tinha medo de enfrentar os poderosos funcionários do Partido. "Chen é realmente um lótus que surge do meio do lodo; ele representa a pressão crescente dos camponeses comuns na China que não se beneficiaram da espetacular ascensão econômica do país e que frequentemente são pisoteados", explicou Jerome Cohen, especialista jurídico em direitos humanos na China e amigo de Chen que esteve envolvido na negociação de sua saída da embaixada dos EUA. "Ele e outros como ele vêm, cada vez mais, exigindo que o governo chinês seja responsabilizado e preste contas por suas leis e Constituição." Mesmo antes de sua fuga, Chen, cujo nome significa "luz da honestidade", era um ativista dos direitos humanos conhecido e respeitado. Mas, fato para o qual seus muitos defensores chamam a atenção, ele não é um dissidente político: nunca pediu a queda do Partido Comunista, nem defendeu grandes reformas políticas. Ele limitou seu ativismo principalmente a exigir que os funcionários governamentais obedeçam suas próprias leis. "Chen tem o impulso de buscar a justiça social e é muito sensível à ilegalidade e ao crime", diz um amigo dele de longa data, o advogado ativista Teng Biao. "Ele é um herói de um tipo que é difícil encontrar na China." A origem pobre e a deficiência visual de Chen, que ficou cego devido a uma febre quando tinha 1 ano de idade, fizeram com que ele não pisasse numa sala de aula até chegar aos 13 anos. Ele se tornou o primeiro em sua família de cinco irmãos a completar o ensino superior, numa prestigiosa universidade de medicina chinesa onde estudou massagem e acupuntura. Na China, a massagem é tradicionalmente uma das muito poucas profissões que podem ser exercidas por cegos, mas Chen passou seu tempo na universidade assistindo a aulas de direito em segredo, apesar de cegos serem proibidos de formar-se em direito. De volta a sua aldeia, ele foi elogiado pela mídia estatal como exemplo de um deficiente físico que superou adversidades para prestar serviços jurídicos gratuitos a outros cidadãos. Mas a maré virou para Chen em 2005, quando ele moveu uma ação coletiva contra o governo local por realizar esterilizações e abortos ilegais forçados, em nome da política nacional do filho único. Os tribunais se recusaram a aceitar a ação. Depois de procurar a mídia internacional, Chen foi posto em prisão domiciliar e sentenciado a três anos e quatro meses de prisão por "danificar bens e organizar uma turba para perturbar o tráfego". Quando ele foi levado à prisão, a Anistia Internacional o declarou prisioneiro de consciência. "O governo vê ativistas como Chen como uma ameaça enorme a sua autoridade", disse Li Fangping, advogado que foi espancado e detido quando tentou representar Chen em seu julgamento, em 2006. "As autoridades acham que, se não tomarem medidas contra essas pessoas, o regime pode não sobreviver." Quando Chen foi libertado da prisão, no final de 2010, ele e sua família foram postos sob uma forma particularmente repressiva de prisão domiciliar ilegal em seu vilarejo. Ele era espancado e sujeito a assédio constante. Sua filha, que tem 6 anos hoje, teve seus brinquedos confiscados, sua mala escolar revistada a cada vez que ela entrava ou saía de casa, e três pessoas a seguiam para a escola e de volta, todos os dias. Jornalistas, diplomatas e centenas de cidadãos chineses que tentaram visitar Chen eram assediados e espancados antes de conseguirem chegar perto de sua casa de pedra. Até mesmo o ator de Hollywood Christian Bale foi sujeito a maus-tratos quando tentou visitar Chen com uma equipe da CNN, no ano passado. Então veio a fuga de Chen, em 22 de abril, quando ele pulou um muro alto no meio da noite, escapou de cem guardas sem ser visto e fez contato com ativistas que o levaram escondido para Pequim. Ali, diplomatas dos EUA o levaram para dentro da embaixada na noite de 26 de abril, apenas para devolvê-lo ao governo chinês na quarta-feira. Ironicamente, a própria ilegalidade do tratamento dado a Chen pelo governo pode fornecer a solução que permita que ele e sua família partam para os EUA. Na sexta-feira o governo chinês reconheceu que Chen não é acusado de nenhum crime e que, como cidadão comum, tem o direito de dar entrada num pedido de visto de estudante no exterior, como ele afirma que quer fazer. Sem dúvida Pequim espera que a influência de Chen diminua quando ele sair do país. Mas sua coragem já está inspirando uma nova geração de ativistas. Alguns admiradores chegam a compará-lo a Gandhi. Pode ser um exagero, mas está claro que Chen abalou a confiança do Partido Comunista de maneira que poucos conseguiram até hoje. Jamie Anderlini é chefe da sucursal do "Financial Times" em Pequim. 13/05/2012-13h07 Ativista chinês diz que sobrinho foi preso como retaliação a fuga O ativista chinês dos direitos humanos Chen Guangcheng, que é cego, disse neste domingo que um sobrinho, preso sob acusações de tentativa de homicídio, foi vítima de vingança por parte de autoridades enfurecidas com a fuga de Chen da prisão domiciliar a qual estava há 19 meses. Chen confirmou informações de que Chen Kegui foi preso sob acusações de tentativa de homicídio devido a um confronto surgido depois de autoridades terem descoberto que Chen Guangcheng tinha fugido, enganando uma quase instransponível barreira de guardas, câmeras de vigilância e muros. France Presse Imagem de vídeo postado no You Tube mostra Chen Guangcheng, ativista que é advogado e cego Sua fuga, ocorrida no mês passado, humilhou as forças de segurança interna da China e levou a um impasse de Pequim com Washington, que protegeu Chen por seis dias na embaixada norte-americana na capital chinesa. Chen, que neste momento está recebendo tratamento em um hospital de Pequim e se preparando para ir aos EUA para estudar, afirmou que seu sobrinho foi usado como bode expiatório por autoridades enfurecidas com sua fuga, e exige que elas sejam investigadas. Perguntado por que a polícia na província de Shangong, no leste chinês, prenderia seu sobrinho, Chen disse: "Revanche". "Eu acho que isso é vingança selvagem, e é a última batalha dela", afirmou Chen à Reuters, por telefone, desde o hospital em que está internado. AGRESSÃO Citando descrições de parentes, Chen afirmou que seu sobrinho agiu em legítima defesa, pegando um cutelo depois de a política e outros guardas terem entrado na casa do irmão mais velho de Chen após a meia-noite. "Eles o agrediram severamente", afirmou Chen, sobre seu sobrinho. "Ele foi agredido tão severamente que seu rosto ficou coberto de sangue. Eu ouvi que ele foi agredido de uma forma tão forte que três horas depois seu rosto ainda sangrava." A briga do sobrinho é outra de uma série de incertezas sobre os planos de Chen de passar um tempo nos Estados Unidos depois de sua audaciosa fuga tê-lo colocado no coração de negociações internacionais e ter aumentado sua fama com representante do perseguido movimento de defesa dos direitos humanos na China. ATIVISMO Chen, um ativista autodidata, ganhou fama nacional ao fazer campanha por produtores rurais e cidadãos inválidos e expor os abortos forçados perto de sua cidade natal, em Shandong, onde autoridades estavam sob pressão para atingir metas de planejamento familiar. Em 2006, Chen foi condenado a mais de quatro anos de prisão por acusações - negadas por sua mulher e advogados - de que ele juntou uma multidão para prejudicar o tráfego e danificou propriedades. Ele foi formalmente solto em 2010, mas permaneceu sob uma sufocante prisão domiciliar. Autoridades fizeram de sua casa uma fortaleza de muros, câmeras de vigilância e guardas. Chen, que tem 40 anos, afirmou que não recebeu resposta sobre seu pedido de passaporte, o que ele precisa para a bolsa de estudos na Universidade de Nova York. Autoridades do Condado de Yinan, em Shandong, onde Chen escapou, não responderam a pedidos de repórteres sobre o caso e as acusações contra seu sobrinho. O mesmo ocorreu neste domingo, quando os telefones da polícia e do governo não respondiam. Chen afirmou que seu sobrinho feriu, mas não matou, dois homens que invadiram sua casa após descobrirem que o ativista tinha fugido. Ele disse que seu sobrinho agiu apenas em legítima defesa. Jornal Nacional 1005 2012 Principais partidos da Grécia não conseguem formar novo governo 13/05/2012-09h47 Três partidos chegam a acordo na Grécia; esquerda rejeita O líder da esquerda radical grega (Syriza), Alexis Tsipras, anunciou neste domingo que três partidos alcançaram um acordo para formar um governo de coalizão por um período de dois anos, que aplicará o plano de austeridade acordado com a UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) em troca de assistência financeira. "Ao todo, os três partidos têm 168 deputados no novo Parlamento e têm, portanto, a maioria", disse o líder do partido Syriza, referido-se aparentemente aos conservadores da Nova Democracia, os socialistas do Pasok e o partido Esquerda Democrática. O Syriza teria ficado fora do acordo, que não foi confirmado oficialmente. Tsipras deu as declarações após a reunião entre o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, e os líderes dos três principais partidos do país: Antonis Samaras (Nova Democracia), Evangelos Venizelos (Pasok), além do próprio Tsipras. Nem Samaras nem Venizelos falaram do acordo após a reunião desta manhã. Papoulias deve reunir-se durante a tarde com os líderes dos demais partidos gregos. Nenhum dos três partidos que obtiveram os melhores resultados eleitorais conseguiu na semana passada formar um governo de coalizão. Os resultados das legislativas --com uma forte alta do Syriza e a entrada dos neonazistas no Parlamento-- preocuparam seriamente a Europa. Os partidos tradicionais, Pasok e Nova Democracia, ambos europeístas e favoráveis ao plano de austeridade imposto à Grécia, não somaram assentos suficientes para obter a maioria no Parlamento. A maior parte dos demais partidos, incluindo Syriza e Tsipras, se opõem de maneira taxativa à austeridade. Os analistas políticos consideram que, em caso de novas eleições, o Syriza poderia desta vez ocupar o primeiro lugar. De acordo com uma pesquisa publicada neste domingo pela edição dominical do "To Vima", 80% dos gregos deseja que seu país permaneça no euro, enquanto apenas 13% aposta no retorno da drama. Se a iniciativa presidencial não conseguir nenhum acordo, a Grécia terá que realizar novas eleições em um prazo mínimo de três semanas após a constituição do Parlamento em 17 de maio, por isso a data dessa nova eleição seria o dia 10 ou 17 de junho. SAÍDA DO BLOCO Na sexta-feira (11), o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou que a Grécia deve sair do euro se não consegue respeitar o acordo feito com os 17 países da moeda única e o FMI (Fundo Monetário Internacional), que inclui cortes no Orçamento em xeque após as eleições parlamentares de domingo. "Se os acordos não são respeitados, isso significa que as condições não estão reunidas para continuar com um país que não respeita seus compromissos", disse Barroso, em entrevista à emissora de televisão italiana SkyTG24. "Todo mundo deve respeitar os acordos, é como um clube. Não quero falar de um país específico, mas se um país não respeita suas regras, é melhor que vá embora", completou. Os cortes orçamentários são necessários para que a Grécia não perca seu segundo resgate financeiro, que inclui uma ajuda de € 130 bilhões, aprovada em fevereiro. Caso a verba seja suspensa, o país entrará em moratória e quebrará. As medidas, que implicam cortes de gastos públicos, de salários e pensões, têm franca oposição popular, como demonstrado pelas regulares (e violentas) manifestações de rua que sacudiram o país nos últimos meses. Dalai lama teme que China tenha plano para envenená-lo O líder budista do Tibete, o dalai lama, diz temer que a China possa ter planejado matá-lo por mulheres agentes treinadas com veneno em seus cabelos e roupas, disse ele ao jornal britânico "Sunday Telegraph". A China controla o Tibete desde 1950, e o governo chinês acusou repetidamente os tibetanos exilados, incluindo o dalai lama, de alimentarem a dissidência contra as suas regras. O líder espiritual fugiu à Índia em 1959 depois de um levante fracassado. Adrian Wyld/Associated Press Líder espiritual tibetano, o dalai lama, diz temer que China tenha plano para envenená-lo No ano passado, ele foi alertado de que os agentes chineses treinaram mulheres tibetanas para matá-lo, reportou o "Sunday Telegraph". Perguntado sobre o plano de assassinato, o dalai lama disse: "Ah, sim. No cabelo envenenado e no cachecol envenenado. Então elas dizem que estão doentes, pedindo a minha benção. E a minha mão as toca. Este tipo de informação que recebemos". "Eu não sei se está 100% correta ou não. Não há possibilidade de checar", adicionou, ao falar em um inglês não muito fluente em um vídeo postado no site do jornal. Os comentários do dalailLama ocorrem após uma séria de auto-imolações e protestos contra o controle chinês nas áreas do país habitadas por tibetanos, levando o Partido Comunista a apertar a segurança. O Prêmio Nobel da Paz, de 76 anos de idade, era esperado em visita à Catedral de St. Paul, em Londres, nesta segunda-feira para receber o Prêmio Templeton, de US$ 1,7 milhão, por seu trabalho de liderança política e espiritual. China, Japão e Coreia do Sul se reúnem para impulsionar cooperação

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